Projetos de Pesquisa
PRODUÇÃO DO ESPAÇO E DINÂMICAS NATURAIS
Prof. Dr. Andrey Luis Binda (Campus Chapecó) |
|
Projetos de pesquisa
|
Tipos de tempo e sistemas atmosféricos associados à inundações urbanas em Chapecó (1991-2015) Em 2017, o município de Chapecó, na mesorregião oeste do estado de Santa Catarina, completa 100 anos desde sua fundação. Durante esse período, o município passou por intensas e profundas mudanças alavancadas pelo crescimento econômico baseado na agroindústria e no desenvolvimento do setor terciário. Isso promoveu intenso aumento populacional e a concentração na cidade, sobretudo, a partir da década de 1980. O processo de urbanização ocorreu, portanto, de modo rápido, de tal modo que a cidade não estava preparada em termos de infraestrutura, inclusive no que se refere à drenagem urbana. Assim, um crescente aumento do número de casos de inundação foi registrado na cidade, normalmente associados à influência hidrológica da urbanização (aumento do escoamento superficial em detrimento da infiltração). Além disso, muitos locais crônicos estavam relacionados à inexistência e/ou deficiência do sistema de drenagem urbana. Com a intenção de minimizá-las, o poder público municipal priorizou medidas estruturais intensivas, sobretudo, a retificação e a canalização de trechos fluviais urbanos, obras que nem sempre cumpriram com o objetivo. Recentemente, novos casos de inundação chamaram atenção da mídia e do poder público, com destaque para àquelas ocorridas em abril de 2013, junho de 2014 e julho de 2015. Assim, a presente proposta, vêm no sentido de contribuir com os estudos de hidrologia urbana em Chapecó, ao estabelecer como objetivo identificar os tipos de tempo e os sistemas atmosféricos associados aos casos de inundações urbanas na cidade. Optou-se por embasar a perspectiva teórico-metodológica, tendo como fundamento a "Climatologia Geográfica", mediante emprego da análise rítmica dos tipos de tempo (MONTEIRO, 1971) como método de investigação. Período: 2017 - atualmente |
Prof. Dr. Marlon Brandt (Campus Chapecó) |
|
Projetos de pesquisa
|
A era da soja: história ambiental da sojicultura no Cone Sul (1970-2017) Aborda a expansão da sojicultura no Cone Sul. O período em questão compreende o início do avanço da soja em escala comercial como alternativa ao milho (década de 1970) e a transformação do Brasil como maior produtor mundial deste grão (2017). Financiador(es): Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Período: 2019 - atualmente |
Suinocultura e transformação da paisagem no Oeste de Santa Catarina (décadas de 1920 a 1970) O projeto possui como principal objetivo analisar a prática da suinocultura e a transformação da paisagem no Oeste de Santa Catarina, entre as décadas de 1920 e 1970. Procura-se, dessa maneira, compreender de que forma as diferentes técnicas de criação, a partir da colonização, que se inicia na década de 1920, até modernização agrícola e a consolidação do setor de carnes nos anos de 1970 transformaram a paisagem do município nesse período. A criação de porcos acompanhou o processo de povoamento da região, desde a segunda metade do século XIX, quando era criado “à solta”, com pouco manejo e de forma extensiva. Essa forma de criação, contudo, entrou em desestruturação a partir da colonização que se iniciou na década de 1920. Esta promoveu profundas transformações na paisagem, onde as florestas paulatinamente cederam lugar às lavouras e serrarias, levando essa prática ao fim. A criação de porcos, contudo, também era vista nas propriedades dos colonos, porém com os animais criados de forma fechada. Sua produção era destinada tanto ao consumo local quanto à comercialização nas médias e grandes cidades do Sul e o Sudeste do país, sendo a base do setor agroindustrial que se instalaria no município a partir da década de 1950. O crescimento dessa atividade acarretou na aceleração da degradação ambiental com a devastação da floresta e a formação de lavouras de milho para a alimentação animal, e a contaminação de cursos d'água e do subsolo, a partir do descarte dos dejetos sem nenhum tratamento Financiador(es): Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Período: 2018 - atualmente |
Prof. Dr. Pedro Murara (Campus Erechim) |
|
Projetos de pesquisa
|
Variabilidades e tendências climáticas no estado do Rio Grande do Sul e sua relação com as doenças respiratórias No Brasil e no mundo os estudos e pesquisa com foco nas dinâmicas atmosféricas aliados ao aumento populacional, seja com foco nos assentamentos humanos, para produção agrícola, vêm ameaçando os recursos hídricos, e comprometendo a segurança alimentar e principalmente a saúde humana. Neste sentido, este projeto tem por objetivo analisar as relações entre a variabilidade e tendências climáticas para o estado do Rio Grande do Sul e sua relação com os registros de internações por doenças do aparelho respiratório. A análise multiescalar e espaço-temporal da dinâmica climática no estado será efetuada a partir das sete mesorregiões que, por meio da utilização de técnicas estatísticas estabelecerá tendências do clima para as diversas localidades investigadas. Em seguida, serão analisados registros de internações por doenças do aparelho respiratório, que se constitui como a principal causa de morbidade no estado gaúcho, para então estabelecer a relação entre sua ocorrência e a dinâmica climática no estado. Como resultados se terão publicações sobre a dinâmica climática do estado do Rio Grande do Sul, sob o enfoque das variabilidades e tendências do clima, assim como, dos impactos na saúde humana. Neste sentido, os resultados da proposta resultarão no maior entendimento do complexo climático no que compete sua variação temporal, espacial e nas diferentes escalas de análise. Financiador(es): Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS); Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina (FAPESC). Período: 2019 – 2022 |
Dinâmicas da natureza e suas relações com a produção do espaço Propomos investigar a situação das dinâmicas naturais da região Sul do Brasil e como estas se relacionam e associam se com os processos que envolvem a produção do espaço. Desta forma, o foco das investigações desenvolvidas se dará em diferentes conexões, envolvendo as dinâmicas naturais (aspectos físicos) repercussões com a agricultura, áreas urbanas, economia e saúde humana, por exemplo. Todas as correlações serão pautadas com base na perspectiva causal multiescalar. As interações entre os fenômenos s naturais e a produção do espaço propícia análises geográficas que resultam da investigação do grau de exposição ao qual a sociedade é impactada pela ocorrência de fenômenos extremos que resultam em manifestações nos mais diferentes setores: sociais, econômicos, políticos, ambientais, entre outros. Pesquisas com foco na análise e relação entre a dinâmica naturais e a sociedade têm o grande desafio no sentido de encontrar métricas adequadas para sua avaliação e propostas de gestão, mitigação e adaptação. Es tas devem ser pensadas sobre os processos sociais e resultados materiais dentro dos sistemas complexos, que por muitas vezes são de difícil definição. Por meio de diferentes metodologias, serão analisados os diferentes elementos e fenômenos para a compreensão da relação e correlação entre natureza e sociedade. Com a realização desta pesquisa, procuraremos demonstrar a relação intrínseca existente entre os objetos de estudos analisados pautas em uma perspectiva eminentemente geográfica, sob a ótica dos aspectos físicos da paisagem na região Sul do Brasil. Período: 2020 - 2025 |
Prof. Dr. Reginaldo José de Souza (Campus Erechim) |
|
Projetos de pesquisa
|
Paisagens das Missões Jesuítico-Guaranis como elo raiano entre Brasil-Argentina-Paraguai O projeto tem como objetivo central verificar e comparar como são concretizadas, atualmente, as principais estratégias de conservação patrimonial e promoção de atividades turísticas, bem como seus impactos nas dinâmicas socioeconômicas e culturais, em realidades nacionais distintas, mas, cujos territórios se encontram por sua situação fronteiriça. Assim, o objeto de estudos será composto por três sítios históricos da rota internacional das Missões Jesuítico-Guaranis entre o noroeste gaúcho, o nordeste argentino e o sudeste paraguaio, sendo estes: o sítio de São Miguel Arcanjo, o sítio de San Ignácio Miní (Argentina) e Santísima Trinidad del Paraná (Paraguai). Financiador: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) Período: 2020 - 2025 |
Paisagem e Fronteira: Geografias da Raia Internacional Sul-rio-grandense Este projeto de pesquisa tem como meta produzir material teórico de base, para debater a importância da paisagem como uma ferramenta de análise das dinâmicas socionaturais em territórios de fronteira; e produzir conhecimento didático-pedagógico sobre a Geografia da Raia Internacional Sul rio-grandense. Para isso, serão realizados levantamentos de dados e informações pertinentes à caracterização das paisagens dos territórios na raia gaúcha (em contato com a Argentina e o Uruguai). A paisagem é uma categoria chave nas pesquisas voltadas à compreensão das dinâmicas socioeconômicas, políticas e questões culturais intervenientes nas dinâmicas e processos da natureza. A transformação da natureza em recursos para a manutenção da vida depende de determinadas estratégias políticas e tradições culturais que variam ao longo da história e das diferentes formações socioespaciais. Assim, a hipótese levantada neste projeto é de que a paisagem é uma indicadora das transformações ou impactos socionaturais nos territórios e, no caso dos territórios raianos internacionais, seu estudo demanda certa complexidade teórico-metodológica, pois, paisagens são modeladas e remodeladas de acordo com as especificidades socioeconômicas, políticas e culturais de cada um dos países que se encontram ou se conflitam em suas fronteiras. Ademais, o estudo das raias/rayas é uma realidade na Europa, cujas margens interiores de Portugal e Espanha se encontram num mesmo território complexo chamado de Raia Ibérica. Geneticamente, guardadas as particularidades dos processos coloniais latino-americanos, esta raia deu origem àquilo que se pretende tratar aqui como Raia Internacional Sul-rio-grandense. O aporte metodológico da pesquisa terá um fundo sistêmico, com a possibilidade de conjugar teorias da geografia física e humana, notadamente a partir dos temas das dinâmicas naturais, da geopolítica, da questão agrária e da urbanização. Período: 2018 - atualmente |
Prof. Dr. William Zanete Bertolini (Campus Chapecó) |
|
Projetos de pesquisa
|
Geomorfodinâmica da paisagem do Planalto Basáltico Meridional Esta proposta alarga e amplia as investigações já realizadas e vinculadas ao Projeto Reconstituição paleoambiental quaternária no alto vale do rio Uruguai: oeste de Santa Catarina (Edital MCTI/CNPQ 01/2016), com o escopo de melhor entender a evolução geomorfológica deste importante compartimento planáltico do sul do Brasil e a organização dos seus materiais constituintes na relação com o trabalho erosivo fluvial e desnudacional na perspectiva das vertentes e bacias de drenagem. Esta proposta baseia-se metodologicamente na caracterização das propriedades geomorfológicas da paisagem e na investigação de variáveis de ordem geomorfométrica associadas à rede de drenagem e as coberturas superficiais da paisagem. E tem como objetivo principal compreender as características materiais, processuais e morfológicas do relevo da região oeste de Santa Catarina e noroeste do Rio Grande do Sul (Planalto Basáltico ou Planalto Meridional dentro dos limites da bacia hidrográfica do rio Uruguai) como indicativas ou não da atuação de processos tectônicos e climáticos na reconstrução de cenários morfoevolutivos de médio e longo termo (10 ka a 10 Ma anos). Período: 2019 - atualmente |
Reconstituição paleoambiental quaternária no alto vale do rio Uruguai ? oeste de Santa Catarina As coberturas superficiais constituem importante registro sedimentar que contém dados indicadores das condições ambientais atuais e pretéritas. Esta proposta de pesquisa tem como objeto de investigação as coberturas superficiais da Volta Grande, trecho do alto vale do rio Uruguai de grande importância devido à presença de sítios arqueológicos que atestam as primeiras ocupações humanas dessa área localizada no oeste de Santa Catarina, no limite com o Rio Grande do Sul. Este projeto está vinculado à pesquisa desenvolvida pela Missão Franco-Brasileira Sobre os Povoamentos Pré-históricos do Sul do Brasil, autorizada pelo IPHAN, processo n°01510.000926/2013-31, acordado por 24 meses a partir de 17/09/2013, renovado por 24 meses em 14/09/2015. O objetivo principal a que se propõe é o de investigar os indícios paleoambientais contidos nas coberturas superficiais e nos solos no trecho do vale do rio Uruguai conhecido como Volta Grande, em escala de vertente, com vistas a subsidiar a compreensão da estratigrafia e gênese dos depósitos e coberturas superficiais e do contexto paleoambiental junto aos sítios arqueológicos aí existentes. Tal projeto procura aliar os conhecimentos do Quaternário aos estudos arqueológicos como meio de compreender o contexto paleoambiental que serviu de base à ocupação dessa porção do território catarinense pelas primeiras populações humanas que aí habitaram. Metodologicamente, baseia-se na datação por C14 e LOE, descrição morfológica de perfis pedológicos, análises granulométricas, micromorfológicas, morfoscópicas e geoquímicas dos sedimentos levando-se em conta o contexto pedogeomorfológico, geológico, climático e fluvial desse trecho do vale do rio Uruguai Financiador(es): Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) Período: 2017 - atualmente |
PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO-REGIONAL
Prof.ª Dr.ª Adriana Maria Andreis (Campus Chapecó) |
|
Projetos de pesquisa
|
Investigar o lugar para compreender o mundo: um estudo com o Ensino Médio Investigar o lugar é pressuposto para compreender o mundo, porque há um sentido global de lugar. O lugar envolve o cotidiano que, permanente, constrói espaço geográfico. Nesse movimento é elo às aprendizagens significativas, que podem ser potencializadas pela relação entre graduação e pós-graduação na universidade, com a escola de Educação Básica (EB). Agrega-se aos princípios do projeto internacional “Nós Propomos!”, coordenado por Portugal e em atividade na Colômbia, Espanha, Brasil, México, Peru e Moçambique. Pois, envolve possibilidades de enfrentamento, na universidade e na escola, de desafios como: entendimento das relações entre realidade espaço-temporal regional e pesquisa cientifica; coadunação entre pesquisa, ensino e extensão, graduação e pós-graduação, e estes com a Educação Básica; significações conceituais na educação universitária e escolar. Encara aprendizagens de processos de aprendizagem da sistematização e teorização. Compreende coordenação pela universidade em diálogo também com professores e estudantes do Ensino Médio (EM) da EB, com os quais e em interlocução com os conteúdos acadêmicos e disciplinares, estudam-se e desenvolvem-se atividades identificando e estudando problemas da realidade do lugar, e propondo encaminhamentos alternativos aos obstáculos detectados. Assim, o objetivo geral deste subprojeto envolve, investigar a realidade do lugar, com vistas a detectar, estudar e prospectar alternativas aos problemas locais, e reconhecer a importância da pesquisa científico-acadêmica do cotidiano na resolução de problemas do lugar, integrando graduação, pós-graduação e escola, e envolvendo pesquisa, ensino e extensão. Financiador(es): Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS); Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Santa Catarina (FAPESC). Período: 2019 - atualmente |
Espaço, Tempo e Educação em pesquisa Este abarca pesquisas que visem problematizar noções, dimensões e interações, implicadas espaço-temporalmente, em diálogo com às cotidianidades, com às territorialidades e/ou com a educação. Nesse sentido, implica subprojetos que se dediquem a investigar questões que priorizem temas implicados nesses âmbitos, com assento que considere o mundo da vida, da arte, da ciência e da educação, como produto-produtores de espaço-tempo geográfico e histórico, múltiplo, relacional e sempre em construção. A par desses pressupostos, admite estudos que tensionem a produção do espaço-tempo, perpassando categorias e conceitos e considerando noções, dimensões e interações como, cotidiano, lugar, território, paisagem, região, fronteiras, natureza e sociedade, por meio do reconhecimento das relações, distâncias, movimentos, redes e escalas, e/ou investigações em diálogo com os processos e as políticas educacionais. Compreende pesquisas bibliográficas, documentais e empíricas, envolvendo estudos que contemplem relações locais e regionais em diálogo com o global. Período: 2018 - atualmente |
Prof. Dr. Ederson Nascimento (Campus Chapecó) |
|
Projetos de pesquisa
|
Observatório da dinâmica geográfica da COVID-19 na área de abrangência da UFFS A propagação do novo coronavírus (SARS-CoV-2) por todo o globo representa um enorme desafio à saúde pública. E a dimensão espacial é uma componente de suma importância para o conhecimento da evolução da enfermidade do território ao longo do tempo, bem como (e a partir disso) para o seu enfrentamento. A presente pesquisa tem como objetivo principal abarcar estudos que, em seu conjunto, possibilitem o mapeamento e o monitoramento da evolução espaço-temporal dos casos de Covid-19 nos municípios na Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul (área de abrangência da UFFS), utilizando-se, como instrumental analítico, a tecnologia de Sistema de Informações Geográficas (SIG). Com os resultados previstos da pesquisa - dados, mapas e análises -, espera se fornecer subsídios para que se possa entender melhor os gradientes de distribuição da enfermidade no território regional e suas condicionantes, bem como seus principais impactos sociodemográficos Período: 2020 - atualmente |
Uma Cartografia Geográfica Crítica para o Oeste Catarinense: teoria e prática A Cartografia é uma área do conhecimento de suma importância para a Geografia. Na análise geográfica, utiliza-se da Cartografia para que as informações levantadas sejam representadas graficamente de modo sistematizado e, a partir disso, se possa identificar as lógicas espaciais de interdependência e dissociação entre objetos e fenômenos. Esta propriedade das representações cartográficas, cada vez mais potencializada pelos avanços nas tecnologias de mapeamento e sua progressiva difusão, torna-as um instrumental valioso e que pode ser utilizado para análise das características socioespaciais do território, incluindo suas desigualdades, contradições e potencialidades. Não obstante esta relevância, a produção e uso de mapas tem sido historicamente pouco aproveitada pelos geógrafos para a realização desta abordagem crítica do espaço. Tendo em foco esta preocupação, o presente projeto de pesquisa visa promover reflexões sobre o papel do mapa e do mapeamento na ciência geográfica, tendo como horizonte a concepção de uma Cartografia Geográfica calcada em uma perspectiva social crítica. Nesta concepção, como exercício da práxis, propõe-se a produção de uma Cartografia Geográfica para o Oeste Catarinense. Acredita-se que a pesquisa ora proposta contribuirá, de um lado, para uma melhor compreensão das características e das dinâmicas socioespaciais do território na área de estudo, e, de outro, e fundamentalmente, possibilitará lançar luzes para uma (re)valorização da representação cartográfica no bojo do pensamento crítico na Geografia brasileira. Financiador(es): Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Período: 2019 - atualmente |
Prof. Dr. Fernando Rosseto Galeggo Campos (Campus Chapecó) |
|
Projetos de pesquisa
|
Espaço, representações e territorialidades Pesquisa e discussões sobre o espaço em todas as suas dimensões materiais e simbólicas, contemplando aspectos sociais, culturais, políticos, econômicos e ambientais. Neste projeto, privilegia-se abordagens que possibilitem a apressão do espaço a partir de suas representações (do, a partir e sobre o espaço), a produção do espaço (urbano), as instâncias da espacialidade (percebido, concebido e vivido), bem como manifestações sociais e culturais, como futebol, cinema, música e aspectos como identidades, representações sociais, discursos e demais apropriações simbólicas que produzem territorialidades em diferentes escalas.. Período: 2019 - atualmente |
Educação geográfica, cultura, tecnologia e ensino interdisciplinar Projeto com objetivo de discutir a educação geográfica, o ensino de geografia e o ensino interdisciplinar (a partir da Geografia ou mesmo de outras disciplinas com interface à Geografia), bem como gerar publicações e produtos técnicos relacionados à esta temática (artigos, livros, capítulos de livro,apostilas, provas, simulados, materiais paradidáticos, podcasts, entre outros) . Os principais pontos de intersecção da educação geográfica com o ensino de outras disciplinas/áreas na Educação Básica e no Ensino Superior se dão a partir de aspectos e produtos culturais e tecnológicos (cinema, música, podcasts, moodle e demais produtos autênticos e TICs). Uma das principais interfaces pesquisadas é o ensino integrado entre Geografia e Língua Inglesa. Período: 2019 - atualmente |
Prof. Dr. Igor de França Catalão (Campus Chapecó) |
|
Projetos de pesquisa
|
Reestruturação urbana e diferenciações socioespaciais em cidades latino-americanas As crises de acumulação, geradas no âmbito do próprio desenvolvimento capitalista, em diferentes momentos históricos, costumam ser enfrentadas por iniciativas econômicas conectadas com mudanças espaciais, que geram inflexões, rupturas e transformações nas tendências consolidadas, denominadas na literatura de reestruturação. Ela ocorre tanto no âmbito produtivo quanto na configuração espacial regional e na divisão territorial do trabalho de forma a podermos dizer que há também uma reestruturação urbana. Desde os anos 1970, temos visto diversas crises e reestruturações alternantes e estas têm afetado as cidades, seja internamente, seja nas suas relações no âmbito da rede urbana. Córdoba, na Argentina, e Chapecó, no Brasil, são cidades que, embora diferentes em papéis e funções urbanas, também têm experimentado mudanças espaciais vinculadas aos processos de reestruturação. Nesse sentido, propomos, como objetivo geral deste projeto, comparar os processos de reestruturação dessas duas cidades, a fim de identificar sua expressão em termos de ampliação das diferenciações socioespaciais. Esta proposta se encaixa, na verdade, como um desdobramento de pesquisas que já estão sendo feitas sobre as duas cidades, porém de forma separada e sem um fio condutor único. Assim, propomos, pela comparação, identificar semelhanças e diferenças que possibilitem entender a produção do espaço urbano num contexto mais amplo de análise, recorrendo a uma estratégia metodológica que combina procedimentos qualitativos e quantitativos. Além de atingir o objetivo geral proposto, este projeto prevê a ampliação das relações acadêmicas entre os pesquisadores e instituições envolvidos, impactando positivamente na formação de pessoal e na produção intelectual. Financiador(es): Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Período: 2019 - atualmente |
Urbanização contemporânea: reestruturação e desigualdades socioespaciais A pesquisa tem como propósito central analisar a influência dos processos de reestruturação das cidades estudadas no agravamento das desigualdades socioespaciais. O foco incide no estudo das cidades médias, sem se restringir a estas, nem tampouco considerar seja possível compreendê-las em si. No processo de urbanização contemporâneo, as assim denominadas vêm recebendo as influências da presença de novos agentes econômicos que trazem com eles novas práticas e formas de atuação e expressam a incorporação dos territórios ao capitalismo de ponta, constituindo, pois, parte do movimento de mudança da posição na divisão territorial do trabalho. A pesquisa será desenvolvida de forma integrada, reunindo pesquisadores de diferentes instituições que compõem a Rede de Pesquisadores sobre Cidades Médias (ReCiMe). A proposta visa com a concretização da pesquisa o fortalecimento da rede, tornando-a um Núcleo de Excelência tendo como sede a Universidade Federal da Paraíba que se soma à Universidade Federal de Campina Grande, a instituições federais e estaduais do território brasileiro, e ainda, a instituições da Argentina, do Chile e da Espanha. Assim, dentre as metas centrais destaca-se a maior cooperação acadêmico-científica com vistas a parcerias, convênios, publicações, atividades de ensino, bem como ações diretas junto à sociedade que contribuam com o exercício da cidadania, participação efetiva no planejamento urbano. A pesquisa propõe-se a dar continuidade aos estudos desenvolvidos pela rede em cidades brasileiras, argentina e chilenas, ampliando o recorte espacial com a inclusão de mais 11 cidades, sendo dez nacionais, de diferentes unidades federativas e uma da Espanha. Tal decisão representa o resultado dos trabalhos até realizados, bem como a capacidade da ReCiMe em reunir pesquisadores de instituições consolidadas e das que estão se iniciando. Destaca-se a necessidade em dar continuidade a pesquisa que tem contribuído para o avanço do conhecimento científico. Os resultados das pesquisas empreendidas no total de 20 cidades deverão ser objeto de sistematização, análise e reflexão dos pesquisadores em quatro eixos principais de preocupações que norteiam a metodologia da pesquisa, são eles: Cidade e região; Centro, centralidade e rede urbana; Mercado imobiliário e produção da habitação em cidades médias e Estruturação da cidade, desigualdades e diferenças. Financiador(es): Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPEPB); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Período: 2019 – atualmente |
|
Fragmentação socioespacial e urbanização brasileira: escalas, vetores, ritmos e formas (FragUrb) A diferenciação socioespacial em cidades brasileiras vem se aprofundando e aponta para a constituição do processo de fragmentação socioespacial. A origem dele está vinculada à predominância de lógicas e subjetivações neoliberais que se antepõem à ideia de direito à cidade. Esse projeto visa compreender, no plano da cidade e do urbano, como a lógica socioespacial fragmentária altera o conteúdo da diferenciação e das desigualdades, redefinindo os sentidos do direito à cidade. Este objetivo central desdobra-se em quatro planos analíticos: i) passagem da lógica socioespacial centro-periférica para a lógica socioespacial fragmentária; ii) interpretação da fragmentação socioespacial por meio das formas contemporâneas de diferenciação e desigualdade, a partir das práticas associadas ao cotidiano urbano; iii) desdobramentos da lógica socioespacial fragmentária sobre o par espaço público/espaço privado; iv) papel das instituições políticas, dos agentes econômicos hegemônicos e dos sujeitos sociais não hegemônicos. Para conduzir a pesquisa foram eleitas cinco dimensões empíricas a partir das quais o processo de fragmentação socioespacial será analisado: habitar, trabalhar, consumir, lazer e mobilidade. Serão estudadas cidades de diferentes formações socioespaciais: Chapecó/SC, Dourados/MS, Ituiutaba/MG, Marabá/PA, Maringá/PR, Mossoró/RN, Presidente Prudente/SP, Ribeirão Preto/SP e São Paulo/SP, além de cidades pequenas vinculadas a estas e que serão identificadas no decorrer da pesquisa. Financiador(es): Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) Período: 2018 – atualmente |
Prof. Dr. Ricardo Alberto Scherma (Campus Chapecó) |
|
Projetos de pesquisa
|
Especialização regional e produção agroalimentar: atlas do circuito espacial avícola na América Latina e Europa Nas últimas décadas, os governos e as empresas em países com elevada capacidade agrícola e pecuária, aproveitando-se da alta demanda por produtos agropecuários nos mercados domésticos e internacionais e, ainda as cotações favoráveis relacionadas a essas mercadorias vem desenhando estratégias de produção, expansão e exportação de comodities, sendo a carne de frango um desses produtos que compõem o conjunto estratégico desses atores. A carne de frango torna-se um modo de agregar valor à cadeia de grãos, e ainda produzir e garantir a oferta de alimentos, neste caso, proteína de frango. O estudo tem como objetivo contribuir com o conhecimento geográfico a respeito da dinâmica das regiões agroalimentares especializadas na produção avícola Na América Latina e Europa. A pesquisa parte de uma concepção teórica e metodológica que visa entender a dinâmica das regiões produtivas através da noção de especialização regional e circuito espacial produtivo, resultando na compreensão das relações entre o sistema produtivo avícola e as distintas regiões em que ele se manifesta, além da identificação das implicações dessa produção nos espaços regionais. A forma de expressão das informações ligadas a pesquisa, ocorre por meio de cartogramas e mapas temáticos utilizando os programas Philcarto e Inkscape Período: 2019 - atualmente |
Regiões e empresas transnacionais: lógica financeira e implicações territoriais No Brasil, desde os anos 90, há um movimento de grupos industriais, que, para atender às exigências do período, abriram seu capital na Bolsa de Valores. Essas empresas, antes operantes dentro de uma lógica de desenvolvimento das forças produtivas, passam a operar com vistas a atender a lógica do mercado financeiro. Esse crescente processo de financeirização das atividades produtivas gera mutações diretas no uso do território, pois, a partir dos processos de reestruturação empresarial, operam-se programas que desencadeiam a reestruturação das localizações produtivas; atualizações técnicas e dos sistemas de trabalho, ou ainda novas formas de produzir, como a subcontratação e mesmo o aproveitamento e a integração com circuitos de produção domésticos. Dessa maneira, este projeto de pesquisa orienta o nosso estudo para compreendermos o uso do território a partir da atuação de corporações transnacionais que compõem importantes circuitos espaciais de produção industrial e que operam sob a lógica das finanças, sendo elas: Cia. Hering (têxtil-vestuário), Marcopolo (metalmecânico) e BRF (agroalimentar). Todas com fortes e históricas ligações com a região Sul do Brasil. Pretende-se compreender como essas empresas têm continuamente implantado, a partir do período da Globalização, processos de reestruturação e planos estratégicos para atender às exigências de rentabilidade ótima do mercado financeiro, gerando implicações territoriais muito relevantes nas regiões e nas cidades onde elas se localizam. Financiador(es): Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Período: 2017 - atualmente |
Prof. Dr. Willian Simões (Campus Chapecó) |
|
Projetos de pesquisa
|
Cartografia da saúde do(a) trabalhador(a) em frigoríficos no Brasil (2012-2018) Compreende-se que o Brasil nestas duas primeiras décadas do século XXI intensificou suas características seculares de uma formação espacial de capitalismo periférico e dependente da qual a expansão das commodities agrominerais (soja, milho, cana de açúcar, eucalipto, minérios etc.) é um exemplo fundamental. Esta inserção dependente na divisão internacional e territorial do trabalho centrada na agroexportação, além do saque aos recursos naturais e dos conflitos territoriais que dela resultam (pilhagem territorial), também tem sido significado de agravos à saúde do(a) trabalhador(a) que se expressa nos inúmeros circuitos produtivos das commodities agrominerais espalhados pelo território nacional. Neste quesito particular, o setor de frigorificação de carnes assume posição de destaque, pois as condições de trabalho impostas nas linhas de produção relacionam-se aos agravos à saúde dos(as) trabalhadores(as). Deste modo, o objetivo da pesquisa é demonstrar, a partir da leitura cartográfica, que o setor de frigoríficos se baseia num processo de trabalho degradante que, no limite, descarta força de trabalho, pois leva a significativos casos de agravos à saúde. Metodologicamente a pesquisa está embasada na coleta, sistematização e organização de dados secundários, bem como na realização de trabalhos de campo nas regiões Oeste do Paraná e Oeste Catarinense (principais empregadoras do setor no Brasil). As atividades de campo levarão em conta a possibilidade de construção de um mapeamento participativo junto às organizações coletivas da classe trabalhadora (sindicatos, associações etc.), no qual, além de apontar para os problemas de saúde decorrentes das condições de trabalho, o intuito é ressaltar as lutas e resistências frente ao processo de trabalho degradante dos frigoríficos. Financiador(es): Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Período: 2019 - atualmente |
Ocupações secundaristas no Brasil em 2015 e 2016: Formação e auto-formação das/dos ocupas como sujeitos políticos A pesquisa tem como tema os sujeitos que participaram das ocupações de escolas públicas de Ensino Médio, em diversos estados do Brasil, de novembro de 2015 a dezembro de 2016. Em relação a esses sujeitos, que se autodenominaram durante a ação coletiva como ocupas, a pesquisa tem como objetivo geral compreender os impactos da sua participação nas ocupações ? tomada como um processo de formação política ? na sua re-constituição como sujeitos políticos, considerando dois fatores principais: a) a estrutura e a dinâmica das ocupações; b) as relações de cooperação e conflito entre ocupas e autoridades, gestão escolar, corpo docente e sociedade local (incluindo a mídia local). A formação de sujeitos políticos será concebida a partir da noção de subjetivação política, que compreende a construção das/dos adolescentes e jovens como sujeitos políticos como um processo complexo, criativo, tenso, relacional e sempre inconcluso, em que as/os adolescentes e jovens também são ativas/ativos e em parte se autoconstroem, tanto quanto se co-constroem em suas relações com adultos. A pesquisa busca compreender a efetividade e a generalidade daquilo que foi indicado pelo Seminário: Memorial das ocupações estudantis (coordenado pelo proponente desta pesquisa), a saber, o profundo impacto subjetivo causado nas/nos ocupas pelo processo de ocupação e pós-ocupação de suas escolas, que influenciou no seu processo de (auto)formação como sujeitos políticos. Entre os objetivos secundários, conhecer o impacto desse processo na trajetória escolar das/dos ocupas, analisar o mapa das ocupações de escolas e IES (Instituição de Educação Superior) em 2015 e 2016 e caracterizar a estrutura e a dinâmica das ocupações secundaristas, incluindo suas relações com as ocupações de IES. Período: 2019 - atualmente |