Área de Concentração e Linhas de Pesquisa
Área de Concentração e Linhas de Pesquisa
A área de concentração do PPGH/UFFS é Fronteiras, Migrações e Sociedades.
Fronteiras, Migrações e Sociedades são as três grandes categorias de análise que moldam a área de concentração do programa de Pós-Graduação em História. A UFFS e o campus Chapecó, sede do PPGH, situam-se na região de fronteira do Brasil com a Argentina, sujo cenário histórico, social e cultural recentemente tem sido foco de estudos, principalmente depois da criação do PPGH/UFFS. Em cada porção de regiões de fronteira, sendo elas no território sul americano ou no exterior, há uma infinidade de histórias singulares vividas por fronteiriços e não fronteiriços ao sabor de acontecimentos particulares ou mais amplos (nacional ou global) que, ao serem devidamente estudados, explicitam uma multiplicidade de memórias, experiências, modos de vida e suas contradições. Fronteira é o eixo estruturante, articulador e propositivo do PPGH, ao mesmo tempo em que atua como local e/ou referencial de pesquisa histórica. As categorias Fronteiras, Migrações e Sociedades são aplicadas, junto aos conceitos de Movimentos Sociais, Poder, História Ambiental, Ciências, Cultura, Resistências e Decolonialidades, para pensar e repensar a região de fronteira, sejam estas políticas, econômicas, sociais, culturais e ambientais em recortes temporais e espaciais diversificados, a depender do acervo documental a ser explorado. Destas categorias e conceitos foram construídas as três linhas de pesquisas: “Fronteiras, Movimentos Sociais e Poder”, “História Ambiental, das Migrações e das Ciências” e “Culturas, Resistências e Decolonialidades”.
A linha de pesquisa “Fronteiras, Movimentos Sociais e Poder” vincula-se à categoria Fronteira, com foco nas diferentes formas pelas quais os sujeitos sociais se constituem, se relacionam, atuam e constroem a ordem social na região de fronteira, brasileira e argentina, com ênfase nos temas: movimentos sociais, relações de poder, conflitos agrários, campesinato, constituição de identidades, organização dos espaços, da vida social e da integração regional. A linha de pesquisa “História Ambiental, das Migrações e das Ciências” vincula-se à categoria Migrações e investiga os processos de povoamento, despovoamento e colonização das áreas de fronteiras, com ênfase nas populações indígenas, caboclas, colonos nacionais e imigrantes, assim como suas descendências. Tal categoria também permite a compreensão dos processos históricos de intervenção humana no meio ambiente e as influências do mesmo sobre as sociedades humanas em diferentes contextos políticos, históricos, ecológicos e culturais. A linha de pesquisa “Culturas, Resistências e Decolonialidades” vincula-se à categoria Sociedades, com ênfase nos diferentes movimentos e experiências sociais pelas quais os sujeitos elaboram processos históricos de resistência cultural, social, econômica e política, a partir da perspectiva epistêmica decolonial e/ou, de crítica ao colonialismo em um amplo campo de temas, temporalidades e recortes geográficos, com ênfase na América Latina.
Linhas de Pesquisas:
1 - História Ambiental, das Migrações e das Ciências
O estudo do meio natural pela perspectiva da História Ambiental e História das ciências tem sua relevância redimensionada e desencadeada por outras questões como: os processos migratórios; identidades; colonização, agricultura; fronteiras e seus espaços de conflitos; avanços científicos e tecnológicos; a biodiversidade; o patrimônio natural e cultural; animais e não humanos; entre outros. Para tais análises é necessário o estudo dos movimentos migratórios e dos processos de povoamento, despovoamento e colonização das áreas de fronteiras. A presente linha de pesquisa privilegia as investigações sobre as interações de diferentes grupos sociais com o meio ambiente e as influências do mesmo sobre as sociedades humanas em diferentes contextos políticos, históricos, ecológicos e culturais. Desta forma, a linha investiga e estuda as relações dos seres humanos com o meio natural, bem como a formação do povoamento, a economia, a identidade, as ciências e cultura dos povos e sociedades.
2 - Fronteiras, Movimentos Sociais e Poder
A linha de pesquisa Fronteiras, Movimentos Sociais e Poder privilegia investigações em três grandes eixos: a) a história e a historiografia sobre a fronteira aplicada ao Sul do Brasil, atento ao debate teórico em torno do conceito de fronteira, para explicitar a diversidade e a singularidade dos processos de povoamento, repovoamento, formação de identidades, relações de autoridade e poder de cada fração da fronteira do Brasil meridional observando relações políticas, econômicas, culturais e sociais, diretas e indiretas, dos países vizinhos; b) os estudos das formas e processos de mobilizações sociais sejam pela manutenção, contestação ou resistência que se consolidam em movimentos sociais rurais e urbanos analisados sob uma perspectiva teórica que articula historiografia e as teorias dos movimentos sociais tendo a região de fronteira como locus perpassado pelas ideias de Poder e Poder Local; c) os estudos da história e da historiografia da Guerra do Contestado (1912/16), bem como o contexto histórico anterior e posterior à Guerra para compreender o legado deste conflito ao longo de décadas na região do Contestado e além dele, amparados nos conceitos de Documento, Monumento, Memória, Lembrança e Esquecimento, Negação, Modernização, Conflito Social e Messianismo.
3 - Cultura, Resistências e Decolonialidades
A linha de pesquisa Cultura, Resistências e Decolonialidades enfatiza os diferentes movimentos e experiências sociais pelas quais os sujeitos constituem as identidades coletivas, interagem e constroem processos históricos de resistência cultural, social, econômica e política, a partir da perspectiva epistêmica decolonial e/ou, de crítica ao colonialismo. Propõe o desenvolvimento de pesquisas tanto no campo cultural, como social, político, econômico, etc., em um amplo campo de temas, temporalidades e recortes geográficos, com ênfase na América Latina, havendo como pontos de partida os conceitos de “resistência” (e as repressões a ela associada), e a decolonialidade (aqui entendida como a crítica aos colonialismos e colonialidades). Serão bem-vindas pesquisas nas áreas das ciências do tempo (História, Patrimônio Cultural e Arqueologia), não obrigatoriamente tendo que haver relações interdisciplinares entre as mesmas.