Publicado em: 21 de março de 2018 11h03min / Atualizado em: 22 de março de 2018 10h03min
Aprender sobre aprendizado de máquina, uma área da Inteligência Artificial, em aulas totalmente ministradas em inglês. Parece difícil? Pois é o que está acontecendo na sétima fase do curso de Ciência da Computação do Campus Chapecó. O professor Denio Duarte é o responsável pela disciplina, que atualmente é um projeto piloto. A ideia é o curso passar a oferecer outras disciplinas em inglês.
O aprendizado de máquina visa criar um modelo que descreva um determinado domínio de aplicação. O aprendizado do modelo é feito utilizando um conjunto de dados que descreve o domínio em questão. “Por exemplo, se é necessário criar um modelo para aprender como diagnosticar se um tumor é maligno ou não, o conjunto de dados de entrada deve ter informações sobre tumores como, por exemplo, forma e tamanho do tumor, tipo de célula afetada, entre outras. Assim, baseado no conjunto de entrada, o algoritmo cria um modelo que após testado e avaliado, pode predizer se uma determinada informação sobre um tumor caracteriza o tumor como benigno ou maligno”, explicou Denio.
Segundo ele, a ideia da disciplina ser lecionada na língua inglesa surgiu da sua passagem de um ano pela Suécia através do plano de afastamento para capacitação docente da UFFS. “No laboratório onde fiquei, a língua padrão era o inglês. Obviamente, todos sabem da importância de falar uma segunda língua e uma língua que é amplamente usada no mundo se torna ainda mais importante. No caso da computação, o inglês é quase nossa língua materna. Assim, achei que seria importante para os nossos estudantes já terem um contato em nível de estudo, preparando-os para trabalhar no exterior, seja na indústria, seja na academia”, afirmou.
Além disso, para o professor, os melhores eventos, centros, empresas usam o inglês para se comunicar. “O que o nosso estudante aprende no curso, ele pode aplicar diretamente em qualquer país, pois a engenharia de software (que corresponde às boas práticas de projeto de software) é a mesma. Além da maioria das boas referências biliográficas estarem em inglês. Quando alguma referência é traduzida, muitas vezes, a gente sofre com alguns erros que podem prejudicar o entendimento da área em questão”, reiterou.
Para o estudante que está fazendo a disciplina, João Marcos Campagnolo, a experiência de cursar uma disciplina em outra língua está sendo ótima, pois é uma oportunidade que até então não existia no curso. “Eu decidi cursar essa disciplina por acreditar que é uma grande oportunidade para treinar o meu inglês, tendo a chance de exercitar a conversação, que acredito ser minha maior dificuldade com a língua no momento. A didática do professor é bem receptiva, sempre atento às dificuldades de cada aluno e tentando se fazer entender por todos”, disse.
Sobre as dificuldades, João afirmou que a maior delas é se fazer entender em uma conversação, uma vez que a fala não está muito exercitada. “Muitas vezes você formula a sua fala na sua cabeça, mas ao proferi-la acaba se embaralhando ou trocando algumas palavras, justamente por causa do hábito de pensar em português e tentar falar em inglês”, explicou.
Mesmo com as dificuldades, para ele, o desafio é muito importante para a carreira na área. “A área de Computação nos dias de hoje exige que a sua segunda língua seja o inglês, uma vez que tudo que acontece nessa área acontece nessa língua. Inclusive os materiais e formas de pesquisa que possuímos atualmente são mais completos em suas versões em inglês”, concluiu.
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