Publicado em: 07 de março de 2018 09h03min / Atualizado em: 07 de março de 2018 17h03min
O Programa de Acesso e Permanência dos Povos Indígenas (PIN) recebeu em um evento, na segunda-feira (05), os novos estudantes indígenas que chegaram ao Campus Chapecó. Na recepção, os estudantes foram informados sobre questões acadêmicas específicas para eles e também puderam dialogar com os veteranos.
Para a presidente do PIN no Campus Chapecó, Dulce Franceschini, o evento foi muito bom, pois pôde-se estabelecer um diálogo entre o PIN, alunos indígenas, Coordenação Acadêmica e a Diretoria do Campus. “Isso nos permitiu refletir melhor sobre as políticas de permanência dos indígenas na UFFS. Além disso, também permitiu a visibilidade desse grupo de estudantes no universo de estudantes da UFFS, pois com a marca de seus clãs pintada no rosto, eles andaram até o anfiteatro do bloco B, em grupo, chamando a atenção da comunidade acadêmica”, relatou.
Agora, após o ingresso, todos os estudantes indígenas ingressantes farão juntos três disciplinas do domínio comum em turmas especiais, só de indígenas: Língua Portuguesa I, Introdução à Informática e Introdução ao Pensamento Social. Os alunos que desejarem poderão cursar também outras disciplinas ofertadas pelos seus cursos. “Por serem indígenas, a maioria proveniente de terras indígenas do Rio Grande do Sul e não terem recursos financeiros próprios, isso é, dependerem dos auxílios da UFFS para estudar, é permitido cursarem apenas 12 créditos no primeiro semestre, que é um período de adaptação aos estudos universitários”, explicou Dulce.
Atualmente, no Campus Chapecó são 77 estudantes indígenas matriculados, sendo 46 veteranos e 31 calouros. Destes, 27 são ingressantes pelo processo seletivo especial do PIN e 4 pelo Sisu – Enem. As principais dificuldades que os estudantes encontram são as de adaptação e, consequentemente, de aprendizagem. “Muitos professores não consideram as dificuldades específicas desse grupo e, infelizmente, muitos deles ainda sofrem situações de preconceito em sala de aula. Em um ambiente hostil muitos acabam desistindo”, alertou.
Ainda de acordo com Dulce, os estudantes indígenas que tiverem dificuldades de aprendizagem podem procurar o PIN que os encaminhará, quando necessário, para atendimento específico, com alunos voluntários ou monitores.
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