Publicado em: 13 de abril de 2017 16h04min / Atualizado em: 17 de abril de 2017 13h04min
A vestimenta, a postura, o cenário. Elementos que estão em muitas fotografias de mulheres foram alguns dos pontos analisados pela professora da UFFS – Campus Chapecó, Ariane Franco Lopes da Silva, em um estudo iniciado em 2015 e que agora tornou-se um capítulo no livro “Mulher: Leitora, Autora e Formadora”. A coautoria é do professor da Universidade Católica de Santos, Luiz Carlos Barreira.
Intitulado “Representações de mulher em revistas ilustradas do início do século XX: as fotografias e suas histórias”, o capítulo traz o estudo sobre fotografias do suplemento semanal Ilustração Portuguesa, do jornal O Século, de Portugal. Segunda a professora, estudaram-se “os indícios dos saberes de senso comum da época e sobre a identidade feminina. Para isso, que atores sociais poderiam registrar as diferentes ações e funções sociais das mulheres naquela época? Os fotógrafos, já que naquela época poucas pessoas liam em Portugal e no Brasil”, explica.
Conforme a professora, diferente da linguagem escrita e verbal, nas quais a mensagem é passada de maneira sequenciada, as imagens trazem muita informação de uma única vez. “O leitor da imagem capta informações passadas instantaneamente e vários aspectos são vistos de maneira global e simultânea. Por isso é uma maneira muito poderosa de se comunicar”, ressalta ela.
No material de pesquisa, segundo Ariane, a maior parte do retrato do cotidiano era feito somente pela fotografia. Além de comícios, do trabalho e de pessoas chegadas do interior, são fotografias posadas de personalidades e com status. Os jornais portugueses também chegavam ao Brasil via Porto de Santos, e a imprensa era uma formadora não escolar para as mulheres. Instruíram, por exemplo, qual roupa usar ou como se portar a mulheres não leitoras.
Percebeu-se, durante as análises, algumas questões em comum nas fotografias: o gestual, a vestimenta, a expressão facial, os acessórios. A maioria das fotografias era feita dentro das casas ou, no máximo, no jardim, com a mulher rodeada de flores. “Mas começaram a surgir também imagens das mulheres trabalhadoras: as pescadoras, as que atuavam nas casas de outras mulheres e as mães. As artistas – cantoras de ópera, atrizes do teatro e dançarinas –, mulheres públicas e com status na sociedade, aparecem bastante. E, claro, as mulheres da realeza”, revela.
Para contextualizar Portugal e o Brasil da época, a professora contou com a colaboração do professor Luiz Carlos Barreira. A leitura das imagens foi feita pela professora à luz da Teoria das Representações Sociais, além de outros estudos sobre o papel do corpo e do movimento humano como veículos de expressão e comunicação. O livro é editado pela Leopoldianum, editora da Universidade Católica de Santos.
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