Publicado em: 23 de novembro de 2017 14h11min / Atualizado em: 23 de novembro de 2017 14h11min
De uma reportagem na televisão para uma ideia, para um sonho e para uma ação. Depois de meses de expectativa e de muita persistência, o técnico em química da UFFS – Campus Chapecó, Marcelo Guerreiro Crizel, recebeu sementes de 24 espécies de árvores para o plantio na Instituição. Mas não são quaisquer sementes: de certa forma, uma parte da Rio 2016 também estará na UFFS – Campus Chapecó, em forma de troncos, folhas, sombras.
Na cerimônia de abertura das Olimpíadas Rio 2016, foram depositadas, pelos atletas, em totens, mais de 13 mil sementes, que formaram os arcos olímpicos verdes. Os bilhões de expectadores do espetáculo de abertura receberam a informação de que, futuramente, as mudas seriam plantadas para a formação da Floresta dos Atletas e do Bosque dos Medalhistas. Tudo estaria feito para a apresentação em um documentário a ser exibido nas Olimpíadas de 2020, em Tóquio.
Porém, diferente disso, e como mostrou uma reportagem de um programa esportivo exibida em agosto, o número de árvores plantadas é bem inferior ao que o Comitê Rio 2016 propôs à comunidade mundial, quando estabeleceu o dossiê de candidatura. Seriam 24 milhões de mudas, porém, até o momento, sequer houve o plantio das 12 mil mudas na Floresta dos Atletas ou das 2,5 mil mudas no Bosque dos Medalhistas. Apenas cem mudas foram simbolicamente plantadas no Dia da Árvore.
Crizel relatou ter ficado chateado ao assistir à reportagem. Ele considerou tal situação “uma total ingerência e descaso dos governos”. Mas ele não ficou parado: já havia planejado e executado uma ação no Dia da Árvore na UFFS – Campus Chapecó, é membro da Comissão de Arborização do Campus Chapecó e, então, resolveu contatar a empresa que realizou as ações que envolveram as mudas das Olimpíadas.
A primeira tentativa foi conseguir mudas plantadas nas aberturas dos jogos. O representante da empresa informou que não poderia enviar mudas, mas ofereceu sementes – que são catalogadas e, portanto, podem ser acompanhadas pela imprensa. Crizel aceitou e as tratativas foram repassadas a outra funcionária da empresa. Houve uma demora no envio, mas, enfim, no início de novembro, chegaram os pacotes identificados com as espécies nativas de todo o Brasil.
Para o técnico, é uma honra ter as sementes, “trazer um pedacinho de todo o envolvimento do país com estes jogos para perto da comunidade chapecoense e frequentadores da UFFS. O plantio deste quantitativo ajudará a disseminar o Espírito Olímpico pelo país, uma vez que toda a nação foi inspirada, empolgada e comprometida com tal evento, e nada mais importante do que distribuirmos algumas espécies a interessados que cuidem e criem, em suas cidades, pequenos ‘bosques olímpicos’ lembrando o evento ocorrido”.
A coordenadora administrativa da UFFS – Campus Chapecó, Ana Cláudia Lara Prado, elogiou a atitude. “Ações como essas que estão sendo desenvolvidas para a melhoria do ambiente do Campus são de extrema importância, as árvores são bens valiosos e propiciam qualidade de vida, tornam o ambiente mais agradável com suas cores e sombras, além da reflexão que as ações nos proporcionam sobre o meio ambiente e a natureza”. Já a diretora da UFFS – Campus Chapecó, Lísia Regina Ferreira, declara valorizar a iniciativa do técnico. “São boas práticas como esta que contribuem para o bem-estar das pessoas que convivem diariamente na Universidade”.
Algumas sementes já foram plantadas. Até as mudas estarem prontas para irem ao solo, a Comissão de Arborização vai definir quais espaços receberão as árvores. Apesar da decisão depender de toda a Comissão, Crizel já consegue imaginar um bosque – não só para a UFFS, mas para Chapecó – com as espécies da Rio 2016.
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