Publicado em: 05 de fevereiro de 2025 10h02min / Atualizado em: 05 de fevereiro de 2025 10h02min
Professores de anos iniciais da rede pública estadual de ensino participaram, nesta terça-feira, dia 4, de um encontro de formação promovido pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), em parceria com a Coordenadoria Regional de Educação (CRE) Chapecó, realizado do auditório do Bloco C do Campus Chapecó. Ao longo do dia, os docentes acompanharam palestras sobre temas como autocuidado, acolhimento das diversidades e os desafios impostos pela recente regulamentação, em nível federal, do uso de celulares nas escolas.
Conforme a coordenadora do projeto, Maria Lucia Maraschin, esse foi o primeiro passo da formação em 2025. A proposta é, ao longo do ano, seguir com atividades remotas e realizar um novo encontro presencial. Maria Lucia abriu os trabalhos, com a primeira palestra da manhã, na qual abordou “A cultura do cuidado de si na práxis pedagógica”. Em sua fala, contou que com sua experiência pessoal percebeu, ao longo de sua trajetória de vida, a importância da escrita como exercício de cura.
“Nunca tivemos tantas doenças psicossomáticas como temos hoje”, destaca Maria Lucia. Ela afirma que a escrita terapêutica pode ser uma ferramenta de autocuidado, tanto para os educadores, quanto para os estudantes, na superação dos desafios pessoais e profissionais. Segundo a professora, no ambiente escolar é fundamental que a escrita deixe de ser “um castigo” e passe a ser um exercício terapêutico.
A professora Claudia Simone Fantin, consultora educacional da CRE-Chapecó, também trouxe sua experiência pessoal para falar sobre “A diversidade como princípio educativo”. Em fase de recuperação de um câncer, ela destacou a importância “do olhar pedagógico para todos em suas especificidades”, sejam elas por alguma necessidade especial, pela aparência ou mesmo pela origem e diferenças culturais.
“Migração como direito humano” foi o tema da palestra ministrada pela professora Rosenei Cella, que atua com projetos voltados aos imigrantes na UFFS. De acordo com ela, crianças e adolescentes imigrantes estão na escola e enfrentam muitas dificuldades, tanto em relação ao idioma quanto pelas diferenças culturais, e precisam ser acolhidos. “Também sou professora de Língua Portuguesa em escola pública, tenho estudantes imigrantes na minha sala de aula. Precisamos aproveitar essa diversidade, não como um problema, mas como novas possibilidades", pontua.
As professoras Marlei Dambros e Lucelia Peron trabalharam o tema “Excesso de telas e as implicações para o trabalho docente: perfil e características dos atuais estudantes”, que conversa diretamente com um novo desafio para os docentes neste ano letivo: a lei federal que regulamenta o uso de celulares nas escolas. Ambas têm projetos de pesquisa que trabalham a relação entre as novas tecnologias e a educação.
Marlei destaca que o problema das telas é o excesso, por questões cognitivas, emocionais e físicas, que estão afetando os estudantes. Ela ressalta que a nova lei deve ser vista sob uma perspectiva de regulamentação e não de proibição. “Os professores precisam compreender isto como um processo que vem auxiliar o processo pedagógico como um todo. Porque não extingue o uso, mas regulamenta. Isto é importante que fique claro para a comunidade como um todo”, destaca.
Lucelia, que trabalha os desafios da formação de professores diante do perfil atual dos estudantes, que já nascem em um contexto tecnológico, ressalta que “todos nós sabemos dos benefícios que os artefatos tecnológicos trazem. Então, a proposta não é extinguir, mas fazer um uso consciente e crítico”. Como lembra Marlei, “não se trata de uma visão tecnofóbica, muito pelo contrário”, é importante que os professores compreendam que o uso excessivo afeta o desenvolvimento cognitivo, emocional e físico, principalmente devido ao isolamento social que isto gera.
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