DECISÃO Nº 23/CONSUNI CPPGEC/UFFS/2023

Aprova proposta de curso de pós-graduação lato sensu Aperfeiçoamento Escola da Terra, da Universidade Federal da Fronteira Sul.

O PRESIDENTE DA CÂMARA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO, EXTENSÃO E CULTURA (CPPGEC), DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO (CONSUNI) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL (UFFS), no uso de suas atribuições legais, considerando o Processo nº 23205.022502/2023-95,


DECIDE:

Art. 1º Aprovar a proposta de curso de pós-graduação lato sensu Aperfeiçoamento Escola da Terra, da UFFS, conforme Anexo I da presente Decisão.

Art. 2º O curso, com carga horária total de 180 (cento e oitenta) horas, será ofertado pelo Campus Laranjeiras do Sul-PR, no período de outubro de 2023 a junho de 2024.

Art. 3º Esta Decisão entra em vigor na data de sua publicação no Boletim Oficial da UFFS.

Sala das Sessões da Câmara de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura do Conselho Universitário, 8ª Sessão Ordinária, em Chapecó-SC, 18 de setembro de 2023.

 

WILLIAN SIMÕES
Presidente da Câmara de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura
JOÃO ALFREDO BRAIDA
Presidente do Conselho Universitário

 

ANEXO I

(DECISÃO23/CONSUNI/cppgec/UFFS/2023)

 

PROPOSTA DE CURSO DE APERFEIÇOAMENTO ESCOLA DA TERRA PARA OFERTA NO CAMPUS LARANJEIRAS DO SUL


1.Dados
da IES

Instituição: Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS
Reitor: Marcelo Recktenvald
Vice-Reitor: Gismael Francisco Perin
Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação: Clevison Luiz Giacobbo
Diretor de Pós-graduação: Margarete Dulce Bagatini
Diretor do Campus: Fábio Luiz Zeneratti

2. Dados de Identificação do Curso

Nome do curso: Fundamentos e Práticas em Educação do Campo

Área de conhecimento (Tabela CNPq/CAPES): Educação CÓDIGO DO CNPq 7.08.00.00-6

Forma de oferta: Presencial - Alternância

Linha de Pesquisa que está ligado: Organização do trabalho pedagógico e práticas educativas nas escolas do campo

Grupo de Pesquisa que está ligado: Grupo de Pesquisa em Educação do Campo, Cooperação e Agroecologia (GECCA)

Campus de oferta: Laranjeiras do Sul - PR

de vagas:

Turma 1 Escolas multianos: 50 vagas

Turma 2 Escolas multi-idades e por Ciclos: 50 vagas

Curso(s) proponente(s): Curso Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências Sociais e Humanas - Licenciatura

Fonte do Recurso: TED 12515 MEC



3. Coordenação
Coordenadora

Ana Cristina Hammel

Titulação: Doutora

Regime de contratação: Magistério Superior (DE)

Experiência acadêmica e profissional Doutorado em História. Possui graduação em história e graduação em pedagogia pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (2020/2006) e mestrado em Educação pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2013). Atuou por 10 anos na educação básica na Secretaria de Estado de Educação do Paraná, sendo em grande maioria nos processos de gestão da escola. Atualmente é docente da Universidade Federal da Fronteira Sul. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação, atuando principalmente nos seguintes temas:

formação de educadores, ciclo de formação; escola; educação do campo, ciclo de formação humana, avaliação, área do conhecimento, educadores do campo, história, memória e ensino.

Endereço do Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1902013686022606

Contato

E-mail: ana.hammel@uffs.edu.br

Telefone: (42) 36358684 - (42) 99999 5082



Vice-Coordenador

Nome completo: Fabio Pontarolo

Forma de Contratação: Efetivo

Titulação: Doutorado em História (UNIOESTE)

Experiência Profissional: Graduado em História pela UNICENTRO (2004), mestre em História pela UFPR (2007) e doutor em História pela UNIOESTE (2019). Atua desde 2014 como professor adjunto da Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS, campus Laranjeiras do Sul/PR lecionando principalmente no curso de Licenciatura Interdisciplinar em Educação do Campo - Ciências Sociais e Humanas. Tem experiência de pesquisa na área de História, com ênfase em História do Brasil Império, questão agrária, degredo, livres pobres e indígenas Kaingang. Em suaexperiência docente lecionou disciplinas nas áreas de História, Sociologia, Antropologia e Filosofia para o ensino fundamental, médio e superior.

Endereço Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7120360957945819


4. Carga Horária

Carga horária total: 180 horas

Tempo Universidade: 100h

Tempo Comunidade: 80h


5. Período e Periodicidade

Início do curso: outubro de 2023

Término do curso: junho de 2024

Turno de oferta: (X ) matutino (X )vespertino ( X) noturno

Carga horária por turno: 04

Início do turno: matutino: 07h30 vespertino: 13h30 noturno: 18h40

Término do turno: matutino: 11h50 vespertino: 17h50 noturno: 23h10

- (Indicar o período de duração do curso (início e fim) e o turno, com a carga horária por turno, início e fim de cada turno)

- Considerar aulas de 4 horas por turno.

6. Justificativa

Inicialmente, é importante sublinhar que as classes multisseriadas, no Brasil, correspondem a um total próximo de 50% das escolas do campo. No Paraná esse número embora tenha sido drasticamente reduzido nos últimos períodos, ainda apresenta um expressivo contingente de docentes atuando nesses espaços. Recentemente, no ano de 2019, o Estado do Paraná, implantou o sistema de multiano nas turmas do 6º ao 9º ano em toda a rede pública estadual, são 72 escolas no campo, com mais de 400 professores. Nessas turmas, os professores lecionam para educandos de diferentes anos do Ensino Fundamental (e, em algumas situações, atendem concomitantemente, de forma não regulamentar, aos educandos da educação infantil)

Historicamente, as classes multisseriadas têm sido consideradas um ensino de segunda categoria e relegadas a uma condição inferior, com muitos Dirigentes de Educação e professores optando por esquecê-las. A necessidade de manutenção dessas escolas abertas no campo, tem levado as redes de ensino público a repensar a forma de organizar essas escolas, sendo que desde 2018 vários municípios paranaenses em optando pela multisseriação das escolas no campo.

Desde 2015 o Estado do Paraná vem ofertando via Ministério da Educação o Programa Escola da Terra, o programa é uma Ação Continuada de Formação de Educadores do Campo, com oferta em diferentes Estados do Paraná, a partir de uma reorganização do Programa Escola Ativa ofertado no Paraná pela UFPR até 2013. A UFFS, campus Laranjeiras do Sul, tem sido acompanhada de outras universidades no Estado, a responsável pela oferta e certificação dos cursistas, sendo certificados nas três edições anteriores cerca de 800 docentes. A experiência acumulada nos anos anteriores demonstram que as classes multisseriadas podem ter uma estrutura que rompe com a precarização e qualifica a organização do trabalho pedagógico, desde a relação próxima com a comunidade escolar e um currículo que dialogue com a realidade do campo paranaense. Portanto a formação continuada dos educadores ganham destaque nesse sentido.

Outra realidade presente nas comunidades do campo paranaense são as escolas organizadas em Ciclos de Formação Humana (CFH), são aproximadamente 17 escolas, com mais de mil educandos matriculados e mais de cem docentes atuando. Essas escolas encontram-se em áreas de assentamentos e acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Essas escolas vêm acumulando em seu processo educativo a organização não seriada, embora não trabalham diretamente com a multiserie, vêm se dedicando a organizar os educandos por ciclos de formação humana. O ciclo considera outros fatores para além do nível de aprendizagem que os aprendentes se encontram, como o desenvolvimento e a maturidade.

Nesses anos de formação foi possível identificar as características das pequenas escolas do e no campo, que nem sempre entram na lógica dos sistemas escolares associados a uma sociedade urbanizada e industrializada. E é em nome da modernidade que, mais frequentemente, se tenta eliminá-las, essa lógica vem mudando, puxadas pelas mudanças na lógica de produção do campo e das famílias camponesas. Por isso, elas se constituem em um importante laboratório. Porque conduzem a pensar diferentemente o ato educativo. Elas abrem, por exemplo, a possibilidade de construção de relações em um grupo onde seus componentes podem construir progressivamente sua identidade e seu lugar, onde se aprende a escuta e o respeito ao outro, em prazos maiores e dentro de uma história que tem um tempo indeterminado. Em uma classe multisseriada, o grupo pode se formar pouco a pouco, tranquilamente. Ela tem uma continuidade e é enriquecida gradativamente pelas crianças que entram e que, ao mesmo tempo, aproveitam a riqueza daquelas que nela já estão (ou, até, das que já saíram). Os menores veem os grandes fazer, ler, escrever, medir, comunicar, experimentar etc. e isso proporciona uma imagem do que poderão ser quando "forem grandes". Para os maiores, os pequenos permitem que eles consolidem suas aprendizagens, que se deem conta do caminho que eles mesmos percorreram, que construam uma imagem positiva de si mesmos. ssa imagem positiva e essa autoestima são indispensáveis na construção da identidade e, por consequência, no sucesso na aprendizagem.

Outra referencia importante é a relação com a comunidade, com a cultura e com o mundo do trabalho, aspectos relevantes que estão no cotidiano escolar. As escolas estão em constante relação com o mundo em que a crianças vivem, assim conseguindo discutir as problemáticas com mais propriedade, dialogar com as famílias num continuo processo educativo, é possível aprender as coisas da escola e da vida. E os elementos da rotina que geram segurança têm o tempo de ser estabelecidos. Quando uma criança entra nessas escolas, ela não entra em um lugar separado de sua vida. Ela entra em um lugar que faz parte do alargamento de seus círculos, podendo se construir para participar de forma cada vez mais complexa de um grupo, para prosseguir com ele sua própria evolução. Ou seja, há uma dilatação progressiva e sem rupturas dos círculos relacionais da criança e a sua construção em um ambiente físico e social com o qual ela está em estreito contato.

Na maioria das pequenas escolas localizadas no meio rural existem condições adversas no seucotidiano, ocorre falta de materiais didático-pedagógicos e de formação continuada, acúmulo de funções e precarização das estruturas. No geral, constata-se uma rotatividade dos professores que atuam nessas escolas, justamente onde seria necessária a experiência da docência acumulada ao longo da vida. Não é demais lembrar as dificuldades que os professores enfrentam no planejamento e organização do trabalho pedagógico nas escolas multisseriadas e itinerantes, porque lidam com educandos de faixas etárias, interesses e níveis de aprendizagem muito variados.

Nesse contexto, no presente projeto sinalizam-se alguns eixos essenciais que deverão orientar a prática aqui proposta, de formação pedagógica dos docentes destas escolas e de estímulo a sua organização social, política e profissional, a saber:

  1. Organizar os processos de ensino-aprendizagem: por meio de formas progressivas de avanço escolar, de modo que, conforme já está previsto na Lei de Diretrizes e Bases (LDB), a criança não tenha que repetir ano;

  2. Integrar os diferentes, promovendo espaços inclusivos: Organizar o espaço da sala de aula e adotar métodos e técnicas pedagógicas de forma a criar condições de relacionamentos entre educandos de diferentes graus e idades nos processos de ensino-aprendizagens;

  3. Equipe docente: Escola multisseriada não significa unidocência. É praticamente impossível um bom trabalho pedagógico numa classe heterogênea e numerosa. A prática de outros países, e mesmo práticas de municípios brasileiros indicam que o ideal seria até no máximo 12 educandos de diferentes graus, a partir do que começa a se organizar outra turma. Ademais, uma equipe de especialistas itinerantes, alocada na Secretaria de Educação ou organizada por área ou zona escolar a ser atendida, poderá dar atendimentos especializados a cada turma;

  4. Articulação de escolas por proximidade geográfica: Em vez de nucleação escolar, através do transporte de educandos a um centro determinado, criar o que poderia ser chamado de zoneamento escolar que consiste em mapear escolas próximas que formam grupos permanentes para efeito de:

- Reunir os professores periodicamente e, sob assessoria, planejar conjuntamente e ter formação continuada processual a partir de suas realidades escolares;

Facilitar a assessoria pedagógica ao professor regente em serviço, bem como facilitar o serviço docente especializado em áreas como Educação Especial, Educação Física, Artes etc. Sob planejamento, esses especialistas circularão regularmente de escola em escola (uma vez por semana em cada uma delas) para atender aos educandos na sua especialidade.

  1. Vivência comunitária: É essencial que o educador viva na comunidade onde trabalha. Para isso, no plano de carreira do magistério, ou por meio de outra norma, se esse plano ainda não existir, que se busque a instituição de vantagem salarial e/ou auxílio moradia, assim como outras formas de incentivo ao docente que queira viver na própria comunidade onde exerce a docência.

  2. Desenvolver a cooperação na escola, aprender formas de diálogos com a agroecologia que possibilitem perceber uma formação que colabore para um novo modelo societário, pautado na solidariedade, na diversidade, na sustentabilidade e na interrelação entre a natureza e o ser humano. Outro elemento de acumulo para a UFFS e as instituições parcerias no Escola da Terra, tem sido o trabalho com a alternância. No campus de Laranjeiras do Sul o Curso de graduação Interdisciplinar em Educação do Campo Ciências Sociais e Humanas ofertado em regime de alternância tem sido locus de troca de experiências com seus docentes e acadêmicos compondo o coletivo do Programa de Formação Continuada Escola da Terra, alguns tem composto o coletivo de formadores, participado das formações como cursistas e mesmo contribuindo na organização da logística do Curso nos polos de formação.

Assim, além da contribuição acumulada na formação dos educadores do campo paranaense, o Programa tem sido um espaço de pensar, experimentar e reconstruir práticas pedagógicas para própria UFFS, campus de Laranjeiras do Sul, em seus cursos de formação inicial de educadores e outros que trabalham com camponeses e também tem nos aproximados de outras instituições do ensino superior no estado, o que vem acumulando para todos os envolvidos no Programa Escola da Terra.

A Formação de Professores

A formação continuada ou em serviço é um direito e uma necessidade de todos os trabalhadores, incluindo-se aí, o professor. Na verdade, é a forma, por excelência, de torná-los melhores profissionais, beneficiando toda a sociedade.

Se pensarmos especificamente na educação do campo, maior se revela esta necessidade, pois no ensino superior nas licenciaturas, de modo geral raramente são estudadas temáticas do mundo rural; o que cria um fosso entre o que o professor aprende na graduação e a realidade em que ele atua.

Outro aspecto fundamental é que, para lidar com as questões inerentes à escola do campo, o professor ou a professora precisa conhecer alternativas educacionais adequadas ao meio rural. Precisa ficar a par dos modelos experimentados e consagrados por educadores de diferentes regiões do Brasil e do mundo. Tais propostas empregam referenciais teóricos e metodológicos apropriados às diferentes populações do campo e a seus modos de vida. Recorde-se que os processos pedagógicos adequados à Educação do Campo se utilizam de organizações curriculares com outros tempos e espaços, com menor fragmentação disciplinar, com conteúdos ligados à vida e ao trabalho, com formas de agrupamento que promovem o aprendizado dos educandos e que contemplam a rica diversidade de jeitos de produzir a existência no campo.

 

7. Histórico da Instituição

A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) é uma instituição de ensino superior pública e popular. Criada pela lei n. 12029, de 15 de setembro de 2009, a UFFS abrange municípios do sudoeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e noroeste do Rio Grande do Sul. Desde sua criação, a UFFS já conta com seis campi: Chapecó-SC (onde se encontra sua reitoria), Realeza-PR, Laranjeiras do Sul-PR, Cerro Largo-RS, Passo Fundo-RS e Erechim-RS. A área de influência da UFFS abrange fundamentalmente a denominada "Mesorregião da Grande Fronteira do Mercosul" (Ministério da Integração Nacional - MI), que historicamente esteve desassistida pelo poder público no tocante ao acesso à educação superior (PDI, 2012). Tal mesorregião engloba 364 municípios (marcadamente pequenos) e uma população total de 3.553.963 (IBGE, 2010). A UFFS tem como missão: 1. Assegurar o acesso à educação superior como fator decisivo para o desenvolvimento da região da fronteira sul, a qualificação profissional e a inclusão social; 2.

Desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão buscando a interação e a integração das cidades e estados que compõem a grande fronteira do Mercosul e seu entorno; 3. Promover o desenvolvimento regional integrado, condição essencial para a garantia da permanência dos cidadãos graduados na região da fronteira sul e a reversão do processo de litoralização hoje em curso.

A UFFS tem como metas:
1. Promover o desenvolvimento regional integrado, entendido como condição essencial para a garantia da permanência dos cidadãos na região;
2. Assegurar o acesso ao ensino superior como fator decisivo para o desenvolvimento das capacidades econômicas e sociais da região, a qualificação profissional e o compromisso de inclusão social;
3. Desenvolver o ensino, a pesquisa e a extensão como condição de existência de um ensino crítico, investigativo e inovador e a interação entre as cidades e estados que compõem a grande fronteira do Mercosul e seu entorno.

No campus Laranjeiras do Sul da UFFS já foram ofertados dois cursos em nível de especialização que possibilitaram um acúmulo de debates e experiências relacionadas à formação de professores: o curso de Especialização em Educação do Campo (2016-2017) e o curso de Especialização em Realidade Brasileira - primeira edição (2018-2019). A segunda edição do curso de Especialização em Realidade Brasileira finalizada neste ano de 2023. Estes cursos evidenciaram a necessidade da oferta de atividades para a formação continuada dos professores do campo como alternativa para qualificar a educação básica e ampliar a abrangência da UFFS no território em que está inserida, conforme já exposto. Os cursos ofertados, inclusive em seus princípios teórico metodológicos, são base para esta proposta apresentada.


8. Objetivos

Promover a melhoria das condições da aprendizagem e da permanência dos educandos do campo em suas comunidades, por meio do apoio à formação de professores que atuam nas turmas dos anos iniciais do ensino fundamental compostas por educandos de variadas idades, e em escolas itinerantes, fortalecendo a escola como espaço de vivência social e cultural.



9. Público-Alvo

Professores das escolas situadas em área rural do estado do Paraná.



10. Concepção do Programa

Formação continuada - "Escola da Terra"
O que é a ação governamental Escola da Terra?

 

A ação "Escola da Terra", do MEC, destina-se especialmente à formação continuada e acompanhada dos professores das chamadas escolas multisseriadas e das escolas situadas em comunidades quilombolas.

Essa ação propõe como principal estratégia de educar a utilização de recursos pedagógicos que estimulem a construção do conhecimento do aluno e a valorização de seu contexto sociocultural. A Escola da Terra está instituída no MEC/SECADI pela Portaria n. 579, de 2 de julho de 2013, para dar concretude ao Programa Nacional de Educação do Campo - Pronacampo e ao "Decreto da Educação do Campo" (Decreto n. 7.352/10) .
O que diz a Portaria:
Art. 1º Fica instituída a Escola da Terra como uma das ações do Programa Nacional de Educação do Campo - Pronacampo, por meio da qual o Ministério da Educação, por intermédio Diretoria de Politicas de Educação do Campo, Indígena para as Relações Étnico-Raciais e em regime de colaboração com estados, Distrito Federal e com as prefeituras municipais, reafirma e aprofunda o compromisso previsto no Decreto nº 7.352, de 4 de novembro de 2010, de ampliar e qualificar a oferta de educação básica e superior às populações do campo.(...)
Art. A Escola da Terra compreende os seguintes componentes:
1 - formação continuada e acompanhada dos professores que atuam em escolas do campo, nas
turmas dos anos iniciais do ensino fundamental compostas por educandos de variadas idades, e em escolas de comunidades quilombolas, bem como daqueles professores responsáveis pela assessoria pedagógica a essas escolas, doravante chamados tutores;
2 - materiais didáticos e pedagógicos; III - monitoramento e avaliação; e IV - gestão, controle e mobilização social.
Em outras palavras, conforme consta no site do MEC, é uma ação que:
Caracteriza-se por promover a formação continuada de professores para que atendam às necessidades específicas de funcionamento das escolas do campo e daquelas localizadas em comunidades quilombolas, oferecer recursos: livros do PNLD Campo e Kit pedagógico que atendam às especificidades formativas das populações do campo e quilombolas, apoiar técnica e financeiramente aos estados, Distrito Federal e municípios para a ampliação e a qualificação da oferta de educação básica às populações do campo e quilombolas em seus respectivos sistemas de ensino.

Ainda, conforme indica o site do MEC:

A adesão à proposta de formação do Programa Escola da Terra será feita pela secretaria estadual, distrital ou municipal de educação por meio do SIMEC, em módulo específico Escola da Terra, onde o gestor indicará as escolas e o número de professores cursistas a serem atendidos, assumindo como contrapartida o apoio necessário ao desenvolvimento da ação, conforme termo de compromisso.

A Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus de Laranjeiras do Sul, acumulou experiência na formação de educadores de escola do campo ao ofertar um curso de 244 horas entre os anos de 2013, 2014 e o primeiro semestre de 2015, formando cerca de 400 professores em três polos, atendendo na época diversos níveis de ensino em diferentes escolas de educação básica do campo. Os docentes da UFFS compreendem que a formação do educador não pode prescindir do ambiente universitário e do tripé ensino, pesquisa e extensão, garantindo uma formação sólida e diversificada. Por outro lado, as condições de existência a que estão submetidos estes educadores exigem que se desenvolvam estratégias de organização do tempo, do espaço e dos processos pedagógicos que permitam aos educadores freqüentarem os cursos, sem prejuízo para sua formação e para o seu trabalho. Assim, as estratégias possibilitadas pelo curso de aperfeiçoamento da ação Escola da Terra, conjugadas às experiências de educação do campo já desenvolvidas no Paraná constituem possibilidades de melhoria da formação dos professores que atuam nas escolas do campo. Por reconhecer o papel das universidades públicas na oferta de cursos de formação continuada e a grande demanda retida no campo por qualificação de professores e, ainda pela falta de programas voltados à educação do campo, com qualidade social, é que a UFFS apresenta esta proposta. Através dela, se pretende dar suporte à formação de professores que atuam em classes multisseriadas e escolas itinerantes no campo, pretende-se, assim, promover a melhoria das condições de acesso, permanência e aprendizagem dos educandos do campo em suas comunidades no Paraná.


11.Matriz
curricular

Componente Curricular

Carga horária

Orientação para construção do diagnóstico das escolas e comunidade - Inventário da Realidade;

20 hs TU e 30hs TC

Organização do Trabalho Pedagógico do Campo

20 hs TU e 10hs TC

Práticas Educativas da Escola da Infância e Adolescência no Campo.

20hs TU e 10hs TC

Cooperação e Agroecologia na Escola do Campo

30hs TU e 10hs TC

Seminário de avaliação do Curso

10hs TU

Seminário Local

20hs TC

CARGA HORÁRIA TOTAL

180horas

Após a aprovação da proposta, é obrigatório que o Coordenador envie para DPG o cronograma detalhado de oferta, com docente e data de início e fim de cada turma para abertura do curso no Sistema de Gestão de Pós (SGP).

- Considerar aulas de 4 horas por turno;


12. Corpo Docente

Nome completo: Ana Cristina Hammel

Titulação: Doutora

Regime de contratação: Magistério Superior (DE)

Experiência acadêmica e profissional Doutorado em História. Possui graduação em história e graduação em pedagogia pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (2020/2006) e mestrado em Educação pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2013). Atuou por 10 anos na educação básica na Secretaria de Estado de Educação do Paraná, sendo em grande maioria nos processos de gestão da escola. Atualmente é docente da Universidade Federal da Fronteira Sul. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de educadores, ciclo de formação; escola; educação do campo, ciclo de formação humana, avaliação, área do conhecimento, educadores do campo, história, memória e ensino.

Endereço do Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1902013686022606

 

Nome completo: Roberto Antônio Finatto

Forma de Contratação: Efetivo

Titulação: Doutor em Geografia (UFSC)

Experiência Profissional: Doutor em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina Mestre em Geografia (2010) pela Universidade Federal de Santa Catarina. Graduado em Geografia (2007) pela Universidade Federal de Pelotas. É líder do Grupo de Pesquisa Educação do Campo, Cooperação e Agroecologia (GECCA) e membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Região, Urbanização e Desenvolvimento (NERUD). Professor Adjunto A da Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Laranjeiras do Sul/PR.

Endereço Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1040368644362393

 

Nome completo: Marcos Gehrke
Titulação: Doutorado em Educação
Forma de Contratação: Efetivo
Experiência Profissional: Graduação em Pedagogia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (1996); Mestrado em Educação pela Universidade Federal do Paraná (2010) e Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Paraná (2014). Professor adjunto da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) e do Programa de Pós- Graduação em Educação (PPGE). Coordenador do Curso de Pedagogia para Indígena. Tem experiência na área de Educação, com ênfase nos seguintes temas: formação de educadores, educação do campo, educação escolar indígena, escola itinerante, escola do campo, biblioteca escolar, práticas de leitura e escrita. Membro da Rede Latino-Americana de Estudos e Pesquisas marxistas em Educação do Campo. Membro do Programa Interinstitucional de pesquisa e formação intercultural/bilingue de professores indígenas do Paraná.
Endereço Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2504684330782635

 

Nome completo: Anelize de Souza Muller Campos

Titulação: Mestre em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável

Forma de Contratação: Colaboradora

Experiência Profissional: Graduação em Licenciatura em Ciências Agrícolas pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2007) Licenciatura em Pedagogia pela UNIFACVEST, Mestrado em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável - UFFS. (área de estudo, Desenvolvimento Rural Sustentável através da Pedagogia da Alternância em Casas Familiares Rurais ) Atuou como professora da Casa Familiar Rural de Nova Laranjeiras e do Centro Estadual de Educação Profissional Visconde de São Leopoldo. Atualmente é Pedagoga na Escola Itinerante - SEED/PR.

Endereço Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0474536137519791

 

Nome completo: Fábio Luiz Zeneratti

Titulação: Doutorado em Geografia (UEL)

Forma de Contratação: Efetivo

Experiência Profissional: Doutor em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Mestre em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Especialista em Gestão Ambiental pela Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí (FAFIPA).

Graduado em Geografia, Licenciatura, pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Docente da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Laranjeiras do Sul-PR, curso Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências Sociais e Humanas. Atua nas áreas de Geografia Humana, especialmente na Geografia Agrária. É pesquisador com experiência nos seguintes temas: Questão Agrária, Campo Brasileiro, Movimentos Socioterritoriais, ReformaAgrária, Assentamentos Rurais, Recriação Camponesa e Cooperativismo.

Endereço Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4829900323258469

 

Nome completo: Fabio Pontarolo

Forma de Contratação: Efetivo

Titulação: Doutorado em História (UNIOESTE)

Experiência Profissional: Graduado em História pela UNICENTRO (2004), mestre em História pela UFPR (2007) e doutor em História pela UNIOESTE (2019). Atua desde 2014 como professor adjunto da Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS, campus Laranjeiras do Sul/PR lecionando principalmente no curso de Licenciatura Interdisciplinar em Educação do Campo - Ciências Sociais e Humanas. Tem experiência de pesquisa na área de História, com ênfase em História do Brasil Império, questão agrária, degredo, livres pobres e indígenas Kaingang. Em suaexperiência docente lecionou disciplinas nas áreas de História, Sociologia, Antropologia e Filosofia para o ensino fundamental, médio e superior.

Endereço Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7120360957945819

 

Nome completo: Maria Isabel Farias

Titulação: Mestrado em Geografia (UNESP)

Forma de Contratação: Efetiva

Experiência Profissional: Graduação em Geografia pela UNIOESTE- Francisco Beltrão, Mestrado em Geografia pela UNESP de Presidente Prudente, Doutoranda em Geografia pela UNIOESTE - Francisco Beltrão. Docente na Licenciatura em Educação do Campo na Universidade Federal do Paraná.

Endereço Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2415043117493558

 

Nome completo: Vitor de Moraes

Titulação: Mestrado em Educação (Unicentro) - Mestrado em Geografia UNESP SP.

Forma de Contratação: Efetivo

Experiência Profissional: Doutorando em Sociedade, Cultura e Fronteiras - UNIOESTE. Mestre em Geografia - UNESP/SP. Mestre em Educação pela UNICENTRO PR, Especialista em Educação do Campo pela UFPR, Especialista em Educação Matemática pela UNICENTRO - PR. Possui graduação em Ciências e Matemática - CEFET- PR - (1995). Desde 2013, atua como docente dos componentes de Matemática e Etnomatemática na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Laranjeiras do Sul/PR. Participa de projetos de pesquisa e coordena projetos de extensão na UFFS.

Endereço Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7997646391806287

 

Nome completo: Josimeire Aparecida Leandrini

Titulação: Doutora

Forma de Contratação: Efetiva

Experiência Profissional: Atualmente é adjunto da Universidade Federal da Fronteira Sul. Professora do Programa de Mestrado em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável da UFFS. Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Maringá (1993), mestrado em Botânica, Universidade Federal do Paraná (1999) e doutorado em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais pela Universidade Estadual de Maringá (2006). Atualmente é tutora do Grupo PET/Políticas Públicas e Agroecologia. Pesquisa os seguintes temas: Ecologia de Comunidades, atuando nos seguintes temas: perifíton, taxonomia e ecologia de algas perifíticas, Agroecologia e Educação e saúde Ambiental.

Endereço Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7492771330428487

 

Nome completo: Ionah Beatriz Beraldo Mateus

Titulação: Doutoranda em Educação

Forma de contratação: Colaboradora

Experiência acadêmica e profissional:

Doutoranda do programa de pós-graduação da Universidade Estadual do Centro Oeste (2021). Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá(2008). Especialização em Teoria Histórico Cultural - área de concentração: Educação e Psicologia (2006).Especialização em Neuropsicopedagogia (2020). Licenciada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Maringá (2002).Atualmente é bolsista da capes e desenvolve projetos na área de formação de professores.

 

Nome completo: Natacha Eugênia Janatta

Titulação: Doutorado em Educação

Forma de contratação: Efetiva (UFSC)

Experiência acadêmica e profissional:

Professora da Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Educação do Campo. Pós- Doutora junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Bahia. Doutora em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (2012), Mestrado em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina (2004) e Licenciatura em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná (1999). Foi professora da Rede Estadual de Educação do Paraná no período de 1997 a 2000, bem como de 2005 a 2008. Atuou como professora e coordenadora do Curso de Formação de Docentes em escola de área de reforma agrária. Linha de extensão e pesquisa na área da juventude, educação e trabalho; escola do campo, de assentamentos e acampamentos da reforma agrária. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação, Escola do Campo e Agroecologia - GECA-UFSC, integrante da Rede latino-americana de estudos marxistas em Educação do Campo.

Endereço Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6099984355262138



13. Conteúdo Programático

Componente Curricular: O impacto das políticas neoliberais na educação

Carga horária: 20

Objetivos: Compreender os impactos do neoliberalismo na educação e na educação do campo; Estudar como os organismos internacionais se manifestam na política educacional brasileira e os efeitos traduzidos na BNCC, Escola Sem Partido, entre outros.

Mapear os efeitos das políticas neoliberais nas escolas do campo e as resistências da comunidade escolar frente a seus impactos.

Programa: Liberalismo, neoliberalismo e a educação. Os organismos multilaterais e as políticas educacionais brasileiras. Políticas neoliberais e impactos na escola pública.

Metodologias de ensino-aprendizagem: Pesquisa e estudos de bibliografia sobre o tema; Levantamento da realidade das escolas do campo paranaense; Análise e sistematização dos dados; Aula expositiva, dialogada, rodas de conversas.

Previsão de trabalhos discentes: Pesquisa e levantamentos de dados; Produção de relatórios e artigos; Caderno de campo.

Avaliação: Participação ativa; Análise crítica; Produção de relatórios, artigos e sínteses; Coerência e coesão. Assiduidade e pontualidade.

Bibliografia básica:

FREITAS, Luiz Carlos. A reforma empresarial da educação: nova direita, velhas ideias. São Paulo: Expressão Popular, 2018.

FRIGOTTO, G. (Org.). Escola "sem" partido: uma esfinge que ameaça a educação e a sociedade. Rio de Janeiro: LPP, 2017

MOTTA, Vânia Cardoso da; LEHER, Roberto; GAWRYSZEWSKI, Bruno. A pedagogia do capital e o sentido das resistências da classe trabalhadora. Ser Social, Brasília, v. 20, n. 43,

 

Componente Curricular: Fundamentos da Educação rural e da Educação do Campo

Carga horária: 20

Objetivos: Compreender as políticas e práticas da Educação do Campo tecendo contrapontos com a lógica da Educação Rural no Brasil. Ampliar as reflexões sobre as práticas pedagógicas e reestruturação de projetos político-pedagógicos à luz dos princípios da Educação do Campo.

Programa: Fundamentos da Educação Rural e da Educação do Campo. Práticas pedagógicas na Escola do Campo. Projeto Político Pedagógico e Práticas educativas.

Metodologias de ensino-aprendizagem: estudo de textos e problematização da realidade vivida nas escolas e/ou nos processos de gestão educacional. Elaboração de sínteses envolvendo a relação entre os textos estudados e a realidade educacional. Centralidade na relação dialógica noprocesso formativo.

Previsão de trabalhos discentes: Síntese de análise documental do movimento nacional de Educação e relatório demonstrando observações realizadas nas escolas - lugares de trabalhos - e respectivas relações com a concepção da Educação Rural e da Educação do Campo.

Avaliação: Participação efetiva na disciplina, entrega dos trabalhos e autoavaliação.

Bibliografia básica:

CALDART, Roseli Salete; PEREIRA, I. B.; ALENTEJANO, P; FROGOTTO, G. Dicionário da Educação do Campo. São Paulo: Expressão Popular, 2012.

 

CATTELAN, Carla. a escola primária nas colônias agrícolas nacionais de General Osório-PR e de Dourados-MT: concepções políticas e pedagógicas do ruralismo (1943-1959). Tese de doutorado. Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós- Graduação em Educação, Florianópolis, 2019.

 

SOUZA, Maria Antônia de. A Educação do Campo no Brasil. (2016). In: SOUZA, Elizeu Clementino de; CHAVES, Vera Lúcia Jacob. (orgs.). (2016). Documentação, Memória e História da Educação no Brasil: diálogos sobre políticas de educação e diversidade. Vol. 1. Tubarão: Copiart. P. 133- 158.

 

Componente Curricular: A periodização do desenvolvimento humano

Carga horária: 20

Objetivos: Identificar os fundamentos teóricos da teoria histórico-cultural, fazendo a relação com a centralidade da categoria trabalho no processo de humanização e hominização. Compreender a interseção entre a categoria trabalho e a atividade principal. Caracterizar o desenvolvimento humano a partir da periodização proposta pela teoria histórico-cultural. Planejar práticas pedagógicas com integração das idades a partir dos elementos da periodização do desenvolvimento humano.

Programa: A teoria histórico-cultural de L. S. Vigotski e suas bases filosóficas. A categoria trabalho e sua relação com a atividade principal no desenvolvimento humano. Atividade principal, periodização e planejamento pedagógico.

Metodologias de ensino-aprendizagem: Aula expositiva e dialogada. Construção coletiva de síntese das atividades principais de cada período e possibilidades de planejamento com integração das idades.

Previsão de trabalhos discentes: Produção de síntese considerando a relação entre os aprendizados teórico-práticos da disciplina e a inserção nas práticas educativas de cada discente.

Avaliação: Assiduidade e participação nas aulas. Entrega da produção escrita, tendo como critério de avaliação - coerência, análise crítica dos fundamentos teóricos e relação com as práticas educativas realizadas.

Bibliografia básica:

FACCI, M. A periodização do desenvolvimento psicológico individual na perspectiva de Leontiev, Elkonin e Vigotski. Cadernos Cedes, 24(62), 2004, 64-81.

 

MARTINS, L. M; ABRANTES, A. A.; FACCI, M. G. D (Org.) Periodização histórico-cultural do desenvolvimento psíquico: do nascimento à velhice. Campinas: Autores Associados, 2016.

 

VIGOTSKI, L. S. Psicologia, educação e desenvolvimento: escritos de L. S. Vigotski. São Paulo: Expressão Popular, 2020.

 

Componente Curricular: Organização do trabalho pedagógico: tempos e espaços escolares

Carga horária: 40

Objetivos: Entender as etapas do processo de construção do projeto político-pedagógico da escola do campo, como elemento orientador dos processos de ensino e aprendizagem em turma multi-idades e em ciclos de formação humana.

Realizar análises de práticas e atividades para turmas de multi-idades, com vistas a qualificar o planejamento de aulas interdisciplinares com base no inventário da realidade.

Problematizar a realidade das escolas do campo do Paraná, a partir da pesquisa da realidade, do estudo dos documentos e das práticas pedagógicas.

Propor práticas pedagógicas interdisciplinares e por multi-idades.

Programa: A organização do trabalho pedagógico em escolas de multi-idades. Gestão Democrática, currículos, tempos e espaços educativos. Planejamento, avaliação, métodos e estratégias de ensino. As ações de interação entre escola e comunidade e seus impactos no Projeto Político Pedagógico. Estudo teórico-prático em ambientes educativos da escola do campo.

Metodologias de ensino-aprendizagem: Trabalhos em grupo e/ou individual a respeito de textos propostos, elaboração de sínteses, técnicas de ensinagem, relacionar os trabalhos efetuados com novas propostas de organização do trabalho a ser efetuado nas escolas.

Previsão de trabalhos discentes: Síntese dos textos apresentados, relatórios de como efetuou a organização do trabalho docente e novas proposições frente à novas perspectivas.

Avaliação: Mediante participação nas aulas, a qualidade na entrega dos trabalhos propostos.

Bibliografia básica:

Duarte, N. (2000). A anatomia do homem é a chave da anatomia do macaco: a dialética em Vigotski e em Marx e a questão do saber objetivo na educação escolar. Educação e Sociedade, XXII(71), 79-115.

 

VEIGA, I. P. A.; RESENDE, L. M. G. (Orgs.). Escola: Espaço do Projeto Político Pedagógico.  12ª ed.  Campinas, SP: Papiros, 2007.

JANATA, N. E.; ANHAIA, E. M. de. Escolas/Classes Multisseriadas do Campo: reflexões para a formação docente. Educ. Real., Porto Alegre, v.40, n.3, p. 685-704, Sept. 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/edreal/v40n3/2175-6236-edreal-45783.pdf

 

Componente Curricular: A cooperação na escola e na comunidade

Carga horária: 40

Objetivos: Compreender os princípios e pressupostos da cooperação, desmistificando o equívoco entre cooperação e cooperativismo; Identificar o lugar do professor na sociedades de classe; Reconhecer a escola do campo como espaço de construção de processos cooperativos; Reconhecer a cooperação como forma de resistência camponesa;

Programa: Princípios e pressupostos da cooperação. A cooperação como forma de resistência. A cooperação como prática educativa. Escola do campo como espaço de construção de processos cooperativos.

Metodologias de ensino-aprendizagem: Aula expositiva e dialogada; estudo de textos; diálogo sobre a realidade, trocas de experiências, rodas de conversa; aplicação de jogos cooperativos.

Previsão de trabalhos discentes: Produção de textos e síntese individuais e coletivas com integração de contexto teórico e práticas de cooperação na escola e na comunidade.

Avaliação: Construção de artigo integrando análise da realidade e contexto teórico, participação em atividades, assiduidade, colaboração cooperativa em processos coletivos. Elaboração de roteiros e planos de aula envolvendo temas centrais da disciplina relacionados aos complexos de estudos das escolas.

Bibliografia básica:

CHRISTOFFOLI, P. I. Cooperação (verbete). In: CALDART, R. S. et al. (org.). Dicionário da Educação do Campo. 2a ed. São Paulo: Expressão Popular, 2012.

MÉSZARÓS, I. A educação para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2005.

ANDRIOLI, A. I. Trabalho coletivo e educação: um estudo das práticas cooperativas do PCE

 Programa de Cooperativismo nas Escolas  na Região Fronteira Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. 2. ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2007.

 

Componente Curricular: Princípios e práticas agroecológicas na Educação do Campo

Carga horária: 40

Objetivos: Aprofundar o conhecimento sobre os princípios e fundamentos da Agroecologia;

Desenvolver atividades pedagógicas com base na Agroecologia tendo como referência a realidade e o currículo.

Programa: Agroecologia enquanto ciência da complexidade. Fundamentos teóricos e históricos da Agroecologia. As múltiplas dimensões da Agroecologia e sua relação com a escola do campo.

Educação do Campo e Agroecologia. Agroecologia como prática pedagógica a partir da realidade. Agroecologia e currículo na educação básica.

Metodologias de ensino-aprendizagem: Aula expositiva e dialogada; leitura e discussão de textos; seminários de socialização de experiências e práticas pedagógicas.

Previsão de trabalhos discentes: Produção de textos sobre os temas centrais da disciplina; elaboração de roteiros de estudo, planos de aula e/ou materiais didáticos sobre a Agroecologia.

Avaliação: As atividades de avaliação têm por objetivo acompanhar o desenvolvimento dos conteúdos e produzir sínteses acerca dos temas abordados. A avaliação ocorrerá por meio da participação nas aulas, da entrega de produção escrita e da elaboração de materiais didáticos e/ou pedagógicos. Será considerada a capacidade de articulação teoria-prática tendo a realidade das comunidades/escolas dos estudantes como referência, bem como a capacidade de síntese e a coerência entre os conteúdos trabalhados e as respostas aos questionamentos e atividades propostas.

Bibliografia básica:

CAPORAL, F. R.; PAULUS, G.; COSTABEBER, J. A. Agroecologia: uma ciência do campo da complexidade. Emater: DF, 2009.

ALTIERI, M. Agroecologia: bases científicas para uma agricultura sustentável. 3. ed. São. Paulo, Rio de Janeiro: Expressão Popular, AS-PTA, 2012. 400p

CALDART, R. S. (org). Caminhos para transformação da escola: Trabalho, agroecologia e estudo nas escolas do campo. V. 4, São Paulo: Expressão Popular, 2017.

 

Componente Curricular: Práticas pedagógicas e a relação entre escola e vida

Carga horária: 30

Objetivos: Compreender e utilizar métodos de pesquisa e sistematização da realidade e seu uso na produção do conhecimento.

Entender o conceito de escolarização e desescolarização.

Discutir e criar formas de produção, organização e comunicação do conhecimento na biblioteca escolar.

Programa: Pesquisa da realidade e a escolarização-desescolarização das práticas pedagógicas. O conhecimento escolar, o conhecimento cotidiano e o conhecimento científico nas práticas pedagógicas. Produção, organização e comunicação do conhecimento na biblioteca escolar do trabalho.

Metodologias de ensino-aprendizagem: Aula expositiva e dialogada; leitura e discussão de textos; Produção do inventário da realidade; Trabalho na biblioteca escolar.

Previsão de trabalhos discentes: Estudo de textos e sínteses sobre a temática; Elaboração e sistematização da pesquisa da realidade (Inventário); Organização da biblioteca escolar.

Avaliação:Os/as estudantes deverão realizar leituras, sínteses e formular perguntas sobre os conteúdos de forma a facilitar o entendimento dos temas. Será avaliada a participação nas atividades propostas e a apropriação dos conteúdos estudados nos produtos elaborados. Como produto está previsto o Inventário da Realidade e a organização das bibliotecas escolares.

Bibliografia básica:

GEHRKE, M. Contribuições da práxis para a constituição da biblioteca escolar do trabalho a partir da Educação do Campo. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2014.

LOPES, A. R. C. Conhecimento escolar: ciência e cotidiano. Rio de Janeiro, UERJ, 1999. SILVA, Luciana Maria de Matos; GEHRKE, Marcos. Pedagogia socialista soviética: categorias que se articulam na construção de uma nova escola para uma nova sociedade.Programa de Pós- Graduação em Educação - Universidade Estadual do Oeste do Paraná Revista Educere Et Educare, Vol. XX, N. XXX, jan./abr. 2018.

 

Componente Curricular: Metodologia da Pesquisa

Carga horária: 30

Objetivos: Conhecer a importância dos diferentes tipos de conhecimento; Compreender o método científico; Reconhecer a importância da pesquisa na formação do professor e no trabalho docente; Possibilitar a elaboração e a socialização do Trabalho de Conclusão de Curso.

Programa: A produção do conhecimento científico em Educação. Fundamentos teórico-críticos e a produção do conhecimento. Pesquisa e práticas pedagógicas na escola. Normas técnicas da produção científica. Elaboração e socialização do trabalho final do curso.

Metodologias de ensino-aprendizagem: Aula expositiva e dialogada; leitura e discussão de textos; seminários de socialização dos Trabalhos de Conclusão de Curso.

Previsão de trabalhos discentes: Artigo científico; relatório de pesquisa; materiais didáticos para a educação básica.

Avaliação: A avaliação ocorrerá por meio de diferentes atividades realizadas ao longo do componente curricular (produção de textos, seminários, materiais didáticos). Os/as estudantes deverão realizar leituras, sínteses e formular perguntas sobre os conteúdos de forma a facilitar o entendimento dos temas. Será avaliada a participação nas atividades propostas e a apropriação dos conteúdos estudados nos produtos elaborados.

Bibliografia básica:

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia Científica. 6. ed., São Paulo: Atlas, 2005.

GAMBOA, S. S. Pesquisa em educação: métodos e epistemologias. Chapecó: Argos, 2012. MONTEIRO, D. R., BILHAR, S. S., ROHR, D. (Org.). Manual de Trabalhos Acadêmicos. Universidade Federal da Fronteira Sul. Sistema de Bibliotecas. Revisão Gabriel Nagatani. 3.ed. rev., atual. e ampl.Chapecó, 2020.

 

Componente Curricular: Elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso

Carga horária: 40

Objetivos: Elaborar o Trabalho de Conclusão de Curso;

Coletar, sistematizar e analisar dados teóricos e empíricos do TCC;

Apresentar o trabalho final em forma de artigo ou relatório científico, material didático, plano de aula ou planejamentos de ensino.

Programa: Elaboração do Trabalho de Conclusão de curso. Leitura, sistematização e produção dos textos e/ou materiais didáticos relacionados ao TCC.

Metodologias de ensino-aprendizagem: Coleta de dados; pesquisa, leitura e análise de bibliografia relacionada com o tema do trabalho final; produção de texto acadêmico; análise e sistematização de dados; Estudo das normas e critérios para produção e apresentação do TCC.

Caderno de Campo.

Previsão de trabalhos discentes: Artigo científico; relatório de pesquisa; materiais didáticos para a educação básica; planejamento de ensino; caderno de campo; portfólio.

Avaliação: Participação ativa; análise crítica; caderno de campo e portfólio; produção e apresentação do TCC. Critérios: coerência e coesão; assiduidade e pontualidade; capacidade de síntese; observação das normas técnicas de elaboração do TCC.

Bibliografia básica:

CASTRO, M. R.; FERREIRA, G.; CONZALES, W. Metodologia da Pesquisa em Educação. Nova Iguaçu/RJ: Marsupial Editora, 2013.

FAZENDA, I. (Org.). Metodologia da pesquisa educacional. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2001. MONTEIRO, D. R., BILHAR, S. S., ROHR, D. (Org.). Manual de Trabalhos Acadêmicos. Universidade Federal da Fronteira Sul. Sistema de Bibliotecas. Revisão Gabriel Nagatani. 3.ed. rev., atual. e ampl.Chapecó, 2020.

 

Componente Curricular: Práticas pedagógicas na área de ciências sociais e humanas

Carga horária: 40

Objetivos: Compreender a realidade do campo brasileiro, destacando os processos históricos e geográficos. Discutir o papel da História e da Geografia na Educação do Campo. Compartilhar experiências e práticas pedagógicas da/na Educação do Campo. Discutir o papel dos(as) professores(as) no ensino das Ciências Sociais e Humanas na Educação do Campo.

Programa: Fundamentos de História e Geografia Agrária e suas interfaces. A História e a Geografia na Educação do Campo. Formação de professores em Ciências Sociais e Humanas:práticas e experiências nas e para as Escolas do Campo.

Metodologias de ensino-aprendizagem: As aulas serão expositivas e dialogadas, com uso de imagens e vídeos. Leitura de textos e elaboração de materiais sínteses. Apresentação de Colóquios e debates em grupo.

Previsão de trabalhos discentes: Elaboração de texto dissertativo sobre o conteúdo trabalhado; elaboração de plano de aula com base nas orientações em sala; elaboração do inventário da realidade.

Avaliação: A avaliação consistirá na entrega de um plano de ensino, para isso serão utilizados alguns critérios, sendo eles:

  • compreensão dos temas abordados, conceitos e as inter-relações existentes entre eles;

  • presença participativa;

  • auto-estudo;

  • capacidade de síntese e arguição;

  • expressão escrita sobre os diferentes temas da ementa;

  • expressão oral acerca dos temas da ementa da disciplina.

Bibliografia básica:

BRUNELO, L. (Org). Ensino de História e Movimentos Sociais: problematizações, métodos e linguagens. Maringá: Eduem, 2017.

FERNANDES, B. M.; MOLINA, M. C. O campo da educação do campo. 2004. Disponível em: http://www2.fct.unesp.br/nera/publicacoes/ArtigoMonicaBernardoEC5.pdf

MONTEIRO, A. M. (org.) Ensino de História: sujeitos, saberes e práticas. Rio de Janeiro: Mauad X / FAPERJ, 2007.

 

Componente Curricular: Práticas pedagógicas na área das linguagens

Carga horária: 40

Objetivos: Apropriar-se teórica e praticamente (práxis) da origem, evolução, importância atual do estudos a área da linguagem, bem como do conhecimento dessa área e da metodologia de ensino e aprendizagem para formação humana.

Programa: Fundamentos e Concepções. A abordagem crítico-superadora da Educação Física escolar. A Língua Portuguesa, a Arte, e a Educação Física na Educação do Campo. Experiências e práticas na Educação do Campo.

Metodologias de ensino-aprendizagem: Aulas práticas expositivas e dialógicas. Estudos de textos, problematização da realidade escolar e oficinas.

Previsão de trabalhos discentes: Planejamento de ensino, caderno de campo, materiais didáticos para a educação básica e portfólio.

Avaliação: Síntese das aulas, síntese e explicação do material construído, assiduidade e pontualidade e capacidade de análise e síntese. Apresentação em seminário.

Bibliografia básica:

FERRAZ, M. H. & Fusari, M. F. Arte na Educação Escolar. São Paulo: Cortez, 1992.

 

FISCHER, Ernest. A necessidade da arte. Tradução Leandro Konder.- 9. ed.- Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.

 

VÁZQUEZ, Adolfo, S. As idéias estéticas de Marx. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. 3. ed. São Paulo: Expressão popular, 2010.

 

Componente Curricular: Práticas pedagógicas na área das ciências da natureza e matemática

Carga horária: 40

Objetivos: Apropriar-se teórica e praticamente (práxis), da origem, evolução, importância atual do estudos da ciências e matemática, bem como do conhecimento de ciências e matemática.

Programa: Origem, evolução, importância e campo atual de estudo das áreas do Ensino de Ciências da Natureza (Química, Física, Biologia) e Matemática. Fundamentos, construção curricular e organização do trabalho pedagógico em Ciências da natureza e Matemática com base nos conhecimentos específicos, curriculares e experienciais. Estratégias, desafios e tendências

para o ensino-aprendizagem de Ciências da Natureza e matemática.

Metodologias de ensino-aprendizagem: aulas práticas expositivas e dialógicas. Estudos de

textos, problematização da realidade escolar e oficinas.

Previsão de trabalhos discentes: Planejamento de ensino, caderno de campo, materiais didáticos

para a educação básica e portfólio.

Avaliação: Síntese das aulas, síntese e explicação do material construído, assiduidade e

pontualidade e capacidade de análise e síntese. Apresentação em seminário.

Bibliografia básica:

DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A.; PERNAMBUCO, M. M. Ensino de ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002

D'AMBROSIO, U. Elo entre as tradições e a modernidade. Autêntica, 2007.

OLIVEIRA, V. S. Ensino de Ciências na escola do Campo em alternância: o caso de uma escola no município de Terra Nova do norte - MT. Universidade Federal do Mato Grosso. 2012.



14. Metodologia

Metodologicamente, a formação pressupõe a instituição da Alternância como estratégia curricular. Assim, os períodos de formação estão organizados em "momentos" pedagógicos que interagem, chamados de "Tempo Universidade", que compreende o tempo de formação na UFFS e nos pólos listados, e o "Tempo Escola-Comunidade" que envolve a formação em serviço, acompanhados pelos tutores, com atividades específicas do curso de formação realizadas nas comunidades. Para que essa articulação seja possível, é imprescindível o uso de ferramentas de comunicação durante os diferentes tempos e espaços de formação.

A carga horária total do Curso de Formação Escola da Terra será de 180, sendo 100 horas (tempo- universidade) e 80 horas (tempo-comunidade).

A formação será realizada em três eixos, organizados na forma de palestras, grupos de estudos e trabalho, plenárias de debate e, principalmente, oficinas, conforme estrutura curricular .

Atividades
do Tempo Universidade:

A Formação Escola da terra está organizada em três Eixos de 30 horas em Tempo Universidade, que ocorrerá nos pólos com suporte técnicos dos formadores, que fazem parte da equipe do programa.

Atividades
do Tempo Comunidade

A atividade do Tempo Comunidade será acompanhado pelos tutores e a coordenação estadual e a coordenação da UFFS, com visitas técnicas, seminários e também a comunicação on-line de todos os participantes.

Está previsto um seminário em Educação do Campo em cada pólo, cujo objetivo é discutir a
forma escolar das escolas localizadas no campo paranaense, também viagem de estudos e trabalhos de campo a fim de conhecer experiências na áreas rurais que acumulem para pensar a escola e as comunidades camponesas.


15. Atividades Complementares

O tempo destinado ao Curso está distribuído em tempo universidade com aulas presenciais na universidade e tempo comunidade, que ocorreram nas comunidades e escolas de origem dos cursistas. Além desses tempos serão utilizados como atividades complementares: estudos de caso, viagens e visitas técnicas, seminários temáticos e participação eventual em eventos relacionados à temática do curso e que ocorram durante a vigência do mesmo. Além disso, será indicado a utilização de portfólio e diários de campo para sistematização das atividades complementares.



16. Tecnologia

Durante o tempo universidade serão utilizados quadro branco com pincéis, datashow, exposição de vídeos (computadores e TV), livros e apostilas impressas; Serão realizadas visitas técnicas a campo para conhecimento da realidade das escolas do campo; sessões presenciais; tutoriais com professores e técnicos especialistas em temáticas relevantes ao curso;

Também será utilizada e-mail e outras plataformas para envio de conteúdo/textos, vídeos, apresentação e discussão de trabalhos, realização de chats, etc.

No período do Tempo Comunidade os/as cursistas realizarão imersões em temáticas e experiências concretas, das quais deverão produzir relatos orais e escritos em portfólio e caderno de campo.


17. Infra-Estrutura Física

1 sala de aula com capacidade para 60 pessoas;

Laboratório de didática e ciências sociais para trabalhos em grupos;
1 auditório com capacidade para 120 pessoas;

1 biblioteca e centro de documentação;

Essas estruturas estão disponíveis na UFFS - Campus Laranjeiras do Sul;

O tempo comunidade será realizado nas escolas e comunidades de origem dos cursistas.



18. Critérios de Seleção

Será utilizado um edital unificado para seleção das duas turmas. O candidato no momento da inscrição optará entre a Turma 1 Escolas multianos ou Turma 2 Escolas multi-idades e por Ciclos.

 

O processo de seleção será composto por análise do currículo e do memorial descritivo:

  1. Serão selecionados/as os/as candidatos/as que obtiverem nota igual ou superior a 7,0 (sete) no processo seletivo, considerando: o currículo (peso 4,0 pontos) e o memorial descritivo (peso 6,0 pontos). O memorial descritivo deverá contemplar o histórico de atuação do/a candidato/a na educação básica, incluindo a sua participação em cursos de formação continuada.

  2. Em caso de empate, a classificação dos/as candidatos/as será decidida com base na nota do memorial descritivo.

  3. Persistindo o empate será selecionado o/a candidato/a mais idoso.


19. Sistemas de Avaliação

Forma de avaliação dos estudantes:

Cada componente curricular possuirá critérios e instrumentos de avaliação específicos. Os instrumentos e formas de avaliação ficarão a critério do professor responsável pelo componente curricular em diálogo com a coordenação pedagógica do curso, levando em conta os objetivos da formação pretendida, a forma de registro dos resultados e as normativas institucionais.

De modo geral o educando precisa apresentar, através do instrumento de avaliação, capacidade de análise e interpretação; capacidade de produção de texto com coerência e coesão interna; capacidade de argumentação e articulação com a temática do curso.

Conforme o Regulamento Geral da Pós-graduação da UFFS:" Capitulo 6 (Art.25 e Art 26).

RESOLUÇÃO 55/CONSUNI CPPGEC/UFFS/2023, a avaliação deve: .

Art. 25 A avaliação discente deverá observar o rendimento acadêmico e a assiduidade, sendo considerado aprovado o pós-graduando que obtiver conceito "A","B" ou "C" e frequência de, no mínimo, 75% (setenta e cinco por cento) das aulas previstas em cada componente curricular. Art. 26 O aproveitamento nos componentes curriculares será expresso por conceito, de acordo com a tabela a seguir:

Conceito Significado Equivalência Numérica A Excelente = Aprovado 9,0 a 10,0

    1. Bom = Aprovado 8,0 a 8,9

    2. Regular = Aprovado 7,0 a 7,9

AC Aproveitamento de componente curricular -

R Reprovado por aproveitamento Menor que 7,0

RF Reprovado por frequência Menor que 75% de freqüência

 

§1º Para efeito de aproveitamento de componente curricular, será considerada a nota do respectivo componente da instituição de origem, seguindo a equivalência da tabela constante no caput deste artigo.

§2º Em caso de a situação não adequar-se aos conceitos expressos na tabela, cabe à coordenação definir a equivalência numérica.

§3º Para efeito de lançamento no histórico escolar, constará o conceito do componente aproveitado e no campo situação constará Aproveitamento (AC).

§4º Alunos reprovados em até 2 (dois) componentes curriculares poderão apresentar, dentro do prazo final de conclusão do curso, comprovante de realização em outro curso de pós-graduação lato sensu e solicitar o aproveitamento de componente curricular, respeitada a legislação em vigor e o presente regulamento.

§5º O pós-graduando que não apresentar solicitação de aproveitamento de componente curricular em que foi reprovado, dentro do prazo final de conclusão do curso, e, portanto, não obtiver aproveitamento na carga horária mínima exigida para a certificação em curso de especialização fará jus a certificado de aperfeiçoamento, desde que tenha cursado o mínimo de 180 (cento e oitenta) horas, com aproveitamento.

§6º O diário de classe com os registros acadêmicos de cada componente curricular deverá ser entregue à Secretaria de Pós-Graduação do campus, em prazo não superior a 30 (trinta) dias do término do componente.

§7º O pós-graduando terá direito à revisão da avaliação obtida no componente curricular, devendo, para tanto, apresentar requerimento à Secretaria de Pós-Graduação do campus em prazo não superior a 10 (dez) dias úteis, contados da data de divulgação do conceito.

§8º A solicitação de revisão será analisada, em primeira instância, pelo professor responsável pelo componente curricular, em até 5 (cinco) dias úteis a partir do recebimento do requerimento, e, em segunda instância, por uma comissão de revisão constituída por 3 (três) professores, indicada pelo coordenador do curso, a qual deverá proceder à análise em até 5 (cinco) dias úteis após sua instituição.

§9º O professor responsável pela atribuição do conceito do componente curricular de que foi solicitada a revisão não poderá fazer parte da comissão de revisão da qual trata o parágrafo anterior.

Forma como os estudantes avaliam os professores, a coordenação, o atendimento

administrativo, as instalações físicas:

A autoavaliação é entendida como processo coletivo e participativo e como fonte privilegiada de informações que permite aperfeiçoar o curso e será realizada por meio de diferentes instrumentos individuais e coletivos. Nesse sentido, a autoavaliação do curso deve concentrar-se em analisar as condições para o pleno desenvolvimento do currículo, como características do corpo docente, adequação dos conteúdos da proposta curricular apresentada, infraestrutura física, técnica e administrativa. A análise dos processos como desempenho dos educandos, o fluxo das disciplinas oferecidas e as percepções dos professores e estudantes sobre as condições globais do curso. Também serão considerados na avaliação outros indicadores, tais como a desistência, aproveitamento, frequência e participação em atividades acadêmicas, como seminários temáticos internos e externos.

A autoavaliação ocorrerá de forma contínua, ao final de cada eixo, conduzida pela coordenação em conjunto com representação discente.


20. Controle
de Frequência

Frequência mínima: 75% de presença

Forma de controle: Registro em classe no Portal do Professor. No caso do Tempo Comunidade, a frequência será atribuída com base na realização das atividades definidas para o período.



21. Trabalho de Conclusão

O curso prevê a elaboração de um Trabalho de Conclusão de Curso a ser apresentado em seminário próprio. A proposta do TCC é que seja um estudo teórico-prático de uma questão ou dimensão específica levantada a partir dos estudos realizados ao longo dos eixos, escolhida preferencialmente nas primeiras etapas do curso, que respeite a trajetória e os interesses de aprofundamento de cada participante e que tenha a potencialidade, prática e teórica, necessária para tornar-se uma espécie de foco articulador do conjunto de conteúdos trabalhados nos eixos.

 

O trabalho final será individual e poderá ser apresentado no formato de relatório de pesquisa, material didático e/ou artigo científico, conforme o art. 32 da Resolução 18/2106 - CONSUNI/CPPGEC.

Cada um dos produtos será orientado nas disciplinas de Metodologia da Pesquisa e de Práticas pedagógicas e a relação entre escola e vida. O tempo destinado à produção e elaboração do trabalho final, sob orientação de um professor, será registrado no componente de Elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso.

- Observar CAPÍTULO VIII do Regulamento da Pós-Graduação.


22. Certificação

A certificação obedecerá o disposto no regulamento da pós-graduação da UFFS (RESOLUÇÃO Nº 55/CONSUNI CPPGEC/UFFS/2023).

O certificado será expedido pela PROPEPG da UFFS, conforme o Capítulo X do Regulamento da Pós-Graduação (RESOLUÇÃO 55/CONSUNI CPPGEC/UFFS/2023).

Conforme o Art. 42 do referido Regulamento, será expedido certificado de aperfeiçoamento ao estudante que obtiver aproveitamento dos créditos dos componentes curriculares do curso, além de frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) e aprovação do trabalho de conclusão de curso. Ainda, conforme o Art. 43 do mesmo Regulamento, será expedido certificado de aperfeiçoamento aos pós-graduandos que não completarem o curso e que tenham concluído, com aproveitamento, ao menos 180 (cento e oitenta) horas/aula do curso. Em qualquer caso, os certificados somente serão expedidos após a aprovação do relatório final do curso pela Câmara de Pesquisa e Pós-Graduação e farão menção aos aspectos aludidos nos incisos do Art. 44 do mesmo Regulamento.

- Observar CAPÍTULO X do Regulamento da Pós-Graduação.


23. Indicadores de Desempenho

Os candidatos deverão portar título de graduação para ingresso no curso.

A expectativa é de que todos os 100 estudantes concluam o curso mediante frequência mínima de 75% da carga horária.



24.Plano de Aplicação dos Recursos

Os recursos destinados ao custeio da alternância, tais como hospedagem, alimentação e transporte serão recebidos por meio de depósito do TED do Ministério da Educação. A execução do curso está condicionada à liberação financeira dos recursos previstos pelo MEC.

 

 

 

Data do ato: Chapecó-SC, 19 de setembro de 2023.
Data de publicação: 21 de setembro de 2023.

Patricia Romagnolli
Presidente da Câmara de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura