Publicado em: 23 de março de 2021 11h03min / Atualizado em: 23 de março de 2021 18h03min
Elaborado pelo professor da UFFS – Campus Cerro Largo Sidinei Zwick Radons, o boletim climático trimestral aplicado à agricultura faz parte do projeto de extensão “Difusão da previsão meteorológica e climática à comunidade regional” e traz informações sobre as condições meteorológicas no trimestre março/abril/maio de 2021 na região das Missões. O projeto de extensão é coordenado pelo professor da UFFS – Campus Cerro Largo Anderson Spohr Nedel.
Condições meteorológicas do trimestre
De acordo com o professor Sidinei Zwick Radons, a condição meteorológica ocorrente no trimestre março-abril-maio, associada ao mês de fevereiro, é determinante para a produtividade de soja no Rio Grande do Sul.
A disponibilidade de chuvas é importante para a manutenção de bons níveis de umidade do solo, necessários para que ocorra a fixação de flores e o enchimento de grãos. No mês de fevereiro, como característica de um evento de La Niña, ocorreram chuvas mal distribuídas na região das Missões, com predominância de ocorrência de valores muito abaixo da normal climatológica, que é de 165 mm para este mês. (Figura 1).
Santo Ângelo foi o local em que a chuva ocorrida foi mais próxima ao normal (62%). Em contrapartida, Cerro Largo registrou apenas 32 mm em fevereiro, o que equivale a apenas 19% da média histórica. Essa má distribuição das chuvas na região pode ter afetado a fixação de flores e o enchimento de grãos de lavouras de soja em alguns locais. Também as lavouras de milho (safrinha) em fase vegetativa podem ter sofrido perdas significativas em algumas localidades da região.
As estações meteorológicas da UFFS registraram valores elevados de temperatura do ar neste mês, chegando, em alguns locais, à marca dos 39 °C, como ocorreu em Roque Gonzales e São Paulo das Missões e Porto Xavier. (Figura 2). Esta é uma característica do clima local, agravada pela condição de La Niña, que, por proporcionar períodos secos mais frequentes, pode conduzir à períodos com maiores temperaturas do ar.
O prognóstico é de chuva abaixo da normalidade no mês de março, normal em abril e pouco acima do normal em maio. “Em se confirmando o prognóstico, poderão se consolidar prejuízos localizados para as culturas, pois períodos de estiagem, especialmente na fase de enchimento de grãos, produzem estresse hídrico e grande impacto na produtividade. O aumento das chuvas em abril e maio é motivo de atenção para o período de colheita, que necessita de tempo seco para ocorrer”, afirmou Radons.
Nestes meses, na região das Missões, estão implantadas e em desenvolvimento vegetativo as lavouras chamadas de “milho safrinha”. A distribuição das chuvas ao longo destes meses poderá ser mais determinante para a efetivação de uma maior ou menor produtividade do que seu volume mensal total. Ressalta-se a importância da assistência técnica capacitada para a obtenção de produtividades satisfatórias nas lavouras. É recomendado que os agricultores mantenham diálogo constante com os profissionais que acompanham o planejamento e a execução de sua produção.
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