Na manhã da segunda-feira (31) a turma do sétimo ano da escola Padre Traezel, de Cerro Largo, além de alunos do curso de Agronomia e alunos do PIBID do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, auxiliaram no plantio de árvores nativas nos arredores dos laboratórios da Unidade Bloco A. O plantio dessas mudas é parte das atividades do projeto “Flora: conhecer para preservar”, da UFFS – Campus Cerro Largo, coordenado pela professora Mardiore Pinheiro, em parceria com as professoras Carla Pelegrin, Tatiane Chassot, professor Reneo Prediger e o agrônomo Odair José Schmitt.

“Muito além de divulgar a flora regional, o projeto busca a interação da comunidade acadêmica e de alunos e professores do ensino fundamental de Cerro Largo com espécies vegetais nativas”, explica Mardiore. A professora destaca ainda que as atividades planejadas contribuirão com o projeto de arborização do campus e para a implantação de um herbário na UFFS – Campus Cerro Largo, fortalecendo a capacidade institucional da universidade. Suzana Souza, bolsista e acadêmica de Ciências Biológicas, ressalta que serão realizadas coletas de amostras de espécies nativas da região para compor o acervo do herbário e que a flora será divulgada por meio de exposições dessas exsicatas.

Herbário e exsicatas

Herbários são coleções científicas compostas por amostras de espécies vegetais que foram coletadas, prensadas e secas para posteriormente serem montadas em pastas de cartolina e constituírem uma exsicata, explica o acadêmico e voluntário do projeto, Anderson Pavanelo. Segundo Mardiore, as exsicatas dos herbários possuem etiquetas que albergam uma grande quantidade de informações sobre as espécies e servem como ferramenta para avaliação da distribuição, estado de conservação e elaboração de planos de ação para preservação de espécies de plantas. Além disso, as coleções de herbários têm uma vocação natural para interação com escolas e com a sociedade e são ótimas ferramentas para promoção da educação ambiental. A confecção das exsicatas é feita pelo grupo de alunos colaboradores do projeto.

Aprendendo com a experiência de plantar

No início da atividade a professora Mardiore perguntou o que faltava naquele espaço onde todos estavam, e “árvores”31082015_PLANTIO_ARVORES_PROJETO_FLORA_11 foi a resposta dos alunos. Espécies nativas na arborização oferecem abrigo e alimento para fauna local e são um meio de se preservar, dentro das cidades, espécies raras ou ameaçadas de extinção. “Ter um espaço com árvores é muito importante para nós e para o ambiente”, relata Renata Wildchen, do sétimo ano, que frequenta a Unidade Bloco A, tanto na participação de atividades acadêmicas, como em caminhadas com a família.

Foram plantadas mudas nativas do RS (ipê-roxo, cerejeira, jabuticabeira, ingazeiro, araçazeiro, aroeira e guabiju) e nativas de outras regiões do Brasil (pau-brasil, guapuruvu), doadas por vários órgãos regionais, Prefeitura de Santa Rosa, Fepam, Eletrosul e Escola Guaramano.

Os alunos da escola Padre Traezel acharam interessante o sistema de irrigação que faz com que a água chegue direto nas raízes das plantas. O funil condutor é muito simples de ser feito e de ser usado, explica o Agrônomo Odair: “consiste num pedaço de mangueira posicionado no fundo da cova com uma ponta que sai e encaixa numa garrafa PET com o fundo cortado, que é abastecida com água e vai irrigando as raízes lentamente”. “Esse sistema também evita que a terra que fica na superfície seja compactada com a água da irrigação, o que dificulta a absorção da água em irrigações posteriores. Assim, a planta estará sempre recebendo água onde realmente precisa”, comenta a professora Tatiane.

Mardiore destaca ainda que “sem conhecer e valorizar os recursos naturais, não é possível entender porque devemos proteger a natureza. Assim, pretendemos levar conhecimento sobre as espécies de plantas nativas para nossos alunos e para alunos da rede de ensino de Cerro Largo, contribuindo com a formação de uma nova consciência ambiental, que resulte na preservação da flora da região”, finaliza.

As atividades do projeto podem ser acompanhadas pelo site do projeto AQUI.