Campus Cerro Largo realiza roda de conversa com estudantes imigrantes e indígenas
Evento foi um espaço para acolhimento e interação.

Publicado em: 11 de maio de 2022 18h05min / Atualizado em: 12 de maio de 2022 14h05min

No dia 09 de maio, a Assessoria de Assuntos Estudantis, o Centro de Línguas (CELUFFS) e a Direção do Campus Cerro Largo realizaram uma roda de conversa com estudantes indígenas e imigrantes, com o objetivo de acolhimento e integração, como parte da política de permanência estudantil. A iniciativa buscou, ainda, a ampliação do diálogo sobre acolhimento na Instituição, para criar espaços plurais, interculturais e democráticos.

Estiveram presentes o Diretor do Campus, Bruno Wenzel; a nutricionista do Restaurante Universitário; os servidores da ASSAE, incluindo a psicóloga e a assistente social; os professores Marcus Vinicius Fontana e Angelise Fagundes e os bolsistas do CELUFFS; estudantes imigrantes do Haiti, Guiné-Bissau e Paraguai; e as estudantes de origem indígena, advindas das cidades de Aracruz/ES, Manaus/AM e Miraguaí/RS.

Durante as falas, foram levantadas questões quanto às situações de múltiplas vulnerabilidades que esses estudantes podem enfrentar, como barreiras linguísticas, culturais e econômicas. Contudo, essas barreiras não podem representar impeditivo de acesso à educação e, principalmente, à permanência com desenvolvimento na aprendizagem. Ressaltou-se que as próprias instituições educacionais e universidades têm responsabilidade de promover acessibilidade linguística e desenvolver instrumentos para minimizá-la, sendo fundamental para a inserção social e significando, também, a possibilidade de permanência desses estudantes.

O CELUFFS desenvolverá contribuições necessárias nesse processo, oferecendo cursos de Português como língua adicional e, também, como língua materna com foco na escrita científica para alunos indígenas. As aulas serão ministradas por monitores/bolsistas do curso de Letras. Além disso, o centro de línguas está desenvolvendo uma pesquisa, tema de um trabalho de conclusão do curso de Letras, sobre as políticas linguísticas no Campus. Segundo Raquel Ferraz, estudante que está à frente do estudo, a pesquisa visa identificar, através da análise de questionário aplicado na Coordenação Acadêmica, como a universidade olha para os estudantes indígenas/imigrantes e quais as políticas voltadas a sua integração.

Geisa Falcão é caloura do curso de Administração, natural de São Gabriel da Cachoeira/AM, maior cidade indígena do Brasil, e, desde 2013 morava no primeiro bairro indígena de Manaus/AM, onde residem mais de 700 famílias de 35 etnias indígenas. Ela destacou a acolhida e ajuda que recebeu, em especial da equipe da Assistência Estudantil, e a importância dessas ações para sua adaptação e permanência.

O imigrante de Guiné-Bissau Gilberto Sami estuda Ciências Biológicas no Campus e considera o português uma língua difícil; tendo como língua materna o crioulo, ele também fala francês e inglês e está buscando o aperfeiçoamento na língua portuguesa. Gilberto considerou a oportunidade oferecida pelo CELUFFS como relevante para a conclusão da sua formação no ensino superior.

Ao final da atividade, foi realizado um momento de confraternização entre os participantes.