Publicado em: 19 de agosto de 2022 13h08min / Atualizado em: 22 de agosto de 2022 11h08min
No dia 09 de agosto, celebrou-se o Dia Internacional dos Povos Indígenas. Para comemorar a data, está sendo realizada, no Saguão do Bloco A do Campus Cerro Largo, a exposição Mbyá Rekoete, Nossos Costumes Verdadeiros.
A exibição retrata aspectos da cultura, do cotidiano e do modo de ser da comunidade Mbyá-Guarani, da aldeia Tekoá Pyau (significa Aldeia Nova), que se localiza no interior de Santo Ângelo-RS, na Ressaca da Buriti.
“A exposição busca trazer essa realidade das populações indígenas, em específico do povo Mbyá-Guarani, mostrando como vivem, a sua agricultura, que é uma agricultura tradicional, com seu milho que vem de gerações, suas crenças e espiritualidade, através da manutenção da Casa de Oração (Opy). A comunidade mantém os seus nomes tradicionais, a partir de um batismo, que também é tradicional. Um exemplo é o jovem cacique, Anildo Romeu, que também possui seu nome em Guarani, Kuaray, que significa sol. Além disso, a exposição também retrata a relação com os animais, com flora e fauna, com a natureza e meio ambiente em si”, explica a professora Bedati Finokiet, coordenadora do NEABI/UFFS-CL.
Nas imagens e fotos da exposição, é possível observar, por exemplo, a importância do Tatá (fogo) que sempre está presente nas aldeias; do próprio chimarrão, a erva-mate que é uma planta tradicional para os indígenas, considerada sagrada e utilizada inclusive no ritual de batismo; aspectos das casas tradicionais feitas de barro e taquara, que, na sua cultura, morar dessa forma significa saúde (a terra é vida); a presença das crianças, que até por volta de 7 anos falam apenas Guarani, mantendo-se, portanto, a valorização da sua língua materna, além de falarem também o Português e Espanhol, devido a relação histórica do território Guarani.
O projeto da exposição é apenas um dos que vem sendo realizados pelo NEABI - Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas do Campus, com comunidades indígenas, em específico com os Mbyá-Guarani, a exemplo do material audiovisual em forma de documentário que foi produzido juntamente com cineastas indígenas, além de livros sobre a cultura indígena. O contexto das atividades que são desenvolvidas pelo NEABI com as comunidades indígenas, sempre ocorrem no sentido de valorização da sua cultura, de trabalhar para que haja respeito em relação a diversidade cultural, e principalmente, para que as pessoas conheçam esse indígena, sem estereótipos ou romantismos, e reconhecer e aprender com a sabedoria Guarani, especialmente em termos de relação com a natureza e espiritualidade.
Ressalta-se que sempre houve o cuidado em consultar essas comunidades e aldeias, verificando o que eles consideram importante que seja dito sobre a sua cultura, e tendo em vista a Lei 11.645/2008, que prevê o ensino sobre a história e a cultura dos povos indígenas em toda a Educação Básica e até mesmo em universidades.
Ainda, para Bedati, “essa exposição vem trazer alguns referenciais, elementos e informações para que educadores e educadoras possam conhecer um pouco mais dessa realidade dos povos indígenas, para trabalharmos em relação ao que é o indígena real, de fato, na atualidade, como vivem, as suas dificuldades na busca por seu território, para que possam manter os seus rituais, sua medicina tradicional, seu Nhandereko, que é o seu modo de ser e estar nesse mundo”.
A exposição seguirá aberta à comunidade em geral até o dia 26 de agosto.
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