Jussara Hoffmann participa de evento coordenado pela UFFS – Campus Cerro Largo

Publicado em: 06 de novembro de 2015 09h11min / Atualizado em: 06 de novembro de 2015 09h11min

“Nós somos um dos últimos países no mundo que reprova na Educação Básica e justificamos isso pela busca da qualidade e da excelência. Porém, a avaliação não deve existir nas escolas para punir os alunos, para reprová-los, para excluí-los”. É o que argumenta a educadora Jussara Hoffmann, que esteve presente no curso de extensão do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio (PNEM) e do Programa de Formação Continuada de Trabalhadores em Educação da Região Macromissioneira.

O curso, coordenado pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Cerro Largo, foi realizado quarta-feira (04), no auditório da URI, em Santo Ângelo, e contou com a presença de cerca de 250 professores da Educação Básica de oito Coordenadorias Regionais de Educação (CREs).

Repensando métodos avaliativos na Educação Básica

O tema abordado no segundo encontro do curso tratou sobre Avaliação Emancipatória (ou Avaliação Mediadora, conforme termo utilizado por Hoffmann), que se caracteriza pelo uso de registros da construção de cada aluno e do coletivo, sinalizando possibilidades de intervenções necessárias ao avanço e à construção do conhecimento. Ela tem a finalidade de acompanhar e intervir ao longo do processo, tendo por base o pressuposto de que todos aprendem de jeitos diferentes. Para Hoffmann, a forma de avaliar na Educação Básica ainda é classificatória, a qual tem como característica o julgamento de resultados, o pressuposto de que todos aprendem da mesma forma, além do uso de registros qualitativos para aprovação ou reprovação. “Um examinador de uma prova de vestibular, por exemplo, não é um mediador. Temos que ter o cuidado de não reproduzir, em sala de aula, esses processos avaliativos classificatórios. Segundo a Unesco, está comprovado que a reprovação não significa melhoria de aprendizagem para nenhum aluno”, declara a educadora, que há mais de 30 anos estuda o assunto.

A UFFS e a formação continuada

O curso de Extensão foi disponibilizado gratuitamente pela UFFS aos professores e teve dois encontros, totalizando 40 horas. O primeiro, que abordou o tema Seminário Integrado, foi realizado no início de outubro e contou com a presença da assessora pedagógica da Coordenação e Gestão do Ensino Médio e da Educação Profissional do Departamento Pedagógico da Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul, Silvana Oliveira Carvalho.

Os dois temas abordados foram resultados de um levantamento das demandas requeridas pelos professores durante a realização do PNEM e do Programa de Formação Continuada, no ano de 2014. O primeiro, proposto pelo governo federal e com abrangência nacional, e o segundo, idealizado e articulado pela UFFS, tem abrangência estadual, formando cerca de 23 mil profissionais da Educação das 1063 escolas com Ensino Médio.

Maior programa de formação do Brasil

O Programa de Formação Continuada de Trabalhadores em Educação da Região Macromissioneira é o maior projeto de Extensão da Universidade e, segundo o diretor do Campus Cerro Largo, Ivann Carlos Lago, se tornou o maior programa de formação de professores do Brasil. Ele explica que o foco na Educação é uma opção institucional, já que “a UFFS foi criada a partir de movimentos sociais regionais que tinham como marca o pleito, a luta e a intenção de que a Universidade não só fosse criada para ser pública, federal, mas que ela tivesse essa identidade. Dessa forma, a Universidade abraça o Programa para que ele se reforce e se torne maior a cada ano e isso só é possível porque estamos em uma região onde os professores das escolas aceitaram encarar esse desafio”.