Música, arte, dança e muita afetuosidade marcaram mês da Consciência Negra na UFFS – Campus Cerro Largo
Atividades encerraram nesta quinta-feira (29), com a presença da Etnia Africana, de Santa Rosa

Publicado em: 30 de novembro de 2018 17h11min / Atualizado em: 30 de novembro de 2018 17h11min

“Eu vi muita alegria nesses dias, muitos sorrisos, encantamento e afetuosidade nas pessoas”, é o que relata a professora da UFFS – Campus Cerro Largo, Bedati Finokiet que coordenou as ações realizadas no Campus neste mês da Consciência Negra.

As atividades iniciaram no dia 20 de novembro, em que foi realizada uma aula pública no auditório do Bloco A com o tema “A presença dos negros na História do Brasil e Mulheres Negras e o Feminismo”, ministrada pelo presidente da Etnia Afro de Santo Ângelo, Daniel Amarante e da representante do Movimento Mulheres Negras de Santo Ângelo, Juliana da Rosa. Momento em que se parou para refletir sobre cotas, negritude, preconceito e o feminismo, segundo a professora Bedati.
No dia 21, que é o dia instituído nacionalmente para as reflexões sobre a Consciência Negra, foi realizada uma oficina sobre “Arte, Literatura e Humanização: Encontro Precioso”, com a escritora, pedagoga, professora de teatro e contadora de histórias, Maria Inez Pedroso, de Santa Rosa, que abordou a história e cultura africana.

Também neste dia ocorreu uma sessão de fotos com estudantes, técnicos-administrativos e professores negros da UFFS. As fotos compõem uma exposição que está sendo exibida no saguão do Bloco A do Campus. Ainda ocorreu uma roda de conversa com as acadêmicas Tábata Saragoso e Taciara Fontoura, que trouxeram o tema da “apropriação cultural” para ser debatido entre estudantes do Ciep de Cerro Largo e comunidade acadêmica em geral. No dia 22, a UFFS recebeu o grupo de Capoeira da APOMIL (Associação de Policiais Militares Flavio Idelmar Colling), de Cerro Largo. A oficina de Abayomis e Turbantes foi realizada no dia 23 e contou com a participação da servidora técnica Cláudia Soares e a acadêmica Taciara Fontoura.

No dia 26, o professor de Literatura do Campus Cerro Largo, Demétrio Alves Paz, abordou o tema da literatura africana e afro-brasileira. E, por fim, no dia 29, foi o dia de receber a Etnia Africana de Santa Rosa e o Movimento Cultural da Casa de Cultura Vó Isabel, que apresentou o espetáculo “Do Terreiro à Avenida”, em uma passagem, por meio da capoeira, música e dança, pela história dos povos africanos desde a chegada em território brasileiros, no período colonial, até os dias contemporâneos.

Segundo Bedati, as atividades são uma forma de sensibilizar a comunidade regional e acadêmica, e de fazer resistência, mas com a arte. “Com a arte talvez a gente consiga sensibilizar as pessoas porque às vezes é difícil fazer uma desconstrução de todos esses discursos que ouvimos. E a Universidade tem um papel fundamental, porque vai além da Lei 10.639 que diz que temos que estudar a História Afro e Indígena, nós vamos por meio de ações, trazendo para nosso espaço acadêmico escolas e entidades e desta forma, dando um retorno para a comunidade”, argumenta.

Ela acrescenta que a formação humanística e cidadã é basilar para os estudantes, independente do curso que realizam. “A UFFS foi criada a partir de movimentos sociais, e é nossa premissa principal (da luta contra os preconceitos), a Universidade é o espaço da diversidade. Eu sou confiante que, a partir dessas ações, vamos somar, trazer mais pessoas para o nosso lado, bem como mostrar que essas pessoas que sofrem preconceitos não estão sozinhas, é bom sentirmos que tem alguém segurando a nossa mão”, finaliza.

A Semana da Consciência Negra no Campus Cerro Largo é uma promoção do NEABI/UFFS – CL, Rotaract Cerro Largo, DCE Representação e do Setor de Acessibilidade do Campus Cerro Largo (SEAC).

 

Veja o álbum de fotos do encerramento, na fanpage do Campus Cerro Largo.