Publicado em: 29 de setembro de 2023 12h09min / Atualizado em: 29 de setembro de 2023 14h09min
Uma experiência com estudantes e professores de 20 universidades brasileiras e um grande desafio de empreendedorismo universitário. Em setembro, acadêmicos da UFFS – Campus Chapecó compuseram uma equipe, tiveram o apoio do professor Marcos Reis, partiram para o Orion Parque, em Lages, para o Reuni Challenge 2023, e ficaram no quarto lugar dentre universidades participantes.
O time Lobos do Oeste foi organizado e incentivado pelo Empreende UFFS, e apoiado pelo curso de Administração e pela Direção da UFFS - Campus Chapecó. Foi composto por nove integrantes: Guilherme Oliveira, Jonathan Ross, Giulia Negrello, Leonardo Vieira, Bruno da Silva, Emmilly Silva e Daniel Freitas (do curso de Administração), Everson Lima (do curso de Letras), além do professor. Mais da metade da equipe era composta por calouros.
O professor conheceu os estudantes no dia do embarque para o evento, embora alguns já o conheciam. Para “quebrar o gelo” e iniciar a integração, o trajeto foi importante. “Durante a viagem fomos conversando sobre o evento e fui apresentado a cada um deles. Falamos um pouco sobre nossas expectativas para o evento. O aluno Leonardo Marcel, que já havia participado do evento no ano anterior, foi nos descrevendo como tudo costuma ocorrer”, relata Reis.
Um dos integrantes do Lobos do Oeste, Guilherme Oliveira, conta que a proposta do grupo era uma startup que solucionasse dificuldades relacionadas à comunicação com os pacientes para a confirmação de comparecimento a consultas e procedimentos oferecidos pelo SUS. “Nossa proposta de valor principal da nossa startup, ‘Confirmae’, visava o aumento da eficiência dos gastos públicos e consigo a diminuição do tempo de espera nas filas para realizar procedimentos hospitalares”, conta o estudante.
Segundo ele, a experiência foi “sensacional”. Ele menciona que, além da adrenalina, teve o sentimento nobre de poder ajudar a sociedade de alguma forma. Guilherme aponta que a participação representa uma contribuição com o sonho de empreender, já que trouxe uma experiência sobre como fazê-lo. Além da mãe, incentivadora da realização dos sonhos, ele comenta que o professor Humberto Tosta promove e estimula muito sua vontade de empreender.
Guilherme atua como voluntário no Empreende UFFS. Atualmente, com outros membros, desenvolve um novo projeto, que justamente consiste na preparação de estudantes da universidade para competições de empreendedorismo e inovação no Brasil.
O maior desafio, mas também o maior aprendizado foi o trabalho em equipe. “É muito difícil dialogar com pessoas que nem sempre concordam com suas perspectivas. E, claro, de modo algum isso é ruim, muito pelo contrário. É com tais adversidades que as coisas progridem e que mudanças surgem. Agradeço a todos os envolvidos, isso nos faz desenvolver habilidades que não sabíamos que tínhamos. É transformador!”. Por outro lado, ele aponta que “o mais fácil foi se conectar de alguma forma com os colegas de equipe. Isso nos aproximou de algum modo”.
O professor também aponta que o desafio e a potencialidade do trabalho em equipe é justamente a diversidade de opiniões. “A equipe iniciou com falta de sintonia entre alguns de seus integrantes. Mas nada fora do normal. Inclusive, penso que uma boa equipe é formada por pessoas com diferentes formações, culturas e pontos de vista. E isso costuma gerar atritos. Mas no segundo e terceiro dia a sintonia foi surgindo e o espírito de equipe se fez presente. Foram dias e noites produtivos (pouco se dormiu…) em busca de uma solução para o problema que abraçamos. Um aspecto a ser destacado é que não trocamos o tema do desafio, o que favoreceu a validação do problema e o desenvolvimento da proposta de solução. A equipe amadureceu e soube otimizar o tempo”.
A ida para o Reuni Challenge, para Guilherme, certamente valeu a pena. “Com certeza, saio melhor depois dessa experiência. Já se passaram semanas e mesmo assim fico pensando no que vivi no Reuni Challenge 2023. Isso não só me moldou como academia, mas também como ser humano. Isso foi bom para ver que existe muita gente talentosa na nossa faculdade e eu tive o privilégio de trabalhar com boa parte dessas pessoas”, finaliza o estudante.
O professor destaca o quanto a experiência é válida aos graduandos. “Entendo que é uma experiência intensa e desafiadora que deveria ser vivenciada por alunos da graduação ao menos uma vez no decorrer do curso. Intensa porque são três dias em que o aluno fica imerso em um ambiente altamente competitivo, e desafiadora porque exige uma solução que se mostre eficaz. Envolve também espírito de equipe, organização, desapego, desenvolvimento de foco, negociação e flexibilidade na resolução deste desafio. Em resumo: é fantástico participar de eventos deste tipo”.
Porém, a vivência não foi incrível apenas aos estudantes. “Confesso participar destes eventos me traz muita satisfação, pois vivencio eles intensamente, seja participando com ações, orientando a equipe, dando ideias ‘fora da casinha’ para os alunos, mas, principalmente, convivendo com eles durante todo o período do evento, incluindo dormir no chão nos locais onde estamos hospedados. Como docente da UFFS já vivi dois momentos similares a esse, ao participar do Projeto Rondon, em 2015, em Xinguara/PA, e do Núcleo Rondonista da UDESC, em 2016, em Presidente Nereu/SC. Experiências fantásticas. Eram ambientes desafiadores e também exigiam muita dedicação. Como professor isso me traz experiências únicas e enriquece minhas aulas com exemplos práticos que não se encontra nos livros ou laboratórios”, conclui o professor.
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