Publicado em: 25 de outubro de 2022 13h10min / Atualizado em: 25 de outubro de 2022 16h10min
O mês de outubro é marcado pela campanha Outubro Rosa. A campanha tem o objetivo de conscientizar e alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e mais recentemente sobre o câncer de colo do útero.
A professora de Enfermagem da UFFS – Campus Chapecó Érica Pitilin relembra que o movimento internacional teve início da década de 1990, quando o símbolo da prevenção ao câncer de mama — o laço cor-de-rosa — foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York (EUA) e, desde então, promovida anualmente. A prevenção, o diagnóstico precoce e rastreamento da doença são os pontos fundamentais das ações do Ministério da Saúde (MS).
Ela explica que o câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Cerca de 2,3 milhões de casos novos foram estimados para o ano de 2020 em todo o mundo, o que representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas nas mulheres.
Conforme a professora, as taxas de incidência variam entre as diferentes regiões do planeta, com as maiores taxas nos países desenvolvidos. Para o Brasil, foram estimados 66.280 casos novos de câncer de mama em 2021, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres.
Erica ressalta que o câncer de mama também ocupa a primeira posição em mortalidade por câncer entre as mulheres no Brasil, com taxa de mortalidade ajustada por idade, pela população mundial, para 2019, de 14,23/100 mil. As maiores taxas de incidência e de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.
“É importante lembrar que não há uma causa única para o câncer de mama. Diversos fatores estão relacionados ao desenvolvimento da doença entre as mulheres, como: envelhecimento, determinantes relacionados à vida reprodutiva da mulher, histórico familiar de câncer de mama, consumo de álcool, excesso de peso, atividade física insuficiente e exposição à radiação ionizante. Embora seja um tema difícil de tratar, falar abertamente sobre o câncer pode ajudar a esclarecer mitos e verdades e, com isso, aumentar o conhecimento e diminuir o temor associado à doença”.
Segundo ela, um em cada três casos de câncer pode ser curado se for descoberto logo no início. “Mas muitas pessoas, por medo ou desinformação, evitam o assunto e acabam atrasando o diagnóstico. Por isso, é preciso desfazer crenças sobre o câncer, para que a doença deixe de ser vista como uma sentença de morte ou um mal inevitável e incurável. É possível reduzir o risco de câncer de mama por meio de ações como manter o peso corporal adequado, praticar atividade física e evitar o consumo de bebidas alcoólicas ajudam a reduzir o risco de câncer de mama. A amamentação também é considerada um fator protetor”. Por isso, ela ressalta: “Olhe, palpe e sinta suas mamas no dia a dia para reconhecer suas variações naturais e identificar as alterações suspeitas. Em caso de alterações persistentes, procure o Posto de Saúde”.
Para a professora, uma pequena parcela da população está mais consciente a respeito dos cuidados necessários devido ao acesso às mídias e aos serviços de saúde. “Mas infelizmente a maioria das mulheres procuram ou descobrem quando já é tarde. Continua sendo o câncer que mais mata as mulheres brasileiras, mesmo com tanto avanço na tecnologia”.
Por isso, ela reforça a prevenção. “Quando se descobre no início as chances de cura são altas, próximo de 90%. Isso é muito bom quando o assunto é câncer. Existem diversas formas de tratamento como radioterapia, quimioterapia, cirurgia, enfim, dependendo do grau de comprometimento. Nesses casos caso nunca precisamos chegar ao extremo de retirada da mama total ou retirada do útero”.
Por fim, a professora destaca o papel da universidade enquanto formadora de novos profissionais da saúde. “A universidade prepara o jovem para a vida, não apenas para a profissão. O papel educador e formador é fundamental para que se tornem profissionais habilitados, capacitados, treinados e sensibilizados com a saúde da população de mulheres brasileiras”.
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