A UFFS – Campus Chapecó e a Prefeitura Municipal estão desenvolvendo uma pesquisa que vai estimar o percentual da população chapecoense que já tem anticorpos contra o novo Coronavírus.

Para o desenvolvimento da pesquisa, será feito o teste rápido em 2.322 pessoas ao longo de seis etapas – a cada etapa 387 pessoas serão testadas. A escolha de quem passará pelo teste foi realizada por sorteio em um programa específico para esse fim, com base nas pessoas cadastradas no SUS municipal.

Conforme a professora da UFFS – Campus Chapecó Andreia Machado Cardoso, a ideia surgiu da médica Camila Cassol Brum, que conversou com um grupo de colegas – dos quais vários também docentes da UFFS.

Depois do projeto já idealizado, a professora Andreia ingressou na equipe, auxiliou a escrever o projeto e a providenciar os trâmites para que o projeto fosse submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFFS – Campus Chapecó.

De acordo com as estimativas do IBGE, Chapecó tem 220 mil habitantes. Assim, a amostra determinada para a pesquisa será representativa e terá 95% de confiabilidade e 5% de erro amostral.

Segundo a professora Andreia, há projeções sobre o número de pessoas com anticorpos, entretanto, elas são bastante incertas. “Com a pesquisa conseguiremos entender a progressão da imunidade da população. O que se sabe de pesquisas de outros países é que quando mais de 30% da população atinge essa imunidade a curva de contágio começa a descer. É isso que queremos acompanhar, e por isso criamos as seis etapas”, explica a professora.

Atualmente, relata ela, em Chapecó,  são testadas, principalmente, as pessoas com sintomas, se eles forem relativamente graves a ponto de elas procurarem um serviço de saúde. Em muitos casos, a pessoa com o vírus é assintomática ou apresenta sintomas muito leves – tosse, um pouco de dispneia, diarreia – e não procura os serviços de saúde. Portanto, não sabemos, hoje, como está a imunidade da população em relação ao vírus. “No final da primeira etapa já teremos uma noção, e, ao final, teremos mais de duas mil pessoas testadas e uma ideia mais real de como está a imunidade da população e quais medidas devem ou não ser tomadas”, ressalta ela.

A professora explica que o resultado da pesquisa poderá ser utilizado pela Prefeitura para tomar decisões, como a manutenção do comércio aberto ou não, com embasamento nos dados.

Os testes

Depois do sorteio, as pessoas serão contatadas por telefone e, quem aceitar participar, dará um aceite verbal e responderá a um questionário inicial. Depois, será agendada a ida para um dos dois ambulatórios de campanha de Chapecó: Centro ou Efapi.

Cinco profissionais qualificados foram contratados pela prefeitura para realizar os testes. Lá haverá um local específico, justamente pela segurança de todos os envolvidos. O resultado do exame sai em 15 minutos.

Será uma picada no dedo, minimamente invasiva. Caso o resultado do teste seja positivo, o paciente já passará pelo médico, que tomará as condutas adequadas. “As pessoas sorteadas não precisam se preocupar, porque todas as medidas de prevenção e segurança serão tomadas, haverá muita precaução. A gente faz um apelo para que as pessoas participem, já que contribuirão para que Chapecó conheça sua realidade a respeito da imunidade da população”, finaliza.