O portador do primeiro diploma de graduação da UFFS é, agora, doutor. Allan Vieira, egresso do curso de Filosofia da UFFS – Campus Chapecó, defendeu o doutorado recentemente, em agosto. Além da conquista, Allan também é professor da rede estadual, na cidade de Guatambu.

Allan chegou na graduação com quase 30 anos, quando resolveu voltar a estudar. O período foi justamente quando a UFFS iniciou suas atividades. O ingresso foi no curso de História, mas a paixão anterior pela Filosofia, falou mais alto.

O estímulo à pesquisa durante a graduação, mesmo o curso sendo uma licenciatura e tendo o foco no ensino, conta Allan, foi fundamental para a escolha em seguir estudando. Então, foi aprovado para cursar o Mestrado na UFSC. “Não quis mais ‘perder’ tempo”, conta.

Do mestrado para o doutorado, muitas pessoas sugeriram que ele desse um tempo, descansasse um pouco. “Há uma estafa mental, ainda mais por conta da pesquisa na Filosofia ser muito solitária: é você, os livros e o pensamento” comenta. Porém, ele preferiu seguir no ritmo. “É pesado, foram onze anos seguidos de estudos, mas recomendo, achei melhor assim”, relata.

O orientador da época da graduação, professor Élsio Corá, comenta que está bastante emocionado com a conquista do primeiro graduado da UFFS. “Tivemos muitos ‘Allans’ na história da UFFS; pessoas que tiveram a oportunidade de ingressar na Instituição e conseguir cursar uma graduação. Agora já temos outros egressos em doutorados e estamos ‘povoando’ as várias regiões do país com nossos egressos”, destaca ele.

Reforçando a fala do professor, Allan sintetiza que teve uma mudança radical de vida depois de ingressar na UFFS. “Sou profundamente grato à UFFS. Essa mudança só foi possível por ter uma universidade pública e de excelente qualidade ao alcance, na região”.

Tanto no mestrado quando no doutorado, Allan seguiu pesquisando – cada etapa com mais profundidade – temas ligados a duas grandes áreas: Ontologia e Teoria do Conhecimento. Embora queira continuar pesquisando, ele também se diz extremamente contente com a docência.
“Gosto muito de trabalhar na escola, em contribuir com a formação dos estudantes, em ajudá-los a compreender o sentido que podem dar ao mundo”. Ele se diz surpreso pela receptividade dos adolescentes. “Eles são muito curiosos para ter acesso a essa maneira de pensar”, revela.

Allan ainda faz uma constatação: “o Ensino Médio precisa contribuir para o futuro profissional da pessoa, em determinada maneira. Porém, no Ensino Médio há, também, a preocupação com o ensino universal, afinal o cidadão é muito mais que um trabalhador”. O professor Corá enfatiza: “a Filosofia traz a questão reflexiva a esses jovens, e isso é realmente um desafio. Por isso fico muito feliz em ouvir o Allan falar do interesse dos estudantes na escola. Em outro âmbito, também fico  muito feliz por ele, que consegue conciliar a sala de aula e a pesquisa”, finaliza.