Publicado em: 05 de dezembro de 2011 12h12min / Atualizado em: 05 de janeiro de 2017 09h01min
Estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Ambiental e Energias Renováveis da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim realizaram viagem de estudos, nos dias 02 e 03 de novembro, com destino à região das missões. O roteiro incluiu cidades como Carazinho, Santo Ângelo e São Miguel das Missões.
Segundo o professor ministrante da disciplina de História da Técnica da UFFS – Campus Erechim, Murad Mussi Vaz, a viagem objetivou resgatar diferentes ciclos da arquitetura brasileira, bem como da própria configuração urbana de diferentes sítios. De acordo com as professoras Isabel Rosa Gritti e Débora Clasen de Paula, ambas ministrantes da disciplina de História Regional da Fronteira Sul, o objetivo foi conhecer in loco um território histórico e cultural criado pelos índios guaranis, liderados pelos jesuítas, e disputado também pelas coroas Espanhola e Portuguesa, bem como, aspectos da formação histórica sulina por meio da história indígena, ou seja, os primeiros habitantes da região sul, suas diferenciações étnicas e sócio-culturais.
Para Murad, a observação de exemplares arquitetônicos e suas técnicas construtivas, exemplifica e elucida conteúdos ministrados teoricamente em sala de aula. Além de resgatar o caráter genuíno da arquitetura regional, permite ao estudante a visualização de intervenções em obras patrimoniais – como o pavilhão criado por Lucio Costa no conjunto tombado das Missões – num diálogo preconizado na primeira metade do século XX. “O reconhecimento do patrimônio material e a possibilidade de abertura ao patrimônio imaterial possibilitam a aproximação entre o profissional da arquitetura e do urbanismo e a valorização das raízes arquitetônicas, e induzem ao pensamento crítico sobre as possibilidades da arquitetura e do urbanismo contemporâneos”, explicou Murad.
Considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO, as Missões fizeram parte da realidade do sistema colonial uma vez que se tornaram alvo de disputa entre as coroas ibéricas. “Ao visitar a região e as reduções jesuíticas os alunos poderão visualizar parte da cultura guarani, bem como analisar o processo de formação das reduções. Os padres jesuítas e os indígenas configuraram um importante estilo que ficou conhecido como barroco missioneiro. Originados no contexto colonial espanhol, os povoados missioneiros utilizaram as diretrizes administrativas e as referências urbanas vigentes para estruturar uma tipologia peculiar”, lembrou Débora.
A visita ao Museu de Santo Ângelo contou parte da história missioneira e da colonização europeia. Ainda em Santo Ângelo os acadêmicos visitaram o Memorial Luís Carlos Prestes, construído em homenagem ao líder da famosa Coluna Prestes que a partir de Santo Ângelo percorre o Brasil nos anos finais da década de 1920. Em Carazinho a visita foi ao Museu Municipal Olívio Otto, que registra a cultura material da ocupação da região Norte do Rio Grande do Sul, dos primórdios a atualidade. “A viagem de estudos é uma excelente oportunidade dos acadêmicos visualizarem os estudos realizados em sala de aula”, concluiu Isabel.
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