Campus Erechim: ativista da Comissão de Familiares de Desaparecidos apresenta relato sobre ditadura

Publicado em: 30 de abril de 2014 13h04min / Atualizado em: 09 de janeiro de 2017 07h01min

Os 50 anos da ditadura militar foram o tema de um seminário realizado pelo curso de Licenciatura em História (Edital Pronera) da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim em parceria com o Instituto Técnico de Capacitação e Pesquisa da Reforma Agrária (Iterra), em Veranópolis/RS. O evento contou com a contribuição do professor da UFRGS, Enrique Padrós, e com o testemunho da ativista da Comissão de Familiares de Desaparecidos e ex-integrante da Comissão de Anistia, Suzana Lisboa.

A atividade, que iniciou à tarde e se estendeu até a noite, foi realizada na última segunda-feira (28). O pesquisador Enrique Padrós, que é doutor em História e integra os Conselhos Editoriais das revistas Tempos Históricos e História & Luta de Classes, abriu as atividades com uma introdução sobre o contexto que produziu o golpe, a participação empresarial e militar e a importância dos debates sobre o direito à memória e à verdade.

Em seguida, foram apresentadas as pesquisas das mestrandas Patrícia da Costa Machado e Graziani Righi. Os temas dos trabalhos são, respectivamente, os instrumentos jurídicos da ditadura e a revelação da farsa do suicídio de um preso político em Porto Alegre.

Testemunho

As atividades prosseguiram à noite, com o testemunho de Suzana Lisboa, ativista da Comissão de Familiares de Desaparecidos e ex-integrante da Comissão de Anistia. Relatando sua trajetória pessoal e os desafios enfrentados pelos familiares de desaparecidos, Suzana emocionou os participantes.

“Foi um momento muito importante para nossa formação como historiadores”, descreveu Jordana Camarga, estudante do curso. Segundo ela, o seminário “instigou provocações, como o grau de participação dos civis no golpe e na ditadura e sua caracterização: ditadura militar, civil-militar ou empresarial-militar?”.