Publicado em: 09 de dezembro de 2015 12h12min / Atualizado em: 09 de janeiro de 2017 11h01min
O projeto de Extensão da UFFS “Organização Produtiva de Mulheres e Promoção de Autonomia por Meio do Estímulo à Prática Agroecológica” promoveu, nesta quarta-feira (9), o encerramento de suas atividades trazendo para discussão os temas feminismo e agroecologia. A doutoranda em Sociologia Política, Karol Herrera, falou sobre “Feminismo e Agroecologia em Movimento” e questões referentes às lutas e resistências das mulheres no processo de construção da Agroecologia foram debatidas em um painel com representante do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf) e Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER). Duas místicas também foram realizadas, na abertura e no encerramento do evento.
Segundo a coordenadora do projeto na UFFS – Campus Erechim, professora Naira Estela Roesler Mohr, há uma profunda articulação entre os dois conceitos debatidos durante o evento “porque ambos pressupõem uma transformação nas formas hegemônicas de relações – o feminismo nas relações sociais, uma vez que não é possível continuarmos reproduzindo relações históricas de opressão, e a Agroecologia nas relações com a natureza. Se faz necessário que repensemos a relação entre o ser humano e a natureza”.
O projeto é desenvolvido em parceria entre a UFFS e a Diretoria de Políticas para as Mulheres Rurais do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a qual promoveu, ao longo do ano de 2015, ações formativas com mais de 400 agricultoras e dirigentes de organizações e movimentos sociais, como MST, MMC e Fetraf, além de profissionais técnicas de entidades prestadoras de assistência técnica e extensão rural dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Conforme Naira Roesler, a atividade de formação foi necessária para atender a expectativa das mulheres camponesas e agricultoras familiares que têm papel central no trabalho e na produção da vida. “Podemos perceber uma grande aproximação dos temas feminismo e agroecologia, pois ambos pressupõem o estabelecimento de novas relações humanas e produtivas. As mulheres historicamente são protagonistas no cuidado com a terra, no cultivo de alimentos diversificados, na preservação das espécies e na luta por direitos sociais, entretanto nem sempre têm essas atividades reconhecidas. O curso tem o intuito de debater e problematizar os espaços de participação feminina, reconhecendo e dando visibilidade ao conjunto de ações que essas mulheres vem desenvolvendo e que podem contribuir cada vez mais com a perspectiva de formas mais justas, solidárias e ecológicas”, destaca.
A formação das cursistas foi desenvolvida em seis módulos e tratou dos temas: Agricultura familiar e camponesa: as questões de gênero na organização da produção; Produção de autossustento, quintais produtivos na agricultura familiar e camponesa: o papel historicamente desempenhado pelas mulheres; Feminismo, Agroecologia e sustentabilidade; Plantas medicinais, aromáticas e alimentícias; Organização produtiva e economia feminista; e Acesso às políticas públicas pelas mulheres, com foco em políticas agrárias e agrícolas.
O projeto tem coordenação geral da professora Valdete Boni. Nos campi Erechim, Laranjeiras do Sul e Chapecó a coordenação é das professoras Naira Estela Roesler Mohr, Siomara Aparecida Marques e Tânia Mara De Bastiani, respectivamente.
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