Foi realizado, na última quarta-feira (22), o primeiro módulo do projeto de extensão “Formação de Lideranças Sindicais”, desenvolvido pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim, por meio do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Agrários e Urbanos (Nipeas), em parceria com o Sindicato Unificado dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Alto Uruguai (Sutraf-AU). A atividade foi realizada na sala de reuniões do Seminário Nossa Senhora de Fátima e, nesta edição, abrangeu o tema “Estado e Políticas Públicas”, com foco para questões relativas ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Conforme o professor da UFFS – Campus Erechim, Matheus Mohr, que coordena o projeto de extensão, deverão acontecer outros nove encontros, os quais tratarão dos temas Agricultura Brasileira, Formação de Trabalhadores, Agroecologia, Educação do Campo, Gênero e Geração na Agricultura Familiar, Movimentos Sociais e Realidade do Campo Brasileiro, Mercado e Economia, Agroindustrialização e Comercialização, além de um seminário final. Ele explica que a meta é abranger cerca de 120 lideranças da região, mobilizadas com a colaboração do Sutraf. Os encontros são realizados mensalmente.

De acordo com Alcemir Bagnara, que assessora a formação, as lideranças que participam do curso também têm a incumbência de multiplicar as informações junto aos agricultores dos seus municípios. “Eu acho que essa parceria com a UFFS é extremamente importante pois nos fornece uma ferramenta muito interessante no sentido de fortalecer o conhecimento, trazer a Universidade para o meio do povo e o povo para dentro da Universidade”, destaca.

Demanda ampla por formação

O coordenador geral do Sutraf-AU, Douglas Cenci, explica que o movimento dos agricultores familiares possui uma grande demanda por formação e a UFFS tem contribuído de maneira densa para esse processo. Atualmente são pelo menos três projetos de extensão da Universidade em andamento envolvendo diferentes públicos ligados à agricultura familiar do Alto Uruguai: um destinado aos jovens, desenvolvido nos três estados da região Sul, outro destinado a mulheres, também abrangendo Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e agora o terceiro, que se refere à formação de lideranças sindicais da região.

“Quando se fala em pesquisa, em extensão, o que se espera é que os órgãos de pesquisa dialoguem com a realidade. Os agricultores da região estão há mais de 100 anos aqui, trabalham com o solo, com as plantas, com os animais e sabem como funciona a natureza, dominam as técnicas de conhecimento de forma prática. O que consideramos necessário, e a Universidade pode contribuir com isso, é transformar em conhecimento científico todo esse acúmulo”, afirma Cenci.