Publicado em: 12 de novembro de 2013 12h11min / Atualizado em: 06 de janeiro de 2017 10h01min
A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim recebeu, no último dia sete de novembro, exemplar em fac-símile do manuscrito do livro "Pedagogia do Oprimido", uma das obras mais conhecidas de Paulo Freire. O ato de devolução ao Brasil do manuscrito foi realizado na abertura do IV Seminário Internacional de Educação, que ocorreu de cinco a sete de novembro de 2013, na Universidade Nove de Julho (Uninove), em São Paulo, oportunidade na qual alguns participantes do evento receberam os exemplares.
A obra "Pedagogia do Oprimido" foi redigida pelo educador brasileiro entre 1967 e 1968, durante seu exílio no Chile.
Para o coordenador administrativo do Campus Erechim, Dirceu Benincá, que participou do Seminário e recebeu a cópia do manuscrito, "o documento se reveste de grande significado político e pedagógico não só para os admiradores do pensamento freiriano, mas para a própria história da educação brasileira. É muito significativo podermos contar com essa obra escrita a punho pelo seu autor em nosso acervo".
O documento ficará à disposição dos interessados na biblioteca do Campus Erechim.
Evento
A solenidade de doação do manuscrito contou com a presença do ex-ministro da Agricultura do Chile (no governo de Salvador Allende – 1970 a 1973), Jacques Chonchol, que também proferiu a Conferência Magna com o tema "A Reforma Agrária no Chile e a Educação dos Camponeses".
Chonchol foi quem acolheu Paulo Freire no Chile, durante seu exílio naquele país, e o convidou para trabalhar no Instituto de Desarrollo Agropecuario (INDAP), na organização e alfabetização dos camponeses. Tornou-se amigo de Paulo Freire, o qual lhe ofertou o manuscrito como lembrança, documento que o ex-ministro conservou em sua biblioteca pessoal durante 50 anos.
A entrega do manuscrito fez parte da comemoração dos 50 anos da experiência pedagógica de Paulo Freire na cidade de Angicos/RN. O professor José Eustáquio Romão, diretor do Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da Uninove, diretor fundador do Instituto Paulo Freire e membro da Comissão Nacional do Projeto “Paulo Freire: 50 anos de Angicos”, agradeceu o testemunho histórico do ex-ministro e afirmou: “Há exatamente 18 anos que Moacir Gadotti, Paulo Freire e eu sonhávamos com esse momento. O Paulo queria pegar o manuscrito na mão de novo e nos disse isso em 1994, mas infelizmente faleceu em 1997”.
Em 20 de agosto de 2013, quando José Eustáquio Romão visitou Conchol com o objetivo de solicitar a doação do manuscrito, o Ministro declarou: “Algumas vezes cheguei a pensar que não fazia sentido em ficar com ele. Pensei em doar o manuscrito à Unesco. Ainda bem que não o fiz, porque me parece mais adequado que ele fique no Brasil, na terra de Paulo Freire, à disposição da humanidade”.
O IV Seminário Internacional de Educação, que teve a participação de delegações de diversos países da América Latina e da Europa, debateu o tema “Paulo Freire e a Educação Superior”. Contou com quatro mesas temáticas, apresentação de diversos trabalhos e comunicações. Dirceu Benincá, doutor em Ciências Sociais, apresentou trabalho intitulado “O caráter popular da educação superior”.
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