Campus Erechim tem mais de 20 bolsistas em intercâmbio pelo Ciência Sem Fronteiras

Publicado em: 07 de outubro de 2014 13h10min / Atualizado em: 09 de janeiro de 2017 08h01min

Trazer na bagagem conhecimento científico, experiências pessoais e contatos acadêmicos e profissionais. Esses são os principais desejos dos estudantes da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim que estão em intercâmbio pelo Programa Ciência Sem Fronteiras. Em agosto a Universidade chegou a 21 estudantes em mobilidade acadêmica para realizar estudos em instituições de vários países. No mesmo mês, também recebeu os primeiros estudantes que retornaram do período de estudos no exterior. No caso do Campus Erechim, participam do programa alunos de Arquitetura e Urbanismo, Agronomia e Engenharia Ambiental.

O estudante Emerson dos Santos Silva ficou um ano na Itália, onde cursou algumas disciplinas na Universidade de Pisa, na área de Arquitetura e Urbanismo. Para ele, a experiência foi muito positiva. “Primeiramente eu aprendi uma nova língua, o italiano, e aperfeiçoei uma outra, o inglês; segundo, a experiência cultural foi incrível, foi muito legal ver as coisas de outra perspectiva; além disso, em termos acadêmicos foi ótimo, eu acho que as disciplinas que eu escolhi contribuíram muito para a minha formação”, conta.

Ele explica que o sistema acadêmico italiano é diferente do brasileiro. “Você é muito independente, geralmente a presença nas aulas não é obrigatória, você vai se você quiser e no final faz um exame oral da disciplina”, relata.

Durante o intercâmbio, o estudante também teve a oportunidade de fazer um estágio de três meses em um escritório internacional de Arquitetura. “Era uma equipe grande, eu tive experiências com diferentes níveis de projetos, com diferentes arquitetos”, diz o estudante. Agora, o desafio é compartilhar os conhecimentos adquiridos com os colegas da UFFS – Campus Erechim.

Experiências

Segundo Emerson, uma das coisas que aprendeu no período de intercâmbio foi valorizar mais o Brasil. “Nós aqui produzimos muita coisa e, às vezes, elas ficam aqui. Quando a gente vai para outros países e começa a fazer linhas de troca isso gera um impacto nas nossas universidades”, argumenta.

Outro que se prepara para retornar ao Brasil é o estudante Andrei Signor, que está na Austrália. Ele deve voltar em novembro e, neste mês, apresentou seu projeto final na Deakin University, juntamente com a colega da UFFS – Campus Erechim, Géssica Steffens. Para ele a experiência do intercâmbio foi rica em todos os aspectos. “Hoje, depois de quase um ano vivendo na Austrália, reflito e vejo quantas pessoas diferentes conheci, de diferentes nacionalidades e culturas. Entendo que cada dificuldade encontrada me tornou um ser humano mais compreensivo e preparado para prosseguir com a minha carreira acadêmica ou profissional”, diz.

O projeto apresentado pelos dois estudantes da UFFS, e outros três brasileiros, foi batizado de EcoDomus. “Uma residência autossustentável para arquitetos e ecoturistas na região de Victoria, Austrália. Por autossustentável nos referimos a uma construção que produz toda a água e energia que consome apenas utilizando os recursos naturais disponíveis no local, independente de infraestrutura externa”, descreve Andrei.

Adaptação

Para o estudante Edgar de Sousa, também do curso de Arquitetura e Urbanismo, o momento ainda é de adaptação ao país que escolheu para realizar o intercâmbio. Ele está desde março de 2014, por meio do Programa Ciência Sem Fronteiras, na Alemanha, onde estuda na Technische Universität Kaiserslautern.

O que mais tem chamado a atenção, na opinião do estudante, é o planejamento urbano alemão: “O cuidado existente com o crescimento urbano respeitando os conjuntos de edificações históricas, bem como a forma como esses são preservados e reapropriados”, diz.

Aos 22 anos, Edgar nunca havia viajado para outro país. Ele deverá retornar ao Brasil no início do segundo semestre de 2015. “Pretendo levar na bagagem um pensamento arquitetônico amadurecido e refinado a partir do conhecimento técnico alemão e do contato com diferentes culturas”, conclui.

Para o coordenador acadêmico da UFFS – Campus Erechim, Luís Fernando Santos Corrêa da Silva, a participação dos estudantes no Programa representa um ganho institucional, tendo em vista que estabelece um processo de troca de informações entre a Universidade e instituições de outros países e também internamente, entre os participantes dos intercâmbios e seus colegas e professores. Ele diz que em se tratando de uma universidade nova, como é a UFFS, esse processo é ainda mais importante, pois auxilia na consolidação de um universo acadêmico. Para o professor, a longo prazo será possível avaliar “de que modo o Programa, em sua integralidade, conseguirá influenciar o desenvolvimento da produção científica no país”. Tanto para os estudantes como para o coordenador acadêmico, as perspectivas parecem promissoras.