Publicado em: 21 de setembro de 2011 13h09min / Atualizado em: 05 de janeiro de 2017 07h01min
Publicado pela Editora Cortez, de São Paulo, o livro Energia & Cidadania: a luta dos atingidos por barragens, do coordenador administrativo da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Dirceu Benincá, será lançado na sexta feira (23), às 19h30min, no auditório da UFFS - Campus Erechim.
Na sequência, será debatido o tema Direitos Humanos e Cidadania no contexto neoliberal, com a participação do membro da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Ricardo Montagner, do advogado de Movimentos Sociais e defensor de Direitos Humanos, Leandro Scalabrin, e do professor de Filosofia e conselheiro do Movimento Nacional de Direitos Humanos, Paulo César Carbonari.
O livro aborda o modelo energético brasileiro e seus impactos socioambientais e simbólicos, especialmente sobre os atingidos diretos pela construção de hidrelétricas. “No Brasil, são poucos os rios de médio e grande porte que ainda não foram barrados no mínimo em um ponto para a instalação de usinas hidrelétricas. Segundo o MAB, a cifra dos expulsos de suas propriedades e locais de vida por tais projetos já supera um milhão de pessoas, sendo que cerca de 70% delas não têm seus direitos garantidos. Dessa maneira, acabam por aumentar o contingente dos sem terra, sem trabalho e sem perspectivas, ampliando a fome, a miséria e a violência”, afirmou Benincá.
De acordo com o autor, no atual contexto socioeconômico, as demandas por energia se tornam cada vez maiores e as forças hídricas continuam sendo a sua principal fonte geradora. “Se, por um lado, o crescimento econômico é estimulado de modo intenso e, com ele, a necessidade de mais energia, por outro, avançam as legítimas e fundamentais preocupações com os direitos humanos e ambientais e com a própria sustentabilidade planetária. A partir desse cenário, meu estudo se volta para a análise do processo de luta das populações afetadas pelas barragens visando à efetiva conquista de direitos e da cidadania ecológica”, ressaltou.
Resultado da tese de doutorado, concluída em 2010, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, o livro retrata aspectos da história e da organização do Movimento dos Atingidos por Barragens no Brasil. O autor realizou levantamento documental e bibliográfico e entrevistou um grande conjunto de pessoas, sobretudo membros da coordenação do MAB e atingidos por barragens na bacia do Rio Uruguai, em São Paulo e em Rondônia. A pesquisa enfoca, sobretudo, a atuação do Movimento ao longo dos últimos 20 anos, suas formas de resistência e suas principais proposições.
Sobre o autor
Dirceu Benincá (foto) é mestre e doutor em Ciências Sociais pela PUC/SP, com estágio no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra/Portugal; especialista em Comunicação Social, graduado em Teologia e licenciado em Filosofia. Sua atuação e estudos envolvem as áreas de teologia, eclesiologia, história regional, comunicação social, movimentos sociais e meio ambiente. É autor de vários livros, entre os quais: CEBs: nos trilhos da inclusão libertadora. São Paulo: Paulus, 2006 (em co-autoria); Reciclando a (Des)Ordem do Progresso – ARCAN: uma alternativa socioambiental. Passo Fundo: IFIBE, 2006; Em tempos de travessia – leituras do cotidiano. Passo Fundo: IFIBE, 2007;Universidade e suas fronteiras (Org.). São Paulo: Outras Expressões, 2011; além de diversos artigos científicos. Desde fevereiro de 2010 exerce a função de Coordenador Administrativo da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Erechim.
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