Publicado em: 21 de março de 2022 15h03min / Atualizado em: 22 de março de 2022 13h03min
Foi inaugurada, na manhã desta segunda-feira (21), a usina fotovoltaica da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Campus Erechim. A solenidade contou com a presença de alunos e servidores da Instituição, além de autoridades regionais. A usina está sendo viabilizada com o aporte de R$ 1,7 milhão, proveniente de edital do Ministério da Educação (MEC) para construção de sistemas fotovoltaicos em instituições federais de ensino. O empreendimento deverá suprir a demanda de energia dos campi da UFFS situados em Erechim, Passo Fundo e Cerro Largo. Conforme o projeto, a potência será de aproximadamente 400 quilowatts pico.
De acordo com o reitor da UFFS, Marcelo Recktenvald, a usina fotovoltaica é parte de um programa maior, intitulado “Fronteira do Sol”, que ampliará as ações da Universidade na área da eficiência energética.
- Temos esta usina fotovoltaica que inauguramos hoje, já temos outra prestes a ser inaugurada em Chapecó e temos um projeto em parceria com a Copel, no Paraná, que ainda está um pouco mais atrasado, mas deve avançar. Ou seja: nos três estados em que a Universidade Federal da Fronteira Sul está, teremos projetos dessa natureza – disse o reitor.
- Queremos eficiência em todas as áreas de atuação da Universidade. Temos recurso público investido aqui. É muito adequado que nós consigamos avançar em economicidade e em eficiência, buscando estudantes mais qualificados, formados em um número significativo para atender às demandas regionais, fazendo isso com custo menor. São desafios que fazem parte de toda função pública – salientou Marcelo. O reitor também enfatizou que a usina fotovoltaica será um “local adequado de aprendizado e pesquisa” para os acadêmicos, auxiliando no desenvolvimento de projetos.
O diretor do Campus Erechim, Luís Fernando Santos Corrêa da Silva, destacou que a usina reafirma o compromisso da Instituição com a preservação ambiental através da geração de energia renovável.
- Ela tem uma importância estratégica para a Universidade do ponto de vista da pesquisa e do ensino porque nós temos um curso de Engenharia Ambiental aqui no nosso Campus, e ela acaba representando todo esse esforço que tem sido realizado ao longo dos anos para que de fato a gente qualifique as nossas ações, para que a gente avance no sentido de produção de ciência e tecnologia de qualidade.
Luís Fernando pontuou que a planta tem por objetivo produzir energia para abastecer o Campus Erechim, porém ela vai produzir uma carga excedente que poderá ser utilizada em outros campi.
- Ela também tem o papel de oportunizar que os estudantes tenham acesso a esse tipo de tecnologia, que faça parte dos currículos dos nossos cursos de graduação e, ao mesmo tempo, que se possa desenvolver pesquisas relacionadas a um docente da área da engenharia, professor Marcelo Esposito, que é o responsável pela usina, sua instalação inclusive. A presença da usina hoje no Campus muito se deve por termos um profissional com experiência e qualificação nesta área.
O professor Marcelo acompanhou o processo de construção da usina desde o início e, hoje, também comemorou sua inauguração.
- A usina foi construída com o principal objetivo de ser didática. Para as minhas aulas de Energia Solar Fotovoltaica, por exemplo, aqui será um laboratório a céu aberto. Teremos mão de obra qualificada sendo formada neste local – conta o docente.
Sobre a economicidade na conta de luz, o professor acredita em uma redução de 50% no valor.
- Hoje a conta de energia do Campus gira em torno de R$ 50 mil. Então será um benefício enorme para a comunidade acadêmica, pois o dinheiro poderá ser investido em outras aplicações.
Segundo Marcelo, a usina fotovoltaica tem um funcionamento de certo modo bastante simples. A tecnologia principal está nos módulos fotovoltaicos, que, ao receberem a irradiação solar, convertem para energia elétrica em corrente contínua.
- Essa corrente contínua chega em equipamentos chamados inversores fotovoltaicos, que estão conectados com a rede de energia elétrica, que é corrente alternada. Em termos de construção, a usina é basicamente simples. O que demanda certo cuidado é o projeto com relação ao aproveitamento da irradiação solar. Isso é muito complicado. Por exemplo, a localização dos painéis, a sujeira nos painéis, a questão da alocação dos cabos ou onde eles serão postos, então tem todo um projeto que nos demandou dois anos. A parte de construção propriamente dita foram seis meses só. A usina já estava em pé e conectada com a energia de corrente alternada. Mas para entrar em operação, só tendo todos os cuidados técnicos.
A solenidade de inauguração teve, ainda, a presença de autoridades regionais de diversas entidades, como o vereador Anacleto Zanella, que foi o primeiro presidente do Conselho Estratégico Social da UFFS.
- Os objetivos desta Universidade dialogam com esta obra que está sendo inaugurada. Sempre defendemos que o projeto da UFFS tinha que ser um projeto que dialogasse com o desenvolvimento sustentável da região, que dialogasse com as dimensões especiais do desenvolvimento sustentável defendidas pela Agenda 2030 da ONU: o desenvolvimento econômico, social, criando oportunidades para os estudantes e também promovendo ações de extensão e pesquisa para o desenvolvimento como um todo da região do Alto Uruguai, de forma integrada com a questão ambiental – disse Anacleto.
Já o presidente da Câmara de Vereadores de Erechim, Alessandro Dal Zotto, afirmou que “a energia solar vai trazer grandes ganhos em várias áreas”:
- O que nos pudermos, enquanto Câmara de Vereadores, auxiliar tanto a Universidade quanto servidores e alunos, contem conosco.
O prefeito de Erechim, Paulo Alfredo Polis, também se fez presente na solenidade.
- É importante que venham projetos como este para dizermos “é para isto que estamos aqui”. Agradeço a todos por emprestarem seu talento para construir uma cidade, uma região melhor, na concepção do que o mundo está pedindo: energia sustentável e renovável – destacou.
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