Jornalista Moisés Mendes palestra na Semana Acadêmica de História
A cobertura jornalística das pautas sociais e políticas foi a tônica do debate que ocorreu na quarta-feira 28

Publicado em: 29 de junho de 2017 18h06min / Atualizado em: 30 de junho de 2017 09h06min

Jornalismo alternativo, sobrevivência da imprensa tradicional e novos grupos de comunicação independentes. Esses foram alguns dos pontos abordados na palestra que aconteceu na quarta-feira (28) na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim. Tendo como convidado o jornalista Moisés Mendes, a atividade fez parte da programação da VII Semana Acadêmica de História, que segue até quinta-feira (29).

Moisés atualmente conduz o Jornal Extra Classe, periódico do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro-RS). Já colaborou com diversos veículos da imprensa gaúcha e nacional, como o jornal Zero Hora.

O jornalista expôs um pouco da sua experiência, e falou sobre questões referentes à postura do profissional de imprensa. “Falo muito sobre a falsa ideia de neutralidade do jornalista - no sentido de que possa se criar e prosperar uma ideia de jornalista sem posições. Isso não existe”, disse.

Moisés abriu a palestra com um vídeo do colega paraense Lúcio Filho Pinto, que também trabalhou no período da ditadura. Lúcio foi responsável por importantes pautas como a questão ambiental brasileira, destaque no jornal O Estado de São Paulo.

Segundo Moisés, todos os grandes jornais, de todos os grandes grupos, participaram do golpe de 1964. “Houve um conluio, uma tentativa de sabotar todos os projetos que existiam na época e com participação dos donos da grande imprensa. E, em determinado momento, a partir de 1968, quando o governo instaura o AI-5, há uma rebelião dos próprios donos dos jornais contra o que estava acontecendo”, falou. Naquele momento, a imprensa começa a trabalhar pautas que pareciam impossíveis. “Por fim, eles também queriam fazer jornalismo”, disse Moisés.

A tônica do evento se deu quando o jornalista relacionou aquele momento histórico na imprensa com a situação atual dos grandes grupos de mídia. “Naquela época a imprensa conseguia transgredir no sentido de apresentar alguma coisa com foco humanista, com transgressão mesmo do repórter que estava dentro da Redação. Isso era muito presente nos grandes jornais. O que acontece hoje é que o jornalismo brasileiro abandonou as grandes pautas porque fez uma opção pelo ultraconservadorismo”, apontou Moisés.

A VII Semana Acadêmica de História da UFFS – Campus Erechim segue até sexta-feira. Confira abaixo a programação:

Dia 29 (quinta-feira)
19h15 – Apresentação de trabalhos
Local: Salas de Aula da UFFS

Dia 30 (sexta-feira)
15h – Oficinas
19h15 – Palestra: “Gênero e mulheres indígenas”, com Caroline Matoso (UFPel) e Joziléia Daniza (UFSC)
Local: Auditório do Bloco A da UFFS

As inscrições ocorrem no momento de cada atividade. Haverá certificação para os participantes.