Publicado em: 26 de fevereiro de 2013 13h02min / Atualizado em: 06 de janeiro de 2017 07h01min
As contribuições de estudos desenvolvidos por meio da parceria entre um grupo de instituições e pesquisadores, incluindo a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim, foram publicadas em livro que reúne autores de vários países. A obra, em inglês, foi lançada na primeira quinzena de fevereiro pela editora Intech da Croácia e está disponível na íntegra pela internet, no link http://www.intechopen.com/books.
O livro, intitulado Soybean – Pest Resistance, foi editado por Hany A. El-Shemy, da Universidade do Cairo, Egito. O professor do curso de Agronomia da UFFS - Campus Erechim, Leandro Galon, é um dos autores do capítulo Weed Management in the Soybean Crop, juntamente com Alexandre Ferreira da Silva (Embrapa Milho e Sorgo), Ignacio Aspiazú (Universidade Estadual de Minas Gerais - Unimontes), Evander Alves Ferreira (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM), Germani Concenço (Embrapa Agropecuária Oeste), Edison Ulisses Ramos Júnior (Embrapa Milho e Sorgo) e Paulo Roberto Ribeiro Rocha (Universidade Federal Rural do Semi-Árido – Ufersa).
“O capítulo de livro trata das pesquisas que a gente vem desenvolvendo no que diz respeito ao manejo e controle de plantas daninhas na cultura da soja, em especial da soja transgênica”, explica Galon. Esses estudos, que envolvem diferentes instituições de pesquisa e universidades, perpassam por três projetos de pesquisa aprovados em diferentes órgãos de fomento.
Um desses projetos, aprovado na Chamada Universal - MCTI/CNPq 14/2012, denominado Sistema de Plantio Direto, Manejo de Culturas de Inverno e/ou Verão com Menor Impacto Ambiental na Região do Alto Uruguai do Rio Grande do Sul é coordenado pelo professor Galon e desenvolvido na UFFS – Campus Erechim com a participação, como colaboradores, dos demais autores do capítulo do livro citado.
Contribuições
Conforme Galon, de posse dos dados gerados pelas pesquisas em desenvolvimento junto a UFFS ou em parceria com pesquisadores ou professores de outras instituições, foi possível montar um banco de dados e, dessa forma, saber qual a melhor época para controlar as plantas daninhas em culturas como soja, feijão, milho, trigo, dentre outras. Outro índice gerado busca determinar até quantas plantas daninhas pode-se deixar por metro quadrado sem que haja dano econômico.
“Deve-se considerar também que de posse de dados podemos ainda saber qual a melhor dose a se usar de um herbicida, já que na atualidade, ainda que a gente não queira aplicar esses produtos, precisamos para manter a produtividade das culturas, ou seja, com base nos dados podemos diminuir as doses de rótulo recomendados pelo fabricante e ainda assim manter a produtividade das culturas controlando as plantas daninhas”, explica.
A consequência disso, conforme o pesquisador, é um menor impacto ambiental, menor acúmulo de resíduos de herbicidas no ambiente, menor custo econômico e ambiental ao produtor e maior segurança na aplicação, de forma a se produzir em larga escala com qualidade. “Outra questão séria que estamos trabalhando diz respeito a resistência de plantas daninhas ao herbicida glyphosate, já que esse herbicida é um dos mais usados na dessecação para implantar o sistema de plantio direto na palha”, afirma.
Galon explica que na UFFS – Campus Erechim estão sendo estudadas novas alternativas para coberturas de solo que sejam eficientes do ponto de vista técnico e econômico. “Também estamos estudando a habilidade competitiva de variedades de trigo, cevada, feijão, milho e soja com as plantas daninhas, de modo a não precisar do uso de herbicidas”, pontua.
Pesquisa em rede
Sobre a importância da participação da UFFS nessa rede de pesquisa, Galon diz que isso facilita a captação de recursos para financiamento e também dá maior credibilidade aos estudos, tendo em vista que se está gerando dados em rede. “Isso nos diz se uma tecnologia desenvolvida aqui em Erechim pode ser usada no Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Norte já que as condições de clima, solo, manejo e outras tecnologias são diferentes em cada local”, afirma. Da mesma forma, essa interação gera um reconhecimento sobre a produção de conhecimento. “A UFFS se torna conhecida no rol de pesquisadores brasileiros e agora, com o lançamento desse livro, também fora do Brasil”, destaca.
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