Publicado em: 29 de julho de 2014 13h07min / Atualizado em: 09 de janeiro de 2017 07h01min
A professora Marcela Maciel, do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal a Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim, foi uma das três pesquisadoras com trabalho premiado pela Associação Internacional de Acústica e Vibração (IIAV). No total, 40 artigos de doutorandos de várias partes do mundo foram inscritos na premiação, que selecionou três para serem apresentados durante o Congresso Internacional de Acústica e Vibração em Pequim, na China, realizado no período de 13 a 17 de julho.
O trabalho da professora tem como título “Modelagem analítica de venezianas acústicas” e foi baseado nas pesquisas desenvolvidas por meio do projeto em andamento na UFFS – Campus Erechim, “Controle ativo de ruído aplicado a venezianas acústicas”, e do doutorado em desenvolvimento na Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
O evento aconteceu no China National Convention Center (CNCC), que faz parte do complexo construído para as Olimpíadas sediadas por Pequim em 2008.
Conforme Marcela, a pesquisa trata do “desenvolvimento de venezianas acústicas ativas, que são um tipo de janela com tecnologia embarcada que permite atenuação do ruído ao mesmo tempo em que permite a ventilação natural dos ambientes”.
Além dessa pesquisa, que integra a proposta do doutorado, outras duas serão iniciadas em breve na UFFS, com temáticas relacionadas - Acústica Bioclimática: simulação integrada de desempenho de fachadas ventiladas; e Modelagem de Estruturas Inteligentes para controle ativo de ruído em peitoril ventilado.
A participação no Congresso contou com ônus limitado da UFFS, financiamento do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da UFU e também do subsídio fornecido pela IIAV.
Percepções
“A experiência da participação em congressos internacionais é uma oportunidade de extrema importância, não só para a divulgação das pesquisas nacionais, mas, principalmente, pelo intercâmbio científico dentro de uma mesma temática de pesquisa. Os chineses, especificamente, apresentam uma realidade em termos de necessidade de compatibilização de ventilação natural e controle de ruído similar à realidade brasileira, também apresentando tecnologias em desenvolvimento, tal como a proposta da minha pesquisa”, explica Marcela.
A riqueza cultural do país asiático chamou a atenção: “As especificidades do idioma local dificultaram a comunicação, visto que em poucos locais é possível se comunicar em inglês. Entretanto, a riqueza da cultura consegue transcender a linguagem através da sua materialização em termos arquitetônicos, urbanísticos e artísticos. Citam-se como exemplo os espetáculos locais da Ópera de Pequim e Show Acrobático, além da própria arquitetura do passado imperial, que convive com a presença marcante do regime comunista no país, apesar da recente abertura da economia”.
Para a professora, outro aspecto curioso foi a poluição. “Mesmo em dias ensolarados, não se vê céu azul... O céu de Pequim é marcado pelo cinza da poluição local. Esse foi o único problema elencado em conversas com os chineses: a falta de normas e regulamentações para preservação do meio ambiente no país”, conta.
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