Publicado em: 10 de julho de 2020 15h07min / Atualizado em: 10 de julho de 2020 17h07min
Um grupo de professores da Universidade Federal da fronteira Sul – Campus Erechim está colaborando ativamente na aplicação de 2.000 testes IgG/IgM, nos dias 11 e 12 de julho, no município de Erechim-RS. O objetivo da ação, implementada pela Prefeitura Municipal de Erechim, tem como principal intenção obter uma estimativa da circulação viral no município.
Mediante solicitação do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 do município, foi realizado, na UFFS - Campus Erechim, um estudo prospectivo para dimensionamento da amostra e desenvolvimento de uma proposta de metodologia de testagem. A metodologia de testagem foi desenvolvida por uma equipe interdisciplinar de professores dos cursos de graduação em Geografia e Engenharia Ambiental e Sanitária e do curso de Mestrado em Ciência e Tecnologia Ambiental.
“O desenho metodológico foi realizado com base nos dados da regionalização da Estratégia Saúde da Família (ESF) e nos setores censitários do Censo Demográfico, para evitar um erro muito comum em testagens em massa: a seletividade da população de modo não intencional pela aplicação de teste em poucos pontos da cidade”, afirma o professor Éverton de Moraes Kozenieski, um dos responsáveis pela pesquisa. Sobre as possibilidades criadas a partir dos resultados, a professora Paula Lindo relata que “os mapas podem auxiliar na leitura do impacto da pandemia do Covid-19 e oferecer elementos sobre o território para ações do poder público. A espacialização dos dados e a visualização deles no mapa é uma ferramenta significativa para compreensão e gestão do território. A partir dos dados coletados, será possível elaborar novas leituras de como a Covid-19 tem se espalhado, concentrada e/ou dispersa, na cidade.”
A partir da geração de um mapa do município com microáreas bem definidas, foi realizada a distribuição do número de testes por microárea, proporcionalmente ao número de habitantes. O número de amostras vislumbra a aplicação dos testes e a obtenção de resultados com margem de erro amostral de aproximadamente 2%, um nível adequado para os objetivos da pesquisa e que também é viável em termos dos recursos disponíveis para a pesquisa. De acordo com professor José Mario Grzybowski, “ao contrário dos testes por demanda, que costumam abranger uma população que procura pelos serviços de saúde por conta de sintomas e, portanto, corresponde a uma amostra enviesada da população, a testagem por domicílios sorteados de forma aleatória busca obter um cenário fidedigno à realidade.” Já para o professor Roberto Valmir da Silva, “o desafio foi operacionalizar o sorteio aleatório de domicílios no curto espaço de tempo disponível. Para tal, foi utilizada a técnica de geocodificação reversa, em que foram obtidos conjuntos de endereços válidos a partir de pontos gerados aleatoriamente sobre cada microárea.”
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