Publicado em: 11 de outubro de 2013 13h10min / Atualizado em: 06 de janeiro de 2017 10h01min
Educação Popular e Metodologias Formativas foi o tema selecionado para abrir o curso “Formação de Jovens em Agricultura Sustentável, Gestão e Inovação Tecnológica” na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim. A atividade é fruto de uma parceria entre a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf-Sul/CUT), UFFS e Ministério do Desenvolvimento Agrário. O objetivo é formar, por meio de uma metodologia de capacitação de multiplicadores, cerca de 4.800 jovens nos três estados da região Sul até o final de 2014.
A abertura oficial do curso realizado no Campus Erechim, e do qual participam 40 jovens de diferentes municípios do Rio Grande do Sul, aconteceu na noite de quinta-feira (10) no Colégio Agrícola Ângelo Emílio Grando. Conforme o professor da UFFS, Ulisses Pereira de Mello, que é um dos integrantes da coordenação do projeto, a formação contará com 12 módulos que serão trabalhados em regime de alternância, ou seja, o jovem participante terá parte da formação durante as aulas na Universidade, que ocorrerão sempre em três dias consecutivos, e parte da formação no “Tempo Comunidade”, onde os jovens desenvolverão uma série de atividades em seus municípios. O primeiro módulo foi realizado entre os dias nove e 11 de outubro na UFFS – Campus Erechim.
Além da turma no Campus Erechim, outras duas turmas de 40 jovens devem ser formadas nos campi Chapecó e Realeza. Segundo o coordenador do Coletivo de Jovens da Fetraf-Sul no Rio Grande do Sul, Douglas Cenci, a ideia do projeto é realizar uma formação em cadeia, pois cada um dos jovens em formação nos cursos retornarão aos seus municípios para construir conhecimentos com outros 40 jovens.
O curso “Formação de Jovens em Agricultura Sustentável, Gestão e Inovação Tecnológica” prevê, além das aulas e do Tempo Comunidade, a realização de intercâmbios e estágios. De acordo com Cenci, o objetivo do projeto é construir espaços de formação e organização da juventude da agricultura familiar, a partir da afirmação e da valorização do espaço rural, tendo em vista a sua permanência no campo com renda, educação e qualidade de vida.
Articulação
A demanda pela formação partiu dos próprios jovens rurais, nos seus coletivos organizados, a partir daí a Fetraf-Sul apresentou ao MDA um projeto elaborado em conjunto com a UFFS. O ministério disponibilizou recursos financeiros na ordem de R$ 1,7 milhão para a realização do projeto, que tem prazo de desenvolvimento de 18 meses e envolve ações no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Para o jovem Sidnei Giubel, 24 anos, do município de Ipê/RS, o curso é um espaço importante de discussão para aprimorar a capacidade de os próprios jovens se organizarem e buscarem alternativas para permanecerem no campo, tendo em vista que discute tanto questões de tecnologia como de articulação coletiva. “É muito importante receber essa formação para depois poder repassar aos jovens do município de maneira sólida, com argumentos”, diz.
Giubel reside com a família em uma pequena propriedade rural que tem uma produção variada, como a maioria das propriedades de agricultura familiar da região Sul. Ele também estuda Relações Públicas e diz que pretende, com a formação superior e as formações complementares, entender tanto a realidade rural como a urbana e assim buscar alternativas para continuar no campo.
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