Publicado em: 05 de agosto de 2021 09h08min / Atualizado em: 05 de agosto de 2021 12h08min
Servidora da UFFS Campus Erechim, a produtora cultural Elisiane Quevedo conquistou uma menção honrosa no Prêmio Marta Rossetti Batista de Dissertações do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), da Universidade de São Paulo (USP). Elisiane ganhou a distinção com sua dissertação desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Culturas e Identidades Brasileiras da USP. O trabalho tem como título “Humilhados e ofendidos: os Carés em O Tempo e o Vento, de Erico Verissimo”.
Criado por Sérgio Buarque de Holanda em 1962, o Instituto de Estudos Brasileiros é um centro multidisciplinar de pesquisas e documentação sobre a história e as culturas do Brasil. Tem como desafio fundador a reflexão sobre a sociedade brasileira, envolvendo a articulação de diferentes áreas das humanidades.
A dissertação de Elisiane tematiza a configuração das personagens de sobrenome Caré na trilogia “O tempo e o vento”, do escritor sul-rio-grandense Erico Verissimo (1905-1975). Lulu Caré, José Caré (Juca Feio), Quincas Caré, Chiru Caré, João Caré, Mingote Caré, Pedro Caré, Mané Caré, Ismália Caré, Lauro Caré, Romualdinho Caré, Antônia, Ondina Caré, Joaninha Caré são representantes de uma classe de indivíduos espoliados presentes nas três partes do romance: “O continente”, “O retrato” e “O arquipélago”. Ladeando o enredo principal, quase despercebidos do leitor, os Carés contrapõem-se aos protagonistas, os representantes da aristocracia. São sujeitos livres, mas “sem eira nem beira”, desvalidos, que vivem, inicialmente, errantes, e que, posteriormente, passam a viver nas franjas da propriedade dos Terra Cambará, dependentes da solidariedade dos poderosos. Assim, o objetivo do trabalho foi explorar a configuração dos Carés ao longo da trilogia, buscando observar as relações entre ficção e experiência da realidade.
Elisiane (a segunda da esquerda para a direita) com os membros da banca de defesa da dissertação (Acervo pessoal)
Para cursar o mestrado na USP e desenvolver a pesquisa, Elisiane contou com o apoio do Plano de Educação Formal para os Servidores Técnico-Administrativos da UFFS, o Pleduca.
- O Pleduca foi fundamental. O meu mestrado era presencial e em São Paulo, eu viajei durante dois anos toda a semana para São Paulo de ônibus. Se não fosse o Pleduca eu jamais teria conseguido, teria sido impossível conciliar o mestrado em uma instituição de excelência como a USP e a minha rotina de trabalho na UFFS - Campus Erechim. Com o Pleduca eu consegui a liberação de um dia por semana (8 horas) e assim consegui me organizar para viajar a São Paulo uma vez por semana e, depois, para escrever a dissertação – conta a produtora cultural.
- A menção honrosa conquistada com a pesquisa valoriza o investimento na capacitação do servidor e demonstra que nós servidores não estamos participando do Pleduca apenas para ter liberação de horas e para conseguir aumento no salário por meio de cursos de graduação e de pós-graduação (não que essa questão do aumento do salário não seja importante, ela é sim muito importante), mas que também estamos produzindo bons trabalhos, de algum modo relevantes dentro dos nossos campos de estudo – destaca a produtora cultural, que atualmente é aluna do Doutorado em Comunicação e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
- Além disso, tanto no mestrado como agora no doutorado, eu adquiri conhecimentos teóricos, mas também práticos (aqueles que você aprende com a experiência em si e com a vivência em outras instituições de ensino), que podem ser aproveitados no meu trabalho na UFFS.
A dissertação de Elisiane teve orientação do professor Marcos Antônio de Moraes. A banca de defesa aconteceu em 2018, com participação das professoras Maria da Glória Bordini, Telê Ancona Lopez e Mirhiane Mendes de Abreu.
O trabalho pode ser acessado em https://teses.usp.br/teses/disponiveis/31/31131/tde-26092018-122554/pt-br.php.
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