Publicado em: 21 de setembro de 2011 13h09min / Atualizado em: 05 de janeiro de 2017 07h01min
Com o objetivo de promover o debate em relação à inclusão e acessibilidade no ensino superior, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Erechim promoveu, na última segunda-feira (19), a palestra “Inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino superior: vivências, desafios e perspectivas”.
Para o pedagogo da UFFS Campus Erechim, Marcelo Ronsoni, o tema é atual e demanda uma atenção especial da instituição. Segundo ele, a UFFS possui estudantes matriculados com diversas necessidades especiais, em seus cinco campi, e esse fato exige uma preparação institucional que está sendo construída. “Essa discussão é fundamental, pois uma universidade pública e popular necessita reunir condições para o apoio a todos os seus estudantes, privilegiando um ensino superior de qualidade e inclusivo”, afirmou Marcelo.
Além da comunidade acadêmica, participaram do evento professores das redes estadual e municipal de ensino, e de outras instituições de ensino superior da região. Os demais campi da UFFS puderam assistir a palestra por videoconferência.
A palestrante convidada foi professora adjunta do Departamento de Educação Especial da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Coordenadora do Curso de Licenciatura em Educação Especial noturno no Centro de Educação, Nara Joyce Wellausen Vieira. Nara também é presidente da Comissão de Acessibilidade e Coordenadora do Núcleo de Apoio a Pessoa com Deficiência e Altas Habilidades/Superdotação, na Universidade Federal de Santa Maria, além de sócia-fundadora do Conselho Brasileiro para Superdotação - ConBraSD, e sócia e membro do Conselho Técnico da Associação Gaúcha de Apoio às Altas Habilidades/Superdotação (AGAAHSD).
A palestrante deu uma rápida entrevista sobre a importância da discussão sobre acessibilidade e outros pontos importantes da sua palestra. Acompanhe:
1) Qual a importância de se discutir acessibilidade na Universidade?
É importante por ser uma garantia para os estudantes com necessidades especiais estarem na universidade e de ter acesso a todos os espaços disponíveis tanto na universidade, quanto em qualquer situação de vida desse sujeito.
2) Qual a principal dificuldade encontrada pelos estudantes com necessidades educacionais especiais dentro das universidade?
Acredito que a maior dificuldade dos estudantes diz respeito à permanência dos mesmos no ensino superior. O vestibular garante o acesso aos cursos universitários, principalmente naquelas universidades que garantem cotas. No entanto, os cursos não estão preparadas para receber esses estudantes. Assim, eles acabam reprovando ou, até mesmo, desistindo do curso por não estar de acordo com as suas potencialidades.
3) Ainda existe preconceito quando se trata desse tema?
Sim. Podemos observar esse preconceito, de uma certa maneira, dentro da própria legislação. Ela garante o acesso desses estudantes ao ensino superior através dos núcleos de acessibilidade, mas quando estruturam e operacionalizam como o atendimento educacional especializado deve ser feito, pensa-se somente na educação básica. Se fizermos uma leitura mais interpretativa, podemos dizer que os próprios gestores não acreditam que as pessoas com necessidades educacionais especiais possam chegar à universidade.
4) Atualmente, de modo geral, as pessoas e as instituições estão mais preparadas para receber as pessoas com necessidades especiais?
Depende da instituição. As de educação básica já estão mais preparadas, pois desde o início da década de 80 a questão da inclusão vem sendo trabalhada nessas instituições. No ensino superior, somente a partir de 2007 essa questão passou a ser discutida. É uma história muito recente que me permite afirmar que, com certeza, a grande maioria das universidades que estão abertas aos estudantes com necessidade especiais ainda não tem promovido acessibilidade para esse público.
5) Qual a contribuição que a UFFS pode dar para o avanço da conquista da acessibilidade?
Pelo que eu pude perceber, a UFFS tem condições de elaborar um bom trabalho no que se refere à questão de inclusão e acessibilidade porque há o desejo e a disponibilidade, e isso é fundamental para que uma Universidade possa se preparar para receber de forma adequada esses estudantes.
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