Na última quarta-feira (15), foi realizada na UFFS - Campus Laranjeiras do Sul a IX Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (IX JURA).

A atividade teve como objetivo debater a luta pela terra e as condições de produção de alimentos no Brasil diante do aumento da fome e do incentivo governamental à produção de commodities, além de abrir um canal de diálogo com o público universitário e formar acadêmicos e demais membros da Universidade para produzir conhecimentos sobre a problemática. 

Participaram da atividade acadêmicos e professores da UFFS, além de pessoas da comunidade regional. Entre os participantes, estavam estudantes de escolas da Reforma Agrária de Rio Bonito do Iguaçu e Quedas do Iguaçu, que apresentaram uma mística rememorando o histórico da luta pela terra na região e a necessidade de criar e incentivar a agroecologia como forma de produção nas áreas conquistadas.

O evento contou com mesas de debate com as temáticas “fome” e “relação campo-cidade”, com a participação da professora Eliane Tomiasi Paulino. Durante o dia todo, ocorreu a Feira da Reforma Agrária com a comercialização de produtos e serviços ofertados na região, uma amostra dos produtos e alimentos que os acampados e assentados produzem nas áreas conquistadas e oferecem à comunidade regional. 

Conforme a professora Ana Cristina Hammel, “a Jura é uma forma de recuperar a memória da luta pela terra, num momento estratégico onde o avanço do agronegócio e do latifúndio ameaça as famílias brasileiras com a disseminação da violência da fome. A UFFS está situada numa região estratégica com mais de 7 mil famílias acampadas e assentadas, assim é fundamental se inserir no processo e criar estratégias que possibilitem que essas famílias se desenvolvam com qualidade e justiça social, que produzam alimentos de verdades para alimentar as famílias brasileiras”. 

“Vale considerar que a própria UFFS é fruto da luta combinada entre movimentos camponeses e citadinos, dentre eles o MST, e o local em que está situada é espaço de reforma agrária, desapropriado quando foi criado o Assentamento 8 de Junho”, complementa a docente.