Publicado em: 11 de fevereiro de 2020 11h02min / Atualizado em: 11 de fevereiro de 2020 14h02min
Está em desenvolvimento na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Laranjeiras do Sul um projeto de pesquisa que busca avaliar o uso de diferentes produtos de origem vegetal como potenciais inseticidas alternativos na repelência e no controle do gorgulho (Sitophilus zeamais), conhecido popularmente como caruncho do milho, e sua influência na qualidade fisiológica de sementes de milho (Zea mays L.).
O milho é um dos principais cereais cultivados em todo mundo, sendo o segundo grão mais plantado no território brasileiro. O caruncho do milho destaca-se entre os principais insetos-pragas de grãos e sementes armazenadas e o principal método de controle é o expurgo com produtos químicos fumigantes. Embora eficientes, os métodos químicos de controle de pragas são altamente tóxicos e podem causar danos à saúde humana e ao meio ambiente.
Tendo em vista a valorização da produção de alimentos mais sustentáveis, tem-se buscado a utilização de produtos menos impactantes tanto ao meio ambiente quanto à saúde dos consumidores. Conforme relata o coordenador da pesquisa, Lisandro Tomas da Silva Bonome, “considerando a importância econômica do milho, a pesquisa propõe o desenvolvimento e a implementação de estratégias de controle alternativo de insetos-pragas que possam ser adotadas pelos agricultores, contribuindo para a redução de custos e produção mais sustentável”.
Para isso, a pesquisa desenvolvida avalia o efeito do tratamento com extratos de pós vegetais de alamandra (Allamanda cathartica L.), alho (Allium sativum), gengibre (Zingiber officinale L.), cinamomo (Melia azedarach L.), cal virgem, cinza de eucalipto (Corymbia citriodora Hook) e terra de diatomáceas na qualidade fisiológica de sementes de milho durante o armazenamento e o potencial efeito inseticida e de repelência desses tratamentos sobre insetos adultos de caruncho do milho.
Como desdobramento dos estudos, o acadêmico José Henrique de Carvalho elaborou seu trabalho de conclusão do curso de Agronomia. No trabalho de Carvalho, a qualidade fisiológica das sementes, o controle e a repelência dos insetos foram avaliados durante 150 dias de armazenamento através dos parâmetros: teor de umidade, germinação, peso de mil sementes, sementes infestadas, mortalidade e repelência de insetos.
Em seu trabalho, o estudante constatou que “em sementes de milho armazenadas por até 150 dias o cal virgem, o cinamomo, o gengibre e a terra de diatomácea foram as substâncias que apresentaram maior ação repelente durante o armazenamento. As maiores taxas de mortalidade de insetos foram alcançadas com cinza de eucalipto e terra de diatomácea, com 92% e 100%, sem prejudicar a qualidade fisiológica das sementes de milho, contribuindo para a qualidade das sementes e para o sucesso do final da lavoura. Além disso, esses tratamentos possuem um ótimo custo-benefício para os produtores, além de se apresentarem como uma prática sustentável, por terem baixa toxicidade e rápida degradação no ambiente”.
Colaboradores
Integram a equipe de pesquisa os acadêmicos do curso de Agronomia José Henrique de Carvalho, Isaias Luis Leal, Matheus Felipe Kruppa, Brisa Martins Lulli e Nathalia Leal, a mestranda em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável Isis Bruna Portolan, a bolsista de pós-doutorado Gabriela Silva Moura e o professor coordenador Lisandro Tomas da Silva Bonome.
As atividades são desenvolvidas nos Laboratórios de Fisiologia Vegetal, Germinação, e Entomologia da UFFS – Campus Laranjeiras do Sul e as sementes de milho foram cedidas pela Cooperativa Coprossel e por produtores da região.
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