A Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Passo Fundo promoveu, na tarde de quarta-feira (1º), evento para discussão e avaliação das especificidades que envolvem a Política de Cotas implementada no Campus Passo Fundo. O evento, no formato presencial com participação dos conselheiros por meio de videoconferência, ocorreu durante sessão conjunta entre o Conselho Universitário (CONSUNI) e o Conselho Estratégico Social (CES).

Conduziram a atividade o reitor da UFFS, Marcelo Recktenvald, o vice-reitor da UFFS, Gismael Francisco Perin, e o presidente do Conselho Comunitário do Campus Passo Fundo, Ipácio Carolino Pinto. O encontro também contou com a participação de integrantes da comunidade acadêmica e de representantes de associações e entidades interessadas na discussão do tema proposto.

Evento teve formato híbrido, presencial e participação por videoconferência

Como explicaram os organizadores do evento, a proposta de realização do evento foi motivada, em especial, pela revisão e aprimoramento previstos da Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, que dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico e de nível médio. A chamada Lei de Cotas, em seu Art. 1º, menciona que as instituições federais de educação superior vinculadas ao Ministério da Educação reservarão, em cada concurso seletivo para ingresso nos cursos de graduação, por curso e turno, no mínimo 50% (cinquenta por cento) de suas vagas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas.

A apresentação do estudo “Avaliação da Experiência da UFFS no Curso de Medicina do Campus Passo Fundo” foi realizada pelo professor da UFFS – Campus Passo Fundo, Jaime Giolo. O trabalho tem ainda na elaboração os professores Leandro Tuzzin e Lucianne Braga Oliveira Vilarino e o secretário executivo Fernando Haetinger Masera da Silva. Conforme os autores, o apanhado tem no horizonte servir como subsídio aos projetos em tramitação no Congresso Nacional que tratam das reformulações a aperfeiçoamentos da Lei de Cotas.

O professor Jaime Giolo apresentou sugestões para aperfeiçoar o Programa de Cotas 

A apresentação iniciou com dados referentes ao perfil dos estudantes do Campus Passo Fundo. Jaime Giolo demonstrou a diferença no perfil dos estudantes caso não existisse a Lei de Cotas. Atualmente 86,79% dos estudantes matriculados são oriundos de escolas públicas e 13, 21% de escolas privadas. Na hipótese sem cotas para escola pública o índice de estudantes matriculados vindos de escolas públicas cai para 27,24% e os que frequentaram escolas privadas representariam 72,76%.

Outros pontos analisados durante a apresentação foram a forma de preenchimento das vagas destinadas a pretos, pardos e indígenas e o aumento para 60% nas cotas para pessoas hipossuficientes (atualmente a Lei nº 12.711 prevê 50%). “O que se discute são ajustes para se cumprir mais largamente os propósitos do Programa”, disse Giolo.

Ao final da programação, os presentes aprovaram como encaminhamento a homologação do estudo pelo Conselho Universitário e pelo Conselho Estratégico Social e envio para as Instituições Federais de Ensino Superior, integrantes do Congresso Nacional, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e Secretaria de Educação Superior (SESU) do MEC.