Publicado em: 31 de maio de 2023 13h05min / Atualizado em: 31 de maio de 2023 13h05min
A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Realeza está desenvolvendo um projeto de extensão para auxiliar no atendimento médico-veterinário de animais silvestres, além de promover atividades educativas em escolas de educação infantil, visando à conscientização ambiental. Uma das primeiras parcerias formadas foi com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para a atividade de monitoramento ambiental e de preservação animal no Parque Nacional do Iguaçu.
As atividades de monitoramento foram realizadas no Parque Nacional do Iguaçu, abrangendo, especificamente, os municípios de Capanema e Foz do Iguaçu. Os acadêmicos do curso de Medicina Veterinária e mestrandos do Programa de Pós-graduação em Saúde, Bem-estar e Produção Animal Sustentável na Fronteira Sul contribuíram em duas atividades de coleta de dados para o Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade (Programa Monitora), do ICMBio.
Quatis também receberam microchips para o monitoramento da espécie (Divulgação)
Uma das primeiras ações foi o monitoramento de borboletas, consideradas bons indicadores biológicos devido a sua sensibilidade a mudanças ambientais, conforme explica o professor da UFFS, Paulo Henrique Braz. “As borboletas são capturadas em armadilha específica para monitorar e quantificar as espécies, sendo utilizadas como marcador ambiental. Elas fazem parte de um grupo que delimita diversos níveis de impacto ambiental, sendo que a presença ou ausência desses indivíduos pode apontar conclusões diferentes em relação às outras espécies”, comentou.
Os professores e estudantes que integram o projeto de Serviço de Atendimento de Animais Silvestres (SAAS) também auxiliaram na captura e na realização de exames em quatis do Parque Nacional do Iguaçu. A realização de exames de rotina em animais silvestres não é uma prática comum, porém como os animais acabam tendo uma grande interação com visitantes, optou-se pelo diagnóstico. “Na ocasião foram coletadas amostras de sangue, fezes, urina, entre outros para avaliação de doenças e conhecimento de possíveis patógenos circulantes na espécie. Também foram introduzidos microchips, com objetivo de monitoramento da espécie”, detalhou Braz.
Monitoramento de borboletas é importante, pois são bons indicadores biológicos devido a alta sensibilidade a mudanças ambientais (Divulgação)
Ainda de acordo com Braz, já foram encontradas alterações decorrentes da alimentação não convencional fornecida aos animais pelos turistas. “Dentre as alterações encontradas, podemos destacar a obesidade e animais com diabetes. Dessa forma, o monitoramento da biodiversidade é fundamental para a conservação das espécies, ecossistemas e recursos, além de ser indispensável para o ciclo de planejamento da gestão das unidades de conservação”, destacou.
Mais sobre o Serviço de Atendimento de Animais Silvestres (SAAS)
O objetivo principal do projeto é fornecer atendimento clínico-cirúrgico a animais silvestres, além de realizar atividades educativas em escolas de educação infantil, promovendo uma conscientização ambiental e o conceito de "Saúde Única", que enfatiza a interdependência entre a saúde animal, humana e ambiental.
O professor Paulo Henrique Braz coordena o projeto, com o apoio dos professores Gentil Ferreira Gonçalves e Fabíola Dalmolin para os atendimentos hospitalares que são realizados de forma permanente no Hospital Veterinário Universitário da UFFS. Também há a participação de estudantes de graduação em Medicina Veterinária e do Programa de Saúde, Bem-estar e Produção Animal Sustentável na Fronteira Sul.
De acordo com Braz, as visitações as escolas deverão ocorrer a partir do segundo semestre, já que a equipe está desenvolvendo o material didático necessário, bem como as apresentações teatrais.
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