Publicado em: 06 de julho de 2017 14h07min / Atualizado em: 07 de julho de 2017 09h07min
Pesquisadores da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Realeza, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO) e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) estão desenvolvendo um sensor biológico (biossensor) capaz de detectar a presença de agroquímicos em águas subterrâneas e superficiais.
Com formato semelhante a um papel filme e de coloração marrom, o biossensor foi criado a partir de xantana, um aditivo natural proveniente da fermentação de milho, sendo incorporado a ingredientes metais, como cobre e prata. Em contato com a água contaminada, o biossensor reage e é possível perceber a descoloração do material. "Essa mudança de coloração ainda é sutil e demora cerca de um minuto. Porém, estamos trabalhando com os metais encapsulados para conseguirmos uma mudança de cor mais aparente", detalha a coordenadora da pesquisa, Gisele Louro Peres.
Por enquanto, os testes em laboratório foram positivos apenas para a detecção do glifosato, um agrotóxico amplamente utilizado para eliminar ervas daninhas nas lavouras de milho e soja, entre outras. "Nosso objetivo agora é otimizar o biossensor e realizar testes em propriedade rurais de Realeza, verificando se os resultados permanecem os mesmos", complementa Peres.
Outra expectativa é verificar se o biossensor tem o mesmo comportamento para detecção de outros agrotóxicos. "O próximo passo também é descobrir se essa reação pode ser verificada para qualquer agroquímico ou se há uma seletividade, ou seja, dependendo do metal presente na xantana há a identificação de apenas um tipo de agrotóxico", explicou a pesquisadora Edinéia Paula Sartori Schmitz.
Segundo as pesquisadoras, com o aprimoramento do biossensor os benefícios para população refletiriam diretamente na qualidade da água. "As pessoas poderiam ter uma visão qualitativa da presença de agrotóxico na água que consomem, podendo, assim, em caso de detectar a presença, não consumi-la ou mesmo propor medidas de remediação, ou seja, de eliminação, ou da fonte geradora da contaminação, ou mesmo através de um tratamento desta água", salientou Schmitz.
A pesquisa conta ainda com a participação dos acadêmicos do curso de Ciências Biológicas Alini de Almeida, Jardel Brugalli, Jackson Felipe da Silva e Raffaella Pfeifer Duarte, além dos técnicos Samuel Aires Lourenço, Edson Santolin e André Zabott.
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