Publicado em: 03 de maio de 2018 13h05min / Atualizado em: 03 de maio de 2018 13h05min
O Auditório do Bloco A no Campus Realeza ficou lotado para o debate sobre democracia, coordenado pelo Diretório Central dos Estudantes. O evento foi realizado na última sexta-feira (27) e reuniu a comunidade acadêmica e regional numa discussão aberta sobre o atual cenário político brasileiro, abordando a construção histórica da democracia, desde a criação do sistema, na Grécia Antiga, até a promulgação da Constituição de 1988, assim como suas recentes alterações.
O tema foi inicialmente abordado pelo professor do curso de Direito do Instituto Federal do Paraná (IFPR) - Campus Palmas, Samuel Mânica Radaelli, que fez uma análise sobre a democracia dos direitos humanos, os processos históricos para sua implantação, evidenciando a luta por direitos sociais, assim como os discursos de críticas aos direitos humanos. "A crítica dos direitos humanos tem três esferas importantes. Primeiro de um punitivismo, ou seja, a ideia de uma máxima repressão; a ideia de acabar com os direitos sociais e acabar com a própria democracia", elencou.
Evento foi realizado na última sexta-feira (27) e reuniu a comunidade acadêmica e regional/ (Ariel Tavares/UFFS)
O educador popular da Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural (ASSESOAR), Ricardo Calegari, questionou a falta de debate na aprovação de mudanças na lei trabalhista, a aprovação da terceirização para todas as atividades das empresas, a emenda constitucional que limitou os gastos públicos pelos próximos 20 anos, a concentração das propriedades de terra no Brasil, entrou outros temas. "O processo de transformação da sociedade passa por um povo com capacidade de interpretação aguçada e de encampar as lutas. É fundamental entrar na disputa, fazer formação política", defendeu.
O professor do Campus Realeza, Jael dos Santos, iniciou sua fala questionando a forma de construção da democracia se foi "a partir de alianças ou de preocupações com a população de uma forma geral? Essa é uma questão que devemos fazer o tempo todo", salientou. Também fez uma reflexão histórica sobre o regime democrático e suas características. "Não adiante termos instituições fortes, poderes independentes, partidos que reivindicam representação, precisamos de canis de mediação popular. Somos constantemente tentados a romper com a democracia, com esses princípios, e principalmente com o princípio do canal popular de mediação", comentou.
O diretor do Campus Realeza, professor Marcos Antonio Myskiw, apresentou algumas características do Estado de exceção, quando determinadas leis são suspensas. "Nosso regime democrático na atualidade já passa por um momento de delicado pelo fato de convivermos com ações, em especial jurídicas, que se caracterizam como regime de exceção. Não precisamos ter um golpe militar para viver num regime de exceção, pois ele já está acontecendo", falou.
Cenário político brasileiro foi o foco de vários comentários pelos palestrantes/ (Ariel Tavares/UFFS)
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