Publicado em: 22 de maio de 2014 13h05min / Atualizado em: 15 de março de 2017 13h03min
A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) foi uma das entidades participantes do debate sobre a Chacina do Parque Nacional do Iguaçu. A Audiência Pública foi realizada na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), na tarde desta quarta-feira (21), em Brasília. O professor do Campus Realeza, Antonio Marcos Myskiw, deu início às exposições, contando um pouco das histórias de luta que marcaram a região de fronteira com a Argentina. A audiência pública foi convocada pelo presidente da CDHM, deputado Assis do Couto (PT).
Também participaram do debate o pesquisador Aluizio Palmar, Lilian Clotilde Ruggia, familiar de uma das vítimas, Rosa Cardoso, representante da Comissão Nacional da Verdade, Ricardo Vizentin, presidente do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Rafael Schincariol, coordenador-geral da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da SDH, e a jornalista Juliana Dal Piva.
Para o professor Myskiw, participar de um evento desta magnitude é dar visibilidade à UFFS, à Comissão da Verdade da UFFS e aos temas pesquisados. “Temos centrado atenção em pesquisas e em atividades de ensino relativo à história da Mesorregião da Fronteira Sul e, em especial, da região Sudoeste do Paraná. Região esta, que, na minha opinião, tem muito a ser pesquisado, escrito, reescrito com o intuito de trazer à tona histórias e memórias que, aos poucos, tem sido esquecidas”, argumentou.
Entre todos os casos de mortes e desaparecidos políticos registrados durante o regime militar, a Chacina do Parque Nacional do Iguaçu, que vitimou cinco brasileiros e um argentino, é considerada pela Comissão Nacional da Verdade como um dos episódios mais recobertos de incertezas e mistério até hoje. Os restos mortais dos cinco militantes, todos integrantes da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) nunca foram encontrados.
Aluízio Palmar falou sobre seu livro “Onde foi que vocês enterraram nossos mortos?” e pontuou um dos objetivos da audiência pública. “Precisamos buscar estes nossos companheiros desaparecidos. Que bom que este debate chegou em Brasília. Antes, Brasília ia até nós, pois realizamos audiências públicas em Foz do Iguaçu, onde esclarecemos muitas questões, mas tivemos poucos avanços”, comentou.
O deputado Assis do Couto sugeriu a elaboração de um protocolo de cooperação entre o governo, a Comissão de Direitos Humanos, a Comissão Nacional da Verdade e a Secretaria de Direitos Humanos, como encaminhamento da audiência pública. “Neste relatório, precisamos ter objetivos claros, e inclusive recursos disponíveis para que possamos dar continuidade a estas buscas”, afirmou.
* Com assessoria CDHM
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