Durante a abertura do evento, o pró-reitor de Graduação da UFFS, João Alfredo Braida, ressaltou que o espaço de fronteira não deve ser apenas interpretado como um limite que distancia, mas como um espaço para o intercâmbio e a soma de culturas. “O PEIF tem muito a ver com a proposta da UFFS, que é de uma aproximação muito forte com os países limítrofes do Brasil nessa região, especialmente a Argentina, mas também o Paraguai e, mais ao sul, o Uruguai. Realizar esse evento e participar efetivamente do PEIF é uma ótima oportunidade para a universidade no cumprimento de sua missão como instituição que quer vencer as fronteiras”, enfatizou.

Já para o diretor do Campus Realeza, José Oto Konzen, a compreensão de fronteira para promover a interculturalidade regional está vinculada ao projeto da UFFS, que, entre seus cursos de licenciatura, disponibiliza o curso de Letras: Português/Espanhol. “Para o Campus Realeza, integrar o PEIF é uma oportunidade adicional para o curso e para nossos acadêmicos, pois eles podem praticar essa segunda língua e, portanto, inserir-se nos contextos escolares que envolvam essas questões de língua e cultura”, reforçou.

Dentro do PEIF, o Campus Realeza desenvolve o Projeto do Curso de Formação do Programa Escola Intercultural de Fronteira (PROPEIF) nas escolas Dr. Theodureto Carlos de Faria Souto, de Dionísio Cerqueira (SC), Escola Municipal Pedro dos Santos de Santo Antônio do Sudoeste (PR), Escuela de Frontera Nº 604, de Bernardo de Irigoyen(ARG) e Escuela de Frontera Nº 612, de San Antonio(ARG).

Segundo a coordenadora do projeto, professora Ana Carolina Teixeira Pinto, o encontro estreita a interação dos professores participantes e contribui para o debate e o fortalecimento do tema da educação intercultural. “O foco central do evento é abordar a metodologia empregada pelo Programa, a pedagogia dos projetos, que tem como pressuposto a construção do conhecimento feito por alunos e professores” ressaltou.

Para a coordenadora do Instituto de Políticas Linguísticas da Argentina, Violeta Rocío Itatí Flores, que também é coordenadora do PEIF em Misiones, as atividades do evento possibilitam o intercâmbio de ideias e o planejamento dos trabalhos para este ano. “É uma oportunidade para tirar as dúvidas e ver como as escolas estão trabalhando, além de conhecer todos os detalhes sobre o PEIF. Para uma escola que vai iniciar o intercâmbio há um certo medo, ver o trabalho dos outros ameniza essa sensação”, comenta.

Sobre o PEIF

Criado em 2005, o Programa Escola Intercultural de Fronteira tem o intuito de promover o intercâmbio entre professores dos países do Mercosul. O Programa é desenvolvido em escolas brasileiras na faixa de fronteira do Brasil com a Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Venezuela. O objetivo é promover a integração regional por meio da educação intercultural, considerando contextos multilíngues ou bilíngues existes nas fronteiras.