Projeto de pesquisa verifica incidência de doenças no rebanho bovino
O professor que coordena a pesquisa, Fagner Luiz da Costa Freitas, explica que a partir do diagnóstico, é feito o contato com o produtor rural para recomendar o tratamento adequado aos animais.

Publicado em: 06 de junho de 2012 11h06min / Atualizado em: 03 de maio de 2017 13h05min

A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Realeza está desenvolvendo uma pesquisa para verificar a prevalência de verminose no rebanho bovino da microrregião. Na tarde de terça-feira (5), professores e acadêmicos do curso de Medicina Veterinária foram coletar material para análise em uma propriedade rural do município de Nova Prata do Iguaçu. A partir dos resultados, os produtores recebem orientações para realizar o tratamento nos aminais, quando constatada a doença no rebanho.

 Por enquanto, nove propriedades já foram visitadas e o estudo apresenta um dado preocupante, já que aproximadamente 80% dos animais examinados estavam infectados. Entre os parasitos encontrados, estão o Hoemonchus spp. e o Trichostrongylus spp., responsáveis por causarem anemia e perda de peso severa e, consequentemente, queda na produção de carne e leite ao rebanho.

O professor que coordena a pesquisa, Fagner Luiz da Costa Freitas, explica que a partir do diagnóstico, é feito o contato com o produtor rural para recomendar o tratamento adequado aos animais. “Assim, traçamos as estratégias de controle e prevenção com objetivo de combater o parasitismo. São exames simples e baratos que a universidade já tem condições de fornecer gratuitamente aos produtores, então é interessante que eles procurem a UFFS para participarem dessa pesquisa”, destaca.

A pesquisa também busca traçar um perfil das doenças que assolam a microrregião de Realeza, com isso pode-se criar um programa de controle da verminose. “Como aqui ainda não há estudos sobre essa temática, então podemos definir o período certo para se fazer as medidas de controle da doença, por exemplo, tratar os animais com fármacos específicos, verificar o período certo para o tratamento, pois cada região tem o seu período para realização desse trabalho”, explica Freitas.

A complementação dos estudos também é feita por meio de exames em animais mortos, ou seja, necropsias. Além da verminose, foi detectada a leucose – uma doença que atinge o rebanho leiteiro, causando o aparecimento de tumores – e intoxicação por plantas. “Buscamos fazer um panorama da região para que possamos fazer projetos de controle. Algumas dessas doenças diagnosticadas também podem afetar o homem, então o estudo tem importância para a saúde pública”, comenta a professora de patologia, Fabiana Elias.

Com cerca de 50 cabeças de gado, o proprietário rural Adelar José Viecili diz que a pesquisa é muito interessante para a região, pois ajuda a amenizar e resolver os problemas no campo. “Isso vem ao encontro daquilo que quero fazer na minha propriedade, que é saber o que acontece com o meu rebanho, para aplicar os medicamentos corretos, não exagerar nas doses e assim ter um produto de qualidade, sem resíduos no leite”.

O acadêmico Dilencar Barichello é um dos bolsistas que participam da pesquisa. Para ele, a aprendizagem é um dos fatores mais importantes. “Acho que é trabalho muito produtivo, pois na universidade a gente não tem muito contato com o produtor, não tem uma noção de como será trabalhar na área de medicina veterinária, então isso é muito bom para o nosso futuro”.

Para quem quiser participar da pesquisa, basta o produtor rural ligar para o telefone 46 3543-8313 e agendar uma visita com os professores: Fagner ou Fabiana. Lembrando que os exames são gratuitos.