Publicado em: 25 de maio de 2018 10h05min / Atualizado em: 25 de maio de 2018 10h05min
Com cerca de 150 inscritos, a VI Semana Acadêmica de Ciências Biológicas (Sabio) da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Realeza trouxe várias temáticas a respeito da preservação da biodiversidade, debates e minicursos sobre educação ambiental e práticas sustentáveis. Na abertura do evento, na terça-feira (22), foi abordada as consequências do recente surto de febre amarela, que dizimou a população de macacos no Brasil. As atividades da Sabio foram finalizadas na noite desta quinta-feira (24).
Com experiência nas áreas de Zoologia e Ecologia, a professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Vanessa Barbisan Fortes, abriu as atividades da Sabio com a palestra “Febre amarela: mais uma ameaça aos primatas brasileiros”. A pesquisadora estuda o comportamento de macacos, especialmente os bugios, há 20 anos e recentemente tem se dedicado a divulgar informações sobre o ciclo biológico da febre amarela, buscando sensibilizar à população sobre a necessidade de proteger os primatas.
Preservação de primatas e consequências do recente surto de febre amarela foram abordados pela professora Vanessa Barbisan Fortes (UFSM) (Ariel Tavares/UFFS)
De acordo com a pesquisadora, neste último surto da febre amarela, mais de 4 mil macacos foram mortos, porém estudos apontam que muitos deles foram vítimas de agressão humana. "Essa doença é totalmente prevenível. A pessoa estando vacinada não existe risco algum, sendo a vacina acessível. Por outro lado, diante do medo da epidemia, houve uma grande procura e muitos postos de saúde não estavam preparados. Mas a falta de informação trouxe essas consequências, principalmente, na mortalidade de primatas", comentou.
A palestrante também alertou sobre a preservação das várias espécies de macacos, já que os animais têm um papel fundamental na dispersão de sementes. Além do mais, a identificação de óbito de macacos por febre amarela alerta para a circulação do vírus em regiões de matas e florestas. "O desaparecimento de macacos tem um impacto direto ao ecossistema, mudando a composição da floresta, retardando até mesmo a regeneração de algumas espécies de plantas. Em relação a saúde humana, a morte desses animais por febre amarela nos alerta para a presença do vírus. Usando o macaco como sentinela, antecipamos a propagação da doença, evitando a reurbanização da febre amarela", destacou.
Ciência do cotidiano e suas aplicações na sala de aula foram tema do miniscurso do professor Celso Aparecido Polinarski (UNIOESTE) (Ariel Tavares/UFFS)
Outras relações ambientais e especialidades na área da Biologia também foram objetos de palestras e minicursos, como estudos sobre o impacto de rodovias sobre a fauna silvestre, identificação de árvores da floresta com Araucária, bem como ecologia e comportamento dos aracnídeos, este último tema trabalhado pelo pesquisador Luiz Ernesto Costa Schmidt, pós-doutor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos.
Utilizando aranhas, ácaros e escorpiões como modelo de estudo, o pesquisador busca compreender de que forma esses organismos menos completos resolvem seus dilemas diários, através de processos de tomada de decisão. "Apesar de utilizar um modelo pouco convencional para algumas pessoas, dentro do estudo da ecologia comportamental, por exemplo, as aranhas são um dos modelos mais estudados por conta da versatilidade, a grande quantidade de espécies e um fácil acesso as esses indivíduo. A aplicabilidade de estudos como este tem interferência direta, por exemplo, no controle de pragas em agroecossistemas, como também no estudo para confecção de biomateriais, sendo a seda da aranha hoje em dia um dos materiais mais investigados", comentou.
Estudos sobre o comportamento das aranhas foram abordados em palestra e minicursos proferidos pelo pesquisador Luiz Ernesto Costa Schmidt (UNISINOS) (Ariel Tavares/UFFS)
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