UFFS – Campus Realeza faz conscientização sobre riscos da raiva em ciclo de palestras
Os acadêmicos da quinta fase de Medicina Veterinária da UFFS são responsáveis por ministrarem as palestras. Eles ajudaram a desenvolver um encarte que explica sobre a doença, como é transmitida, os agentes transmissores, abordando, principalmente, o papel do morcego hematófago, aquele que se alimenta de sangue, nesse processo de transmissão.

Publicado em: 12 de setembro de 2012 13h09min / Atualizado em: 25 de abril de 2017 15h04min

Com objetivo de orientar alunos da rede municipal e estadual de ensino em Realeza sobre os riscos da raiva, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) está realizando um ciclo de palestras. O projeto de extensão denominado Vacinação Antirrábica de Cães e Gatos é desenvolvido pelo curso de Medicina Veterinária. As palestras também contribuem para orientar os alunos sobre a campanha de vacinação contra a raiva que será realizada em outubro na cidade.

Os acadêmicos da quinta fase de Medicina Veterinária da UFFS são responsáveis por ministrarem as palestras. Eles ajudaram a desenvolver um encarte que explica sobre a doença, como é transmitida, os agentes transmissores, abordando, principalmente, o papel do morcego hematófago, aquele que se alimenta de sangue, nesse processo de transmissão. Além das barreiras que podem ser criadas para a prevenção desse processo de transmissão da raiva.

De acordo com o coordenador do curso, Gentil Ferreira Gonçalves, há centenas de espécies de morcegos, sendo que a grande maioria deles alimenta-se de frutos ou insetos. "No Brasil, temos apenas três espécies de morcegos hematófagos que podem transmitir a raiva. O reconhecimento desses tipos de espécies é bem difícil para quem não é especialista. Então, se as pessoas encontrarem um morcego, o ideal é que elas espantem o animal, além de avisar a vigilância sanitária, caso o morcego ataque outros animais".

No verso da cartilha há uma história em quadrinhos produzida pela professora Patrícia Romagnolli, coordenadora do projeto de extensão, para que os alunos possam colori-la e essas informações possam ser repassadas de uma forma mais lúdicas às crianças do ensino fundamental. "Pelo cronograma do projeto, em setembro será feira a parte educacional e, em outubro, faremos um parte de vacinação de animais", detalha.

Para a acadêmica Marina Gabriela Possa, informar a população sobre os riscos da doença é uma papel social e também uma questão de saúde pública. "Trazemos o conteúdo de maneira palpável para os alunos. É importante essa conscientização, pois temos visto alguns casos de raiva na região. Além disso, trata-se de um caso de saúde pública, que é uma das competências da Medicina Veterinária".

Depois de participarem das palestras, os alunos do ensino fundamental relataram o que aprenderam. "Entendi que a gente precisa vacinar os cachorros, porque eles podem transmitir raiva para as pessoas", comenta aluno da oitava série Ângelo Gabriel da Silva Aiala. A aluna da sexta série Dara Luana Zatta da Rosa fala sobre a importância em respeitar os animais. "Não devemos maltratar os animais porque eles são nossos amigos. Não podemos também usá-los como instrumentos de diversão, e que devemos cuidá-los como se fossem nossos irmãos".

Segundo a coordenadora pedagógica da Escola Estadual Dom Carlos Eduardo, Bernadete Gorette Kuijawa, esse tipo de atividade estreita os laços entre a Universidade e a escola. "O conteúdo ministrado na palestra está diretamente ligado à realidade do aluno, e toda informação é bem-vinda na construção do processo de ensino-aprendizagem desses adolescentes. A metodologia usada pelos acadêmicos possibilitou um discernimento maior por parte dos alunos".

Presente em uma das palestras, o chefe da Vigilância Sanitária da 8ª Regional de Saúde, Evandro Francischett, fala sobre a importância em dissipar a informação correta para a população, pois existem pequenos focos de raiva em morcegos e bovinos. "Fazendo esse trabalho junto com o curso de Medicina Veterinária da UFFS, as pessoas acabam tendo mais acesso à informação. A gente espera que com isso a doença não atinja os seres humanos, já que essa é nossa maior preocupação, o que envolve a saúde pública do estado".

Apesar de não haver casos de raiva em seres humanos desde 1986 no Paraná, é importante que a população saiba sobre os riscos da doença, como enfatiza a técnica em Vigilância Sanitária de Realeza, Camila Eduarda Viana. "Em razão disso, a população acaba não tendo muito conhecimento sobre a doença. Mas ao passar informações sobre isso para os alunos do ensino médio e, principalmente, do fundamental, eles mesmos acabam repassando esse conhecimento aos familiares".

Para alertar a Vigilância Sanitária de Realeza sobre possíveis casos da doença basta ligar para (46) 3543-2031, falar com Camila ou Hilário.