Para subsidiar o debate sobre o projeto de lei 7.123/2010, o qual busca instituir a estrada-parque Caminho do Colono, no Parque Nacional do Iguaçu, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Realeza irá realizar um estudo histórico, envolvendo a comunidade local e regional no debate, coleta, catalogação, pesquisa e escrita da história do Caminho do Colono.

O fato de estar inserido na região de fronteira Sudoeste-Oeste do Paraná levou o campus Realeza da UFFS a assumir o compromisso de contribuir, em diferentes instâncias, momentos e debates, com relação ao tema. “Com essa pesquisa a universidade busca subsidiar as diversas comissões que irão analisar o projeto. Vamos recuperar e escrever a história dessa estrada que possui uma importância cultural, social e econômica para a região”, destaca o coordenador administrativo do Campus, Jaci Poli, que esteve em Brasília e integrou a comissão especial no primeiro seminário sobre o tema.

A ideia é produzir dois livros e um vídeo-documentário sobre o Caminho do Colono. “Um dos livros será dirigido à comunidade local e o segundo para a comunidade acadêmica. O vídeo irá reunir a memória de antigos moradores, depoimentos e imagens, na tentativa de reunir temas e opiniões abordados nos dois livros”, detalha o professor Antonio Marcos Myskiw.

Sobre o Caminho do Colono

De acordo com a historiografia existente, o surgimento do Caminho do Colono está ligado à passagem da Coluna Prestes pela região sudoeste do Paraná. Mesmo com a criação do Parque Nacional do Iguaçu, em 1939, o trecho era muito utilizado por veículos de passeio e de carga. No início da década de 1980, houve um articulação política em defesa da pavimentação asfáltica, mas o projeto aprovado pelo Departamento de Estradas e Rodagens (DER), não convenceu o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), órgão responsável pela proteção do Parque Nacional do Iguaçu.

A estrada foi utilizada sem interrupção até 1986, quando foi fechada pela Polícia Federal, em cumprimento à ordem expedida pela Justiça. Nesse período, várias manifestações populares ocorreram, quando em 1997, o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região cassou a liminar que mantinha a estrada fechada.

A reabertura durou pouco tempo, pois o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) convenceu a população a desocupar o local até que os técnicos do órgão elaborassem um plano de manejo do Parque Nacional. A demora na execução fez com que movimentos populares reabrissem a estrada. Entretanto, o trecho foi novamente fechado em 2001 e permanece assim até hoje.

Sobre o Projeto de Lei 7.123/2010

O projeto que busca instituir a estrada-parque Caminho do Colono, no Parque Nacional do Iguaçu, é de autoria do deputado federal Assis do Couto (PT). A proposta prevê estudo prévio de impacto ambiental, controle do horário de acesso, do número e características dos veículos, facilitadores de passagens para os animais, entre outros itens, a exemplo de estradas-parques nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, as quais obedecem a uma série de requisitos que garantam a sua sustentabilidade.

Para mais informações sobre o Projeto de Lei 7.123/2010 consulte o site: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=473116