UFFS participa de primeira audiência pública da Comissão Nacional da Verdade no PR
A UFFS é uma das várias instituições da sociedade civil que está contribuindo, de forma institucional, com informações e desenvolvimento de pesquisas sobre o período da Ditadura Militar na região de abrangência de seus cinco campi.

Publicado em: 14 de novembro de 2012 14h11min / Atualizado em: 19 de abril de 2017 15h04min

Na coordenação do grupo de pesquisa Direitos Humanos, Justiça e Cidadania, da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), o professor do Campus Realeza, Antonio Marcos Myskiw, participou da primeira audiência pública da Comissão Nacional da Verdade, em Curitiba, na última segunda-feira (12). A UFFS é uma das várias instituições da sociedade civil que está contribuindo, de forma institucional, com informações e desenvolvimento de pesquisas sobre o período da Ditadura Militar na região de abrangência de seus cinco campi: Realeza (PR), Laranjeiras do Sul (PR), Chapecó (SC), Cerro Largo (RS) e Erechim (RS).

Responsável por apurar e esclarecer violações de direitos humanos durante o período da Ditadura Miliar, a Comissão Nacional da Verdade ouviu o relato de 26 testemunhas, que foram torturadas ou passaram por processo de aprisionamento e exílio. “Nesses depoimentos constam nomes de possíveis torturadores e outros elementos para, ao final da apuração, verificar se essas pessoas merecem algum tipo de indenização ou até mesmo punir seus agressores”, comenta Myskiw.

Relato

Entre os relatos estava o Massacre de Medianeira, quando em 1974, seis militantes da Vanguarda Popular Revolucionária foram atraídos numa emboscada, na Argentina, e levados para a morte. Cinco deles foram assassinados na Estrada do Colono, atual município de Serranópolis do Iguaçu, no Oeste do Paraná. O relato foi feito por Roberto Elias Salomão, com base nas informações contidas no livro “Onde foi que vocês enterraram nossos mortos”, fruto de uma pesquisa empreendida por Aluízio Palmar. Foram citados nomes de torturadores, assassinos e militares envolvidos.

“A função do grupo de pesquisa é, aos poucos, criar metodologias e dinâmicas que propiciem outros estudos e até trabalhos de extensão sobre o tema Ditadura Militar, Direitos Humanos e Cidadania. Nosso propósito é produzir documentos e textos sobre isso, principalmente na área de abrangência da UFFS [os 396 municípios da Mesorregião Fronteira Mercosul e o entorno: Sudoeste do Paraná, Oeste de Santa Catarina e Noroeste do Rio Grande do Sul]. Ao final desse trabalho, iremos produzir um livro, isso é uma das contribuições para com a Comissão Nacional da Verdade”, detalha Myskiw.

Programação na UFFS

No dia 28 de novembro, a UFFS promoverá um seminário sobre o tema, em Chapecó (SC). Estão confirmadas a presença de um representante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, da reitora da Universidade Popular da Praça de Maio, da Argentina, e outros pesquisadores brasileiros e argentinos.