A Anatomia é a base para uma série de disciplinas dentro do curso de Medicina Veterinária. Para contribuir com esse estudo, a Unidade de Medicina Veterinária (UMV) do Campus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) faz a preparação de diversas peças, entre elas, esqueletos de animais. Até o momento, foram estruturados seis esqueletos que, futuramente, integrarão o acervo de peças do “Museu de Morfologia Animal”, projetado para o Laboratório de Anatomia, no futuro Hospital Veterinário da UFFS.
Segundo a coordenadora da UMV e professora de Anatomia Animal, Patricia Romagnolli, o espaço para o futuro museu foi idealizado para atender aos acadêmicos de graduação e pós-graduação e, principalmente, à comunidade externa. “Quando tivermos um número satisfatório e uma grande variedade de espécies, será possível o funcionamento do museu. Uma forte razão para existência disso é a extensão. Assim, nossos acadêmicos, além de aprenderem, podem ensinar crianças e jovens das escolas da região”, destaca.
Por enquanto, a UMV conta com seis esqueletos montados, sendo uma capivara, um cervo, um gato, um cão e duas aves. Recentemente a equipe trabalha com o esqueleto de um equino. “Esses animais são frutos de doação, então a origem é bem diversificada. O primeiro animal que recebemos foi um equino, que acabou falecendo na Invernada Campeira, em Realeza. O proprietário entrou em contato e fez a doação. Às vezes, partes desses animais podem ser aproveitadas, como por exemplo, uma cabeça, que pode ser voltada para o estudo da Odontologia Veterinária”, detalha Patricia.Além dos esqueletos completos, a UMV também possui várias peças desarticuladas. Alguns desses ossos servem para estudo isolado em Anatomia, além de várias outras disciplinas do curso. “Por exemplo, na de Radiologia, em que os acadêmicos irão examinar radiografias e reconhecer os ossos e suas partes. Outro caso diz respeito às cirurgias ortopédicas, em que a normalidade dos ossos precisa ser conhecida, para que fraturas possam ser realinhadas e estabilizadas, a fim de que cicatrizem adequadamente”, explica Patricia.
De acordo com a Professora, ao preparar as peças na UMV, os acadêmicos têm a vantagem de conhecer todo o processo de confecção, o que não seria possível se fossem compradas prontas. “Outro aspecto é o financeiro, já que temos um gasto mínimo. Assim, conseguimos uma economia e revertermos esse orçamento para aquisição de outros materiais necessários ao laboratório, ao curso, ou até mesmo ao próprio Campus”.
Para se ter uma ideia da economia, o valor de um esqueleto montado de um equino, em um site americano, está avaliado em U$ 5.500,00, o que equivale a R$ 12.988,80. Se as peças fossem desarticuladas, o custo chegaria a R$ 5.904,00. Esqueletos de animais menores, como cão e gato, custariam R$ 566,78 e R$ 328,26, respectivamente.
Preparação dos esqueletos
A preparação dos esqueletos começa com a remoção de tecidos moles. Nesse processo, é feita a remoção da pele, musculatura, vasos sanguíneos, entre outros. Logo após, os ossos são colocados para macerar em um tambor com água. Eles ficam lá de 60 a 90 dias, dependendo do clima e da temperatura. Depois, os ossos são retirados, lavados e fervidos para remoção da gordura interior das peças. Para fazer o clareamento, os ossos são imersos em água oxigenada 10 volumes, depois, são submetidos à secagem, em uma estufa.
el Torrel Konzen (6ª fase), além de muitos acadêmicos do curso de Medicina Veterinária que atuam voluntariamente na UMV, como o aluno da 8ª fase, Ronaldo Piccoli. A coordenação é da professora Patricia Romagnolli.
Integram a equipe de trabalho o técnico em Laboratório de Anatomia e Patologia Veterinária, Médico Veterinário, Leonardo Gruchouskei, e as monitoras de Anatomia Veterinária, Rayanne Ribeiro (6ª fase) e Cibele Meng