História
A expectativa de ter uma universidade federal na Mesorregião Grande Fronteira Mercosul é antiga. Durante décadas o assunto foi pauta nos meios de comunicação, nas instituições de ensino e nas mais diversas esferas sociais. Mas foi em 2005 que entidades públicas, ONGs e movimentos sociais conseguiram uma coesão para criar o Movimento Pró-Universidade Federal. Nesse ano também veio a primeira sinalização de possibilidade de implantação de uma universidade pública pelo governo federal.
Em maio de 2006, uma sessão do Fórum da Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul (MESOMERCOSUL) – órgão instituído para debater os assuntos de interesse do noroeste do Rio Grande Sul, sudoeste do Paraná e oeste de Santa Catarina – chegou a um consenso: como todas as propostas dos três estados do Sul de criação de universidades foram rejeitadas, a saída seria um projeto único. Um grupo de trabalho foi criado para elaboração do projeto e discussões sobre o assunto seguiram por meses, envolvendo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul), a Via Campesina, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre outros movimentos sociais. O projeto que chegou ao Congresso Nacional e depois foi aprovado já definia uma série de características da nova instituição, que deveria ser democrática, popular e teria cinco campi, para suprir a carência de vagas na Fronteira Mercosul e reverter o processo de litoralização. Assim, o apoio para a ideia de uma universidade federal na região aconteceu em agosto de 2007: mais de 15 cidades fizeram atos públicos em prol da implantação. Em outubro, o então ministro da Educação, Fernando Haddad, confirmou a criação da universidade.
As atividades, a partir desse momento, passaram a ser integradas pelo MEC. O ministério criou a Comissão de Implantação do Projeto Pedagógico Institucional e participou de uma reunião com o grupo de trabalho para a discussão de áreas de influência da Universidade, localização da sede e dos campi, estrutura física e orçamento.
Como a Fronteira Mercosul era uma região historicamente desassistida pelo poder público, a escolha dos locais de implantação dos campi e do nome da universidade deveriam refletir tais anseios. Assim, definiu-se Laranjeiras do Sul e Realeza (Paraná), Erechim e Cerro Largo (Rio Grande do Sul) e Chapecó (Santa Catarina e sede da instituição) como os locais de maior expressão para o principal objetivo da nova universidade, ou seja, desenvolver a região da Fronteira Sul, a partir da qualificação profissional e da inclusão social, respeitando as características locais. Assim, os cursos deveriam apresentar ênfase em atividades comuns na região, como agricultura familiar e pequenos negócios. Nesse sentido, também foi escolhido o nome Universidade Federal da Fronteira Sul como reiteração da finalidade para a qual a Instituição estava sendo implantada.
O MEC criou, ainda, a Comissão de Projetos da Universidade Federal Fronteira Sul, formada por 11 integrantes do Movimento Pró-Universidade e técnicos do MEC, além de representantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
No fim do ano de 2007 foi dada a palavra oficial: o ministro da Educação anunciou a criação de uma universidade na região, em solenidade com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Políticos, representantes de movimentos sociais e integrantes do Movimento Pró-Universidade estiveram presentes no ato. O projeto de lei 2.199-07, do deputado federal Claudio Vignatti, solicitou oficialmente a criação da Universidade Federal da Fronteira Sul.
O ano de 2008 começou com a criação de uma Comissão de Implantação tendo como presidente o professor Dilvo Ristoff, docente da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e grande incentivador no processo de criação do que futuramente se tornaria a UFFS. Com espaço cedido pela UFSC para desenvolvimento dos trabalhos da Comissão de Implantação, oficinas e seminários foram desenvolvidos para a definição dos cursos, culminando com o relatório do grupo de trabalho, em março. Enquanto isso, a tramitação do projeto de lei seguiu. Definidos a sede e os cinco campi da Instituição, a comissão passou a estudar com mais profundidade os cursos a serem implantados.
Na sequência, seguiram-se as visitas às cidades dos campi, enquanto o MEC designava a UFSC como instituição tutora da UFFS. Aos poucos ficaram definidos os locais provisórios de instalação da UFFS e foi sendo constituído o Projeto Pedagógico Institucional (PPI). A decisão de utilizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como nota referencial para o ingresso na UFFS foi tomada em julho de 2009.
Em 15 de setembro de 2009, a criação da UFFS é oficializada com a lei 12.029. Em 15 de outubro o professor Dilvo Ristoff foi empossado como reitor pro tempore da UFFS. Logo após, foram publicados os editais do concurso para 165 professores, além de ocorrer a entrega do plano de compra de móveis e equipamentos ao MEC e liberada a primeira verba para compra de livros. Também foi aberto o concurso para servidores técnico-administrativos e anunciados os primeiros cargos de confiança.
Até o fim do ano foram realizados os concursos para docentes e servidores técnico-administrativos, definidos os locais de implantação dos campi definitivos e anunciada a empresa vencedora do edital de construção dos primeiros prédios e do pregão eletrônico para a compra dos livros, como também iniciadas as inscrições do Processo Seletivo. De dezembro de 2009 a março de 2010, diretores, coordenadores dos campi e pró-reitores foram nomeados, os primeiros servidores começaram a trabalhar, o vice-reitor pro tempore, professor Jaime Giolo, foi nomeado, e os carros da Universidade foram comprados.
A data que marcou a constituição completa da comunidade acadêmica da UFFS foi 29 de março de 2010. Cerimônias especiais nos cinco campi celebraram o dia histórico. Servidores técnico-administrativos, professores e equipe dirigente receberam os primeiros alunos. Oficialmente, esse foi o dia que começou o trabalho nas atividades-fim da UFFS: o ensino, a pesquisa e a extensão.
No ano seguinte, 2011, iniciaram as obras dos campi definitivos da UFFS, sendo também o período no qual começaram as aulas da primeira turma de especialização e foi realizada a primeira edição dos Jogos Universitários (JUFFS), um importante passo na direção de integrar todos os campi.
O ano de 2012 foi marcado pela expansão da Universidade, seguido pela criação do Curso de Medicina no recém-instituído campus Passo Fundo-RS. Ainda nesse ano iniciaram as atividades do primeiro mestrado acadêmico da UFFS com foco em Estudos Linguísticos, além da implantação da nova política de ingresso para os cursos de graduação, com base na nova lei da reserva de vagas nas instituições federais de educação. Com adoção de uma sistemática de ingresso inovadora, a UFFS respeita e atende à atual situação das escolas de ensino médio nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, reservando em torno de 90% das vagas na graduação para estudantes que cursaram o Ensino Médio exclusivamente em escola pública. Isso colocou a UFFS em uma posição pioneira na educação superior brasileira.
Junto com um novo ano, também surgem novos projetos. Assim ocorreu em 2013, ano em que foi instituído o segundo mestrado acadêmico, agora em Educação, com um total de inscritos que superou em grande número as projeções. Ainda mais positivo foi o retorno obtido com o primeiro processo seletivo para o curso de Medicina, o qual apresentou mais de 15 mil inscritos em poucos dias.
Comemoração dos 5 anos da UFFS: assim foi marcado o ano de 2014. Além desse importante momento, houve mudanças para os campi definitivos em alguns locais, como também transformações que movimentaram a universidade. Um dos grandes acontecimentos do ano foi realização das primeiras formaturas de graduação da UFFS, que levaram emoção para os acadêmicos e seus familiares, além de reconhecimento da qualidade de educação oferecida pela Universidade em todos os seus âmbitos. Isso representa um importante passo na direção da consolidação da UFFS na região onde está inserida, bem como o compromisso com todos os seus públicos.
Com uma estrutura em fase de consolidação, a UFFS dispõe de prédios, laboratórios e ambientes de estudos inteiramente novos, modernos e qualificados para atender estudantes, professores, funcionários e visitantes. E mais mudanças seguem sendo realizadas.
Contando com um amplo projeto de expansão e comprometida com a educação pública, gratuita e de qualidade para todos, novos cursos e campi já estão sendo previstos e podem ser instalados em breve. Essa é a UFFS, cada dia mais perto de você.