Publicado em: 06 de setembro de 2023 15h09min / Atualizado em: 11 de setembro de 2023 08h09min
No mês de agosto, foi realizada a segunda edição do projeto de extensão “Letras del alma”, do curso de Letras: Português e Espanhol do Campus Chapecó. Os professores Santo Gabriel Vaccaro e Maria José Laiño e os estudantes Eduarda Andréia Kerkhoff, Gabriel César Moura da Silva, Laura Hanauer, Pedro Nícolas da Silva de Freitas e Stéfany Alencar Lira realizaram atividades em escolas e institutos de formação docente de Artigas e Rivera, no Uruguai, e Quaraí e Santana do Livramento, no Brasil. Nas cidades uruguaias, as apresentações foram desenvolvidas dentro do marco da apresentação dos projetos de extensão “Bilingüismo: del folklore a la literatura” e “O bilinguismo e o português mundo afora” ambos coordenados pela professora do curso de Certificación en Lengua Portuguesa dos Institutos de Formación Docente (IFD) de Artigas e Rivera, Katia Melissa Nieves Ferreira.
No dia 21 de agosto, no Club Deportivo Artigas, Uruguai, no evento “Bilingüismo: del folklore a la literatura”, os estudantes apresentaram banners sobre personagens da obra Don Quijote, de Miguel de Cervantes, para alunos de diversas instituições uruguaias. As apresentações ocorreram nos períodos da manhã e tarde, com atividades que envolveram música e dança. No dia seguinte também houve apresentação de banners no IEE Professor Diehl de Quaraí, com auditório cheio e apresentações sobre Don Quijote. “Um momento incrível pelo número de alunos envolvidos. Auditório lotado”, comenta o professor Santo.
No terceiro dia, foram realizadas três apresentações que tiveram como temática as lendas gaúchas e pampas. A primeira foi na Escola Estadual Vitéllio Gazapina, em Santana de Livramento, com mais de 200 participantes. À tarde, as atividades continuaram no Instituto Livramento, onde mais de 100 estudantes assistiram as atividades sobre temáticas gauchescas. O dia encerrou no Instituto de Formación Docente de Rivera, no Uruguai, com apresentações sobre Bodas de Sangre, de Federico García Lorca, no evento “O bilinguismo e o português mundo afora”.
Como explica o professor Santo, o projeto é destinado especificamente à apresentação de trabalhos literários e culturais em escolas localizadas na fronteira do Brasil e do Uruguai e tem atividades no mês de agosto para celebrar o Dia do Folclore Brasileiro. Para participar da viagem os discentes elaboraram atividades específicas para apresentar nas escolas, o que foi feito durante as horas de prática como componente curricular (PCCr).
“Para os estudantes envolvidos no projeto e nas apresentações, participar desse tipo de iniciativa é de grande importância para a aprendizagem da língua espanhola. Ao se colocarem em situações de imersão linguística, os estudantes enfrentam desafios linguísticos e culturais, conhecem novas formas de comunicação da língua alvo e podem ampliar os seus conhecimentos prévios estudados e adquiridos ao longo dos CCrs de língua espanhola e literatura hispânica. Além disso, a experiência vivenciada dificilmente poderia ser replicada em situações no âmbito das quatro paredes de uma sala de aula, o que proporciona uma experiência singular na vida acadêmica, demonstrando a importância dos projetos de extensão universitária”, destaca a professora Maria José.
“Participar destes projetos é, sem dúvida, uma das melhores oportunidades da minha formação acadêmica, afinal, estudo para ser professora de português e de espanhol e poder me preparar durante a disciplina atrelada à viagem, seja estudando, produzindo banners e materiais, ensaiando e reensaiando sabendo que no final conversaremos com nativos sobre assuntos que dominamos, é incrível! Vejo esse projeto como uma potente imersão cultural que nos proporciona momentos inesquecíveis. É imensurável quanto aprendo sobre a língua espanhola, sobre os sotaques, modos de falar, palavras novas… Sem contar a confiança que desenvolvo a partir dessa vivência. Sem dúvidas as viagens promovidas pelo curso são minha força motriz para estudar e me dedicar a esta língua que tanto amo”, comenta a acadêmica Stéfany.
Experiência
O estudante Gabriel diz que após a experiência sente que tem “mais propriedade do que antes para agir de acordo e falar sobre o tema da multiculturalidade nas escolas. É muito curioso testemunhar que a vastidão territorial do Brasil é proporcional à multiculturalidade das regiões. Voltando-se para o contato com a população fronteiriça de ambos países (Brasil e Uruguai), impressionou-me bastante o fato de como a língua vive uma outra realidade lá; tanto espanhol como português coexistem de maneira única na região e são mutuamente reconhecidos, coisa que infelizmente não se vê quando olhamos para o lado contrário das fronteiras. A experiência me proporcionou uma vivência de muito valor para minha formação acadêmica, pretendo encontrar formas de reproduzir isso num futuro não tão distante, quando alcançar plenamente uma sala de aula. Até lá, vou revisitando as memórias, e quando possível voltar para desfrutar mais experiências como essa”.
O estudante Pedro conta que durante as visitas e no diálogo com os professores e futuros professores do Uruguai percebeu “quanto o estudo da língua portuguesa é levado a sério, desde os pequenos até a formação docente, isso me encantou! Com esta viagem pude perceber que me especializar em língua portuguesa como língua estrangeira e ministrar aulas de português em países que falam espanhol é uma realidade muito próxima. Sendo assim, sigo com sonhos e metas que aos poucos vão se tornando reais”.
Da experiência vivida nessa viagem, a estudante Laura destaca que poder “dialogar sobre as obras de literatura que tanto amamos com pessoas que demonstraram um interesse genuíno em nos ouvir e conversar conosco sobre elas, foi uma experiência arrebatadora. Além disso, o intercâmbio cultural e de conhecimento que tivemos a oportunidade de desenvolver, foi uma das experiências mais importantes da viagem. Pudemos acompanhar os trabalhos dos estudantes dos Institutos de Formación Docente do Uruguai, enquanto eles desenvolviam pesquisas e atividades voltadas para a cultura e o folclore brasileiro, sendo possível perceber o interesse deles nesses assuntos e como eles compreendiam e enxergavam as diferentes culturas de nosso país, de forma que aprendemos muito com eles e, sobretudo, pudemos perceber em conjunto como existem diversos fatores culturais e linguísticos que nos unem, ao invés de nos afastar uns dos outros. Essa percepção nos aproxima uns dos outros e cria experiências maravilhosas. Somos todos muito gratos pela experiência e não vemos a hora de podermos apresentar nossos trabalhos novamente, tanto no Uruguai quanto em outros lugares, buscando ampliar ainda mais esses sentimentos e percepções”.
Para a estudante Eduarda “o contato e o intercâmbio linguístico também foram muito importantes. Os estudantes dos institutos de Formación Docente de Artigas e Rivera aprendem o português da mesma forma que nós estamos aprendendo o espanhol. Nesse sentido, além de apresentarmos uns aos outros nas línguas que estamos aprendendo, nos intervalos das apresentações tivemos a oportunidade de conversar, trocar experiências, dar dicas e ensinar uns aos outros palavras e modos de expressão nas duas línguas, ajudando-nos mutuamente em nossos processos de aprendizado. Ademais, de ambas as partes sentimos uma grande segurança para falar e nos expressar, pois sabíamos que não estávamos sendo julgados e que, caso nos fugisse alguma palavra, nossos colegas uruguaios nos ajudariam e vice versa. Essa experiência foi sensacional, nos deixou mais confiantes no idioma e certamente nos encheu de fôlego para seguir estudando e melhorando”.
Colaboradores
Conforme Santo, a viagem de estudos está atrelada não apenas ao “Letras del alma”, mas também a outros projetos de extensão como “Letras sin fronteras”, “Grandes personajes de la Literatura” e “PerCursos Literários” e a projetos dos IFDs de Uruguai como “Bilingüismo: del folklore a la literatura” e “O bilinguismo e o português mundo afora”. Ele afirma que é preciso destacar também a participação dos estudantes Ângela Riboli Merisio, Adrian Velasque e Eduardo Elian Vicari que formaram a comissão discente e não conseguiram viajar. Assim como a doutoranda Jozilaine de Oliveira, que é colaboradora externa, e as professoras Magna Regina Felipette Lima e Katia Melissa Nieves Ferreira. Ele lembra ainda do apoio de cinco diretoras/autoridades escolares que foram fundamentais no projeto: Lorena Rodriguez, Silvia Brasil, Silvia Simara, Jussara Ucha Moreira e Ida Santos Larruscain.
“Todas as atividades planejadas durante o semestre anterior foram realizadas com sucesso. As apresentações superaram todas as expectativas previstas não só pelo excelente trabalho dos discentes, mas também pelo inesperado número de instituições envolvidas”, finaliza Santo.
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