Publicado em: 15 de março de 2010 09h03min / Atualizado em: 17 de março de 2017 10h03min
Dia 9 de março de 2010, terça-feira, 8h da manhã. O programa de centenas de futuros acadêmicos foi levantar cedo e chegar ao campus da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) onde vão estudar.
Nos cinco campi da UFFS, Chapecó (SC), Realeza (PR), Laranjeiras do Sul (PR), Erechim (RS) e Cerro Largo (RS), servidores treinados esperavam pelos alunos, peça que ainda faltava na engrenagem da instituição. Foram verdadeiras forças-tarefas para atender com eficiência e qualidade os alunos das primeiras turmas da UFFS.
A felicidade no rosto dos alunos e nas reações depois da matrícula ficavam expostas. Além de entrar em uma universidade pública e gratuita, os alunos tiveram uma oportunidade única: entrar para a história da UFFS. Confira quem chegou na frente:
Chapecó
A ansiedade foi do pai. No hotel, o despertador tocou às 6h. Por volta de 7h15min, Matheus Balduíno Salkovski Junges, 18 anos, já esperava, com o chimarrão na mão e a companhia do pai Marco André Junges, e a mãe, Maria Salkovski Junges, o início da distribuição de senhas.
O número um do Curso de Ciência da Computação foi também o número um de Chapecó. Matheus é de São Luiz Gonzaga (RS) e começará a estudar na UFFS somente no segundo semestre. Mas a ansiedade é grande, já que gostou da cidade e acredita ter afinidades com o curso escolhido.
Com os documentos revisados várias vezes, Matheus não teve problemas para fazer a matrícula. Foram pouco mais de dez minutos, seguidos da emoção da mãe, que chorou ao falar da importância do acesso do filho na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).
Cerro Largo
Quarenta e cinco minutos antes da abertura dos portões para as matrículas, Andréia Kornowski, 20 anos, chegou ao campus para garantir sua vaga no curso de Licenciatura em Ciências: Química, Física e Biologia. Chegar cedo foi uma forma de extravasar toda a emoção com a conquista da vaga em uma universidade pública e gratuita.
A agora caloura da UFFS, moradora de Guarani das Missões, deixou uma vaga na Universidade Federal de Santa Maria pelo acesso mais fácil e por acreditar que a cidade de Cerro Largo pode crescer com a Universidade.
“Poder fazer uma universidade federal na região significa tudo para mim. Este é o resultado do maior sonho que eu já conquistei até hoje. Vai ser uma grande mudança na minha vida. Espero que a UFFS me dê oportunidade de trabalho, aprendizado e de muito sucesso mais para frente”.
Erechim
A grande expectativa para a matrícula levou Chaiane Dalvana Matias Ribeiro, 17 anos, bem cedinho para o campus de Erechim. Mesmo conferindo os documentos, restava a dúvida se estava tudo certo, tamanha era o nervosismo. A matrícula foi rápida, tirando a tensão do momento.
Chaiane esperava cursar Pedagogia. A decepção de não ter passado na primeira opção foi vencida pela alegria de ver seu nome na lista da segunda opção: Filosofia.
“Espero que com este curso possa aprender e depois ensinar o que aprendi. Acredito que a UFFS venha trazer desenvolvimento para nossa educação do mesmo modo que tendo uma universidade de graça desperte nos alunos de baixa renda mais vontade de seguir adiante com seus estudos”.
Realeza
Neiva Cristina Dal Molin, 32 anos, foi a primeira matriculada em Realeza. Chegou assim que pôde para garantir a vaga o quanto antes no curso de Licenciatura em Ciências: Biologia, Física e Química.
A aluna já é professora. Está no fim do curso de Pedagogia, mas estuda à distância. Queria muito fazer um curso presencial. Neiva conta que não esperava passar, mas fez o Enen, se inscreveu no processo seletivo e conseguiu a vaga na UFFS.
“Acredito que a UFFS vai mudar muito a cidade. Espero que cada vez tenhamos mais cursos e mais alunos”. Para Neiva, agora, resta a expectativa para o início das aulas. “Estou bastante ansiosa”.
Laranjeiras do Sul
Eloir Faria de Paula, 36 anos, inaugurou as fichas de matrículas em Laranjeiras do Sul. O primeiro aluno do campus é do curso de Aquicultura.
No dia 9, chegou faltando dez minutos para a abertura das matrículas. Dois calouros estavam antes dele. Porém, como faltaram documentos aos outros dois alunos, Eloir foi o primeiro a se matricular.
Com dois cursos superiores não concluídos, Eloir espera se formar em Aquicultura. Para ele, o que mais o chamou atenção é que sobram programas federais, mas faltam projetos para o desenvolvimento da área. “Espero que o curso atenda a demanda social e da área da Aquicultura na região”.
Eloir acredita que para a cidade também será ótima a abertura da UFFS, criando possibilidades de melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
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